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O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha (D), entrega uma carta aberta dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando a que possa exercer a sua magistratura de influência, no Palácio de Belém, em Lisboa 07 de agosto de 2023. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
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JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

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Médicos. SIM admite "ponto de encontro" no aumento salarial para facilitar acordo, FNAM fala em "oceano inteiro" de diferença

Jorge Roque da Cunha admite "ponto de encontro" quanto ao tema que está a bloquear as negociações, mas apenas "se houver flexibilidade da parte do governo". FNAM não abdica do aumento salarial de 30%.

À entrada para mais uma reunião entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde, e perante a indisponibilidade da tutela para ir mais além em relação à proposta de aumento de 5,5% do salário-base dos médicos, um dos sindicatos envolvidos na negociações — o Sindicato Independente dos Médicos  — admite que poderá ser possível um “ponto de encontro” nesta matéria, isto é, um aumento inferior aos 30% exigidos pelos sindicatos, de modo a facilitar um acordo.

Ao Observador, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, admite que o SIM não é intransigente quanto à exigência de um aumento do salário base de 30%, mas ressalva que a aproximação da parte do sindicato — no que diz respeito a este ponto — só poderá ocorrer se o governo alterar a sua proposta e revir em alta o aumento, de 5,5%, proposto em meados de outubro.

Naturalmente que é possível chegarmos a um ponto de encontro, se houver também flexibilidade da parte do governo“, afirma o médico, que representa o SIM nas negociações com o Ministério da Saúde. “É um processo negocial”, reforça.

Apesar da disponibilidade para negociar o aumento proposto, Roque da Cunha ressalva que o SIM já deu dois passos de aproximação ao governo, quando retirou a exigência de que o aumento salarial do próximo ano seja feito com retroativos ao ano de 2023 (sendo que as negociações começaram em 2022) e, por outro lado, quando se mostrou disponível “para calendarizar a recuperação do poder de compra”, ou seja, para fasear o aumento salarial de 30% ao longo de três anos, até 2026.

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Sindicatos médicos admitem aumento de 30% ao longo de três anos. Mas Ministério da Saúde não deverá ir “muito mais além” do que propôs

O responsável sindical reforça, no entanto, que o aumento de 30% “é