Locutora
Helena Ramos
Apresentadora da RTP, Helena Ramos morreu a 1 de novembro, vítima de cancro. Enfrentava a doença há cinco anos, mas só a revelou aos mais próximos, poupando até os pais do sofrimento. Trabalhou praticamente até ao fim.
Fadista
Celeste Rodrigues
Irmã de Amália Rodrigues, mas também ela fadista com currículo próprio, Celeste morreu dia 1 de agosto, aos 95 anos. Cantou quase até ao fim. Falava várias línguas (inclusive alemão e sueco) e dormia pouco, umas quatro horas por noite, para “não perder tempo de vida”. Madonna homenageou-a.
Museu do Fado
Futebolista
Davide Astori
Tinha 31 anos, jogava futebol na Fiorentina e foi encontrado morto num hotel em Udine, onde a sua equipa estava hospedada em estágio para um jogo contra a Udinese. A morte repentina aconteceu por paragem cardiorrespiratória. Deixou uma filha de dois anos, Vittoria.
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Guitarrista
Phil Mendrix
Era uma referência do rock português. Nascido Filipe Mendes, tornado Phil Mendrix por linhagem rock, o guitarrista tocou nos Chinchilas, Roxigénio e Ena Pá 2000, apanhou a primeira vaga do rock “ié-ié” português nos anos 1960 e viveu nos EUA e Brasil. Morreu a 13 de agosto, aos 70 anos.
Reinaldo Rodrigues / Global Imagens
Cantora
Aretha Franklin
A “rainha da soul” morreu a 16 de agosto, aos 76 anos, vítima de cancro do pâncreas. Foi a primeira mulher a entrar no Rock and Roll Hall of Fame, vendeu mais de 75 milhões de discos e era “a mais poderosa voz da história da música norte-americana no pós-II Guerra Mundial” para a revista New Yorker.
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Chef
Anthony Bourdain
Dizia que não era “grande cozinheiro”. O talento estava na escrita (no livro “Cozinha Confidencial”, sobre o submundo da restauração) e nos programas de televisão. A comida era um bom pretexto para conhecer cidades (incluindo Porto e Lisboa), países, culturas e para ouvir histórias. E Bourdain era perito nisso.
Jose Sena Goulao/LUSA
Político
João Semedo
Antigo deputado e coordenador do Bloco de Esquerda, médico e antigo diretor de um hospital do Porto, João Semedo morreu a 17 de julho, vítima de um cancro nas cordas vocais. Esteve preso em Caxias no Estado Novo, passou pelo PCP, entrou no BE. Os deputados elogiavam-lhe a humanidade.
HENRIQUE CASINHAS / OBSERVADOR
Escritor
Stan Lee
Criador de algumas das personagens mais míticas da Marvel e da banda desenhada – como o Homem-Aranha ou o Incrível Hulk -, Stan Lee, norte-americano filho de imigrantes romenos, morreu a 12 de novembro, aos 95 anos. Revolucionou o universo dos super-heróis criando figuras “de carne e osso”, com falhas e dilemas.
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Político
George H. W. Bush
Piloto, serviu na II Guerra Mundial, antes de enriquecer com as refinarias e petróleo. Foi embaixador da ONU, diretor da CIA, vice-presidente de Reagan e presidente dos EUA entre 1989 e 1993. Enfrentou o colapso da União Soviética, queda do muro de Berlim e guerra no Kuwait. O filho também veio a ser presidente.
KIMMO MÄNTYLÄ/EPA
Futebolista
Esquerdinha
O nome de batismo era Marcelo Januário de Araújo, mas todos o conheciam por Esquerdinha. Antigo defesa do F. C. Porto, representou o clube entre 1998 e 2001. Fez 87 jogos, marcou nove golos e venceu um campeonato, duas taças de Portugal e uma Supertaça. Morreu a 31 de outubro, vítima de um enfarte fulminante.
Cantor
Charles Aznavour
Dono de uma das vozes mais marcantes da música francesa, Aznavour, que alguns norte-americanos chegaram a comparar a Frank Sinatra, morreu a 1 de outubro, com 94 anos. Na longa carreira, o franco-arménio gravou mais de mil canções, atuou em mais de 90 países e vendeu mais de 100 milhões de discos.
FERDY DAMMAN/EPA
Artista
Helena Almeida
Foi uma das grandes artistas plásticas europeias da segunda metade do século XX. Multidisciplinar, trabalhou pintura (em que se formou), performance e fotografia. A última tornou-se progressivamente a sua ferramenta de eleição, utilizando o seu corpo como elemento expressivo. Representou Portugal em três bienais.
Obra de Helena Almeida
Escritor
Philip Roth
Ficará conhecido como um dos melhores romancistas norte-americanos (pelo menos) da segunda metade do século XX. Distinguido com prémios como o Man Booker e o Pullitzer, Roth retirou os filtros da moral (também sexual) para retratar e intervir com pungência na cultura norte-americana e na cultura judia.
Político
John McCain
Para muitos, era a reserva moral da América. O pai era almirante da Marinha, ele tornou-se aviador. Um míssil fê-lo cair no Vietname, foi feito prisioneiro e brutalmente torturado. Recusou ser libertado por haver presos detidos há mais tempo, ficou 5 anos no Vietname, voltou aos EUA, enveredou pela política.
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Ator
Burt Reynolds
Ator, sex symbol, dono de um invejado bigode. Teve o seu pico de popularidade nos anos 1970 e inícios dos 80s, época em que era um dos atores mais bem pagos do mundo, mas só em 1997 foi nomeado para um Óscar (de melhor ator secundário), que não venceu. Morreu a 6 de setembro, com um ataque de coração.
Músico
Pete Shelley
“Foi-se o punk”, escreveram alguns fãs nas redes sociais, a 6 de dezembro, quando se soube que o vocalista, guitarrista e letrista da banda inglesa Buzzcocks tinha morrido aos 63 anos, com um ataque de coração. “Esplêndido escritor de canções e um tipo com um coração doce”, escreveu Glen Matlock, dos Sex Pistols.
Karl Walter
Cineasta
Bernardo Bertolucci
Ficou conhecido por “O Último Tango em Paris”, que entusiasmou muitos adolescentes e chocou alguns adultos, mas foi mais do que isso: quis ser poeta como o pai, iniciou-se no cinema com Pasolini, fez filmes vincadamente políticos e tornou-se referencial no cinema italiano. Morreu com cancro do pulmão, aos 77 anos.
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Escritor
V. S. Naipaul
Nasceu na ilha de Trinidade e Tobago e dedicou boa parte dos romances à vida nas antigas colónias, de onde saiu rumo a Londres. Tão admirado pela escrita como criticado pela personalidade, venceu o Nobel da literatura em 2001. Rushdie escreveu: “Discordámos toda a vida. É como se perdesse um irmão mais velho”.
ANDRÉ MARQUES / OBSERVADOR
DJ
Avicii
Era um dos DJ e produtores musicais mais ouvidos do mundo. Sueco, foi autor de alguns dos grande êxitos (eufóricos, hedonistas, açucaradamente pop) das pistas de dança deste século, de “Wake Me Up” a “Waiting For Love”. Foi encontrado morto aos 28 anos em Muscat, capital de Oman. Tinha-se suicidado.
Embaixador
Frank Carlucci
Antigo oficial da Marinha, republicano e diplomata, Carlucci foi embaixador dos EUA em Portugal no pós-25 de abril. Apoiou Soares no estabelecimento de um regime democrático, não hostilizando o PS para evitar a ascensão do comunismo. Marcelo lembrou o seu papel na “aproximação entre EUA e Portugal”.
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Atriz
Laura Soveral
Nasceu em Benguela, Angola, à época colónia portuguesa. Só em Lisboa enveredou pela representação. Premiada, fez teatro, televisão e cinema (com Fernando Lopes, João Botelho, Manoel de Oliveira e muitos outros). Morreu em julho, aos 85 anos. “Muito à frente do seu tempo, doou o corpo à ciência”, revelou a família.
Empresário
Manuel Reis
Foi assistente de bordo (brevemente), empresário, cenarista, mecenas. Em Lisboa, abriu lojas, restaurantes, bares (o Frágil, o Rive Rouge) e discotecas (Lux Frágil). Morreu aos 71 anos, vítima de cancro. “Fez maior esta cidade, o nosso mundo e as nossas vidas”, disse a presidente da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza.
Ângelo Lucas/Global Imagens
Físico
Stephen Hawking
Foi um dos grandes cientistas do último século. Limitado muitos anos à cadeira de rodas e expressão vocal por “computador”, o físico britânico foi professor em Cambridge, membro da Ordem do Império Britânico e escreveu o fenómeno de vendas “Breve História do Tempo”. Morreu a 14 de março.
NIKLAS HALLE’N/AFP/Getty Images
Músico
Mac Miller
A morte precoce aos 26 anos, resultado de uma overdose acidental, chocou a indústria musical e a comunidade do hip-hop norte-americano, em que o rapper e cantor de Pittsburg se inseria. Apesar de ter morrido aos 26 anos, gravou cinco álbuns, três EP e mais de uma dezena de mixtapes.
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Cantora
Madalena Iglésias
Venceu o Festival da Canção em 1966 com o tema “Ele e Ela” e foi uma das grandes cantoras portuguesas dessa década. Era a grande rival de Simone de Oliveira e fez concertos em Portugal e fora do país, tendo ido viver para a Venezuela e mais tarde para Espanha, onde ficou até morrer, a 16 de janeiro.
Jose Sena Goulao/LUSA
Político
António Arnaut
Era chamado de “pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Esteve na fundação do PS, foi deputado, foi ministro do II Governo Constitucional (de Mário Soares) e criou o SNS. Em 2016 foi nomeado presidente honorário do PS. Alegre lembrou-o assim: “coerente, generoso, um grande cidadão, o socialista mais genuíno”.
PAULO NOVAIS/LUSA
Músico
Roy Hargrove
Nasceu em Waco, mas foi em Dallas que se afirmou como músico jazz de nomeada. Venceu dois prémios Grammy, editou álbuns a solo e gravou com Sonny Rollins, Steve Coleman, John Mayer, Marcus Miller, Erykah Badu, Common e D’Angelo (entrou no disco ‘Voodoo’). Morreu aos 49 anos, com uma paragem cardíaca.
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Atriz
Guida Maria
“O que gosto realmente de fazer é teatro. É ali, nas tábuas. Eu, o público e o texto”, dizia Guida Maria. Na longa carreira, fez cinema, televisão mas sobretudo teatro, de “Os Monólogos da Vagina” a “A Casa de Bernardo Alba”. Em 2016, foi-lhe diagnosticado cancro no pâncreas. Morreu a 2 de janeiro, aos 67 anos.
Tiago Petinga/LUSA
Diplomata
Kofi Annan
Secretário-geral da ONU entre 1997 e 2006, vencedor do Nobel da Paz em 2001, morreu a 18 de agosto, com 80 anos. Dedicou a vida à promoção dos direitos humanos e mediou o processo de independência de Timor-Leste. Guterres chamou-lhe “campeão pela paz”, Sampaio um “amigo” de “estatura intelectual e força moral”.
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Escritora
Ursuka K. Le Guin
Era uma das maiores autoras de ficção científica dos Estados Unidos da América, a par de Philip K. Dick. Autora de “A Mão Esquerda das Trevas”, “Os Despojados” e da saga de livros fantásticos “Terramar”, foi recordada por Stephen King como “uma das grandes” e “ícone literário”. Morreu a 22 de janeiro, aos 88 anos.
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Empresário
Pedro Queiroz Pereira
Industrial, dono de uma das maiores fortunas do país, presidente da Semapa e da Navigator, viveu no Brasil, foi apaixonado por automóveis e tornou-se crítico de Ricardo Salgado e do GES antes da derrocada do grupo. Ülrich chamou-lhe “o empresário mais bem sucedido da minha geração”. Morreu aos 69 anos, de enfarte.
MÁRIO CRUZ/LUSA
Cantora
Maria Guinot
Lisboeta, venceu o Festival da Canção em 1984 com o tema “Silêncio e Tanta Gente”, terminando em 11º na Eurovisão. Escreveu livros, gravou canções e discos, colaborou com José Mário Branco e morreu a 3 de novembro, com 73 anos, devido a uma infecção respiratória. “Mulher generosa”, descreveu Carlos do Carmo.
Acácio Franco/LUSA
Pintor
Júlio Pomar
Era o artista do movimento, pela forma como o explorava nas obras (veja-se “Estudo em Vermelho) mas também pela passagem por vários movimentos artísticos. Sobretudo pintor, fez desenhos, gravuras, serigrafias ou colagens. Foi um dos grandes artistas portugueses do último século e morreu a 22 de maio, com 92 anos.
JOSE COELHO/LUSA
Cantora
Dolores O’Riordan
A morte da vocalista dos irlandeses The Cranberries foi uma das primeiras notícias chocantes do ano. Dolores morreu a 15 de janeiro, com uma intoxicação alcóolica, num quarto do hotel Hilton, em Londres. Tinha 46 anos, “um espírito brilhante e uma voz deslumbrante”, lembrou Michael Stipe, dos R.E.M.
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Cineasta
Milos Forman
Realizador de “Voando Sobre um Ninho de Cucos” e “Amadeus”, nasceu na República Checa, mas adquiriu nacionalidade norte-americana na década de 1970. Fez 13 filmes e venceu dois Óscares de melhor realizador. Jim Carrey lembrou-o como “um homem adorável”, Edward Norton como “otimista infeccioso e amante da vida”.
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Atriz
Teresa Ramalho (“Tareka”)
Lisboeta, mãe do ator e argumentista Tozé Martinho e da escritora Ana Maria Magalhães, “Tareka” começou a destacar-se nos anos 1970, no programa “A Visita da Cornélia”, da RTP. Ao longo da vida, trabalhou sobretudo em televisão e telenovelas, mas também escreveu livros. Morreu a 2 de janeiro, com 90 anos.
Escritor
Tom Wolfe
Foi um dos maiores militantes do chamado “New Journalism”, um tipo de jornalismo literário (quase romanesco) que se tornou popular nos anos 1960 e 1970, sobretudo em revistas norte-americanas. Trabalhou para o The Washington Post e New York Herald Tribune e escreveu quatro romances.
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1ª Dama
Barbara Bush
Antes dela, só Abigail Adams (1744-1818) tinha sido mulher e mãe de presidentes dos EUA. Conselheira de George H. W. e do filho George W., foi uma das primeiras-damas mais populares dos EUA, lutando pela alfabetização do país. Era “a rocha da família” Bush, segundo o marido. Morreu a 17 de abril, com 92 anos.
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Político
Calvão da Silva
Foi professor universitário, deputado (pelo PSD), secretário de Estado, administrador de bancos e da SIC, membro do Conselho Superior da Magistratura e até ministro, durante o breve segundo governo de Passos Coelho (durou 11 dias). Em 2013 assinou um parecer polémico atestando a idoneidade de Ricardo Salgado.
Pedro Nunes/LUSA
Cantor
Álvaro Malta
Cantor lírico nascido em 1931, contracenou no São Carlos com a cantora Maria Callas, em 1958, na ópera La Traviata, de Verdi. Fez mais: na longa carreira, protagonizou perto de uma centena de papéis, ao lado de outras grandes vozes. Cantou em Portugal e fora do país. Morreu a 24 de novembro, com 87 anos.
Empresário
Vichai Srivaddhanaprabha
Tailandês, magnata e budista, comprou o clube inglês de futebol Leicester City. Como presidente, ajudou-o a subir à Premier League e a vencê-la em 2016. Morreu a 27 de outubro, numa queda de helicóptero. Adrien Silva, que joga no Leicester, recordou-o: “Grande homem. Ficará sempre nos nossos corações, boss”.
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Atriz
Margot Kidder
A carreira foi longa, mas o grande papel foi o de Lois Lane, na saga de filmes “Super Homem”. Canadiana, começou a carreira no país, tendo-se mudado depois para os EUA. Fez maioritariamente cinema e televisão. Democrata e ativista, teve muitos problemas de saúde. Morreu a 13 de maio com uma overdose, aos 69 anos.
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Pintor
Eduardo Arroyo
Espanhol, formado em jornalismo, radicou-se em França no franquismo e só regressou em 1986, 12 anos depois do passaporte lhe ter sido brevemente retirado. Foi um grande pintor mas também cronista, escultor, cenógrafo, agitador cultural. Em 2017, lutava com um cancro e dizia: “A pintura está a salvar-me”.
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Hoquista
João Sobrinho
Com Ramalhete, Chana, Livramento e Rendeiro, integrou a “equipa maravilha” de hóquei em patins do Sporting. Pelo clube venceu quatro campeonatos, uma Taça das Taças e uma Taça dos Campeões Europeus. Na seleção, sagrou-se duas vezes campeão do mundo e três vezes campeão da Europa. Morreu a 19 de julho, com 67 anos.
D. R.
Estilista
Kate Spade
Katherine Brosnahan começou a fazer malas num sótão com o então namorado (futuro marido) Andy Spade e acabou a fundar (em 1993) uma marca milionária: Kate Spade New York. O casal vendeu as suas ações em 2006. Kate Spade suicidou-se a 5 de junho deste ano, com 55 anos. Sofreria de depressão e deixou uma filha.
Matthew Peyton
Militar
General Loureiro dos Santos
Militar, também não enjeitava o rótulo de político: porque foi ministro da Defesa e tinha “uma certa habilidade em resolver os problemas sem ser pela força”. Esteve no Ultramar, foi Chefe de Estado Maior do Exército e conselheiro presidencial. Morreu com 82 anos. “Personalidade de excelência”, disse Ramalho Eanes.
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Empresário
Fernando Guedes
Começou como aprendiz de tanoeiro no reputado grupo de vinhos Sogrape, criado pelo pai, Fernando van Zeller Guedes. Foi estudar Enologia para Dijon, assumiu a direção técnica da empresa e chegou à presidência. Reformou-se aos 70 anos, deixando-a para os filhos. Morreu a 20 de junho, com 87 anos.
RUI DUARTE SILVA
Chef
Joël Robuchon
Foi o chef que mais estrelas Michelin conquistou: 31 em vida, a que já se somou outra depois da morte. Nasceu numa família humilde e começou a trabalhar aos 15 anos, como aprendiz num restaurante. Perfeccionista, dizia que as receitas saíam de um “laboratório”. Morreu a 6 de agosto, vítima de cancro no pâncreas.
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Futebolista
António Saraiva
Natural do Peso da Régua, passou pelo Salgueiros e pelo Caldas antes de ingressar no Benfica de Béla Guttman. Não teve um percurso estrondoso, mas chegou a ser opção para o treinador húngaro em 1960/1961, ano em que se sagrou campeão europeu com o conjunto encarnado. Morreu a 7 de maio, com 84 anos.
Guionista
William Goldman
Nasceu nos subúrbios de Chicago, quis tornar-se escritor e conseguiu, mas foi como argumentista que ganhou fama. Em 1967 vendeu o argumento de “Dois Homens e um Destino” por 400 mil euros, valor máximo à época, e levou “Os Homens do Presidente” ao cinema. Venceu dois Óscares e morreu a 16 de novembro, aos 87 anos.
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Político
Edmundo Pedro
Resistente antifascista durante o Estado Novo, Edmundo Pedro passou pelo PCP, foi preso político, esteve na fundação do PS e foi depois deputado e presidente da RTP. Morreu a 27 de janeiro. “Deixa-nos mais um dos homens a quem devemos a nossa liberdade”, apontou o primeiro-ministro António Costa.
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Chef
Paul Bocuse
Começou a trabalhar como ajudante de cozinha aos 15 anos e tornou-se um dos chefs mais influentes do mundo. Francês e associado à “nouvelle cuisine”, inspirou o filme Ratatouille e quando morreu tinha mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo. Macron chamou-lhe “a encarnação da cozinha francesa”.
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Empresário
Colin Kroll
Norte-americano, foi um dos fundadores da app de jogos HQ Trivia e da plataforma de armazenamento de vídeos Vine, que em 2012 foi comprada pelo Twitter e em 2016 deixou de existir. Nem sempre elogiado pela gestão e pela conduta profissional, morreu a 16 de dezembro, aos 34 anos, com uma overdose.
Bryan Steffy
Atleta
Nicholas Bett
Foi mais uma das mortes inesperadas e mediáticas do desporto: corredor de 400 metros barreiras, o queniano que em 2015 sagrou-se campeão mundial em Pequim morreu com apenas 28 anos, a 8 de agosto, num acidente de viação. Foi o primeiro queniano campeão mundial numa corrida de distância inferior a 800 metros.
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Cantor
Mark E. Smith
Inglês, fundador dos The Fall, tornou-se “enfant terrible” do rock nos anos 80 e 90. Irascível e violento, mudava membros da banda com ferocidade, era instável e adorava pubs. Mas fazia grandes canções. James Murphy (LCD Soundsystem) dizia: “Os The Fall são os meus Beatles”. Morreu aos 60 anos de cancro no pulmão.
Arquiteto
Raúl Hestnes Ferreira
Filho do escritor José Gomes Ferreira, também professor, trabalhou com o arquiteto Louis Kahn na Califórnia e projetou muitas obras, da biblioteca de Marvila ao complexo da faculdade ISCTE – IUL e Casa da Cultura e da Juventude de Beja. Venceu o Prémio Valmor em 2002 e morreu a 12 de fevereiro, com 86 anos.
D. R.
Químico
Osamu Shimomura
Com 16 anos sentiu o ataque nuclear dos EUA ao Japão: foi atingido por uma chuva de partículas radioativas e só a ordem de ir para o chuveiro da avó o safou. Tornou-se químico, biólogo marinho e professor, estudou como as criaturas emitem luz e ganhou o Nobel da Química em 2008. Morreu em outubro, com 90 anos.
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Crítico
Jonathan Gold
Foi o primeiro crítico gastronómico a ganhar um Pullitzer. Escrevia sobretudo sobre pequenos restaurante (espécie de tascas) da sua Los Angeles natal. “Tinha a alma de um poeta” e narrava “a história e a cultura” de LA pela comida, afirmou o mayor da cidade. Morreu a 21 de julho, aos 57 anos, vítima de cancro.
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Estilista
Hubert de Givenchy
Nascido em Beauvais, no norte de França, começou a trabalhar em moda em 1945. Sete anos depois, fundou a Casa de Givenchy, prestigiada marca de alta-costura que vestiu personalidades como a musa britânica Audrey Hepburn e Jacqueline Kennedy (mulher de JFK). Hepburn chamou-lhe “um criador de personalidades”.
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Psiquiatra
Álvaro de Carvalho
Médico psiquiatra e professor universitário nascido na Lourinhã, foi diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental da DGS e chegou a acompanhar as vítimas do processo Casa Pia. Morreu a 4 de janeiro com 69 anos, vítima de cancro. Adalberto Campos Fernandes descreveu-o como “referência nacional e internacional”.
ARSLVT
Empresário
Paul Allen
Construiu uma fortuna avaliada em mais de 20 mil milhões de dólares fundando e desenvolvendo a Microsoft, ao lado de Bill Gates – empresa cujo software tornou o acesso a computadores generalizado. Ao longo da vida doou mais de 2000 milhões de dólares. Morreu em outubro, com 65 anos, devido a um cancro linfático.
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Príncipe
Henrique da Dinamarca
Nascido em França, estudou na Sorbonne, serviu o exército francês na guerra da Argélia, foi diplomata e casou-se com Margarida, herdeira do trono dinamarquês e futura rainha Margarida II. Nunca recebeu o título de rei da Dinamarca e, em protesto, rompeu uma tradição com mais de 450 anos e foi cremado.
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Médico
Agostinho Almeida Santos
Médico, professor catedrático de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi pioneiro ao levar a cabo pela primeira vez a técnica de procriação medicamente assistida em Portugal, método ao primeiro nascimento de um bebé através dessa técnica em 1988. Morreu dia 14 de julho, com 77 anos.
Pastor
Billy Graham
Foi um dos pastores mais famosos da igreja evangélica no século XX e estima-se que tenha pregado a mais de 210 milhões de pessoas. Foi conselheiro espiritual dos presidentes dos EUA Harry Truman, Lyndon Johnson, George W. Bush e Bill Clinton. Fez cruzadas por 185 países e morreu aos 99 anos.
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Músico
Conway Savage
Pianista australiano, fez parte dos Nick Cave & the Bad Seeds a partir de 1990. “Era o fio anárquico que unia as performances ao vivo”, recordou o grupo, lembrando uma noite de copos na Califórnia em que Savage tocou ‘Streets of Laredo’, “parou o mundo” e deixou todos a chorar. Morreu aos 58 anos, com um tumor.
Músico
Richard Swift
Fazia de tudo: cantava, tocava pelo menos guitarra, baixo, bateria e teclas e trabalhou como músico de estúdio, músico de digressão, produtor e engenheiro de som para bandas como os The Shins, Foxygen e The Black Keys e com músicos como Kevin Morby e Damien Jurado. Morreu a 3 de julho, com hepatite. Tinha 41 anos.
Kevin Winter
Editor
Bruno da Ponte
Nascido em Ponta Delgada, dedicou boa parte da vida aos livros: fundador da Editorial Minotauro (encerrada no Estado Novo) e das Edições Salamandra, trabalhou com várias publicações e foi tradutor de escritores como Genet, Simone de Beauvoir e Chomsky. Militante do BE, morreu a 14 de dezembro, com 86 anos.
Esquerda Net
Cineasta
Claude Lanzmann
Politicamente interventivo, juntou-se à resistência francesa contra a ocupação alemã com apenas 17 anos. Opôs-se à guerra na Argélia, foi editor chefe do jornal Les Temps Modernes (fundado por Sartre e Simone de Beauvoir) e fez dez filmes, entre os quais o documentário de nove horas “Shoah”. Morreu aos 92 anos.
CANNES FILM FESTIVAL / HANDOUT/EPA
Atriz
Germana Tânger
Nasceu em Lisboa, a 16 de janeiro de 1920. Tirou um curso de dicção na Sorbonne e lecionou como professora de dicção no Conservatório Nacional durante 25 anos. Foi atriz, encenadora, declamadora e divulgadora de poesia. Publicou o livro de memórias “Vidas numa Vida” e morreu a 22 de janeiro, aos 98 anos.
JOAO RELVAS/LUSA
Fotógrafo
Geráld Bloncourt
Nascido no Haiti e imigrante em França, foi também pintor e poeta mas ficou conhecido por ter fotografado as condições em que viviam os imigrantes portugueses nos subúrbios de Paris, nos anos 60 e 70. “Era uma vida difícil, muito rude”, disse. Esteve em Portugal e chegou a ser preso pela PIDE. Morreu aos 92 anos.
Tiago Petinga/LUSA
Pediatra
Berry Brazelton
Foi professor na Harvard Medical School e autor de mais de 200 artigos científicos e 30 livros, entre eles “O Grande Livro da Criança”. Criou um modelo relacional para pais, médicos e bebés, implementado em todo o mundo. “Sem se saber Brazelton, não se sabe pediatria”, disse o português Mário Cordeiro.
Estilista
João Branco
Deixou uma grande marca: a Storytailors, que criou com Luis Sánchez. Cada coleção contava uma história – e as coleções foram apresentadas na ModaLisboa, Portugal Fashion e Semana da Moda de Paris. Desenhou ainda figurinos para teatro e dança e vestiu músicos e bandas. Morreu com 40 anos.
Alexandre Soares/LUSA
Cineasta
Penny Marshall
Nascida em Nova Iorque, fez história em Hollywood: primeiro atriz, depois cineasta, tornou-se na primeira mulher a realizar um filme com um lucro de bilheteira de mais de 100 milhões de dólares. O filme era “Big”, um dos seus grandes êxitos, a par de “Liga das Mulheres”. Morreu aos 75 anos, devido a diabetes.
AFP/Getty Images
Popular
Manuel Nascimento
A sua fotografia a chorar, confortado pelo PR, tornou-se um dos símbolos da tragédia dos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande. Manuel não foi uma das 66 vítimas mortais, mas perdeu quase tudo. “O mal é lembrar-me de tudo”, dizia este ano ao Observador. Morreu com 82 anos, sem ver reconstruída a casa que perdeu.
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Professora
Odette Ferreira
Além de professora, foi farmacêutica e investigadora. Dedicou a vida ao combate à sida e foi pioneira em Portugal na investigação da doença, integrando equipas que obtiveram resultados notáveis para o conhecimento do vírus HIV. Presidiu à Comissão Nacional de Luta contra a Sida. Morreu em outubro com 93 anos.
Andre Kosters/LUSA
Cantora
Montserrat Caballé
Soprano nascida em 1933, formada no Conservatório Musical de Barcelona, não gostava de ser chamada de “diva” mas foi uma das grandes vozes da ópera da segunda metade do século XX. Passou por grandes salas mundiais, entre as quais o São Carlos, e cantou com Freddie Mercury. Morreu a 6 de outubro, com 85 anos.
Miquel Benitez/Getty Images
Músico
Cecil Taylor
Também foi poeta, intercalando as duas artes em palco, mas para a posteridade ficará sobretudo a técnica musical. Pianista, foi uma referência do free-jazz, de que foi percursor, no final dos anos 1950, a par de Ornette Coleman. Morreu em abril, aos 89 anos. No CCB, este ano, Jason Moran dedicou-lhe um concerto.
Catalina Pestana
Estudou filosofia, foi professora e diretora do Colégio (misto) de Santa Catarina da Casa Pia. Assumiu o cargo de provedora da instituição e foi uma das pessoas que mais defendeu as crianças que diziam ter sido vítimas de abusos sexuais. Morreu a 22 de dezembro com 72 anos, depois de várias doenças e uma infeção.
António Cotrim/LUSA
Médico
Ricardo Seabra Gomes
Cardiologista, foi autor da primeira angioplastia coronária em Portugal, em 1984. Foi investigador no londrino National Heart Hospital, publicou centenas de artigos científicos e presidiu à Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC). “A cardiologia de intervenção ficou mais pobre”, disse a SPC.
Atriz
Manuela Cassola
Nasceu em Portalegre, estudou teatro no Conservatório Nacional, fez cinema (com Manuel Mozos, Luís Filipe Rocha, Joaquim Sapinho), teatro (no Villaret, D. Maria II, Teatro Aberto), mas sobretudo televisão. A personagem Justina, que interpretou em “Inspector Max”, foi marcante. Morreu a 26 de dezembro, com 93 anos.
Facebook/Manuela Cassola
Escritor
Amos Oz
Escritor, professor de literatura e defensor militante da paz entre palestinianos e israelitas (esteve na fundação do movimento pacifista Paz Agora), foi várias vezes apontado ao prémio Nobel da Literatura, mas nunca o venceu. Premiado, com livros traduzidos em todo o mundo, morreu vítima de cancro, aos 79 anos.
MARC TIRL/AFP/Getty Images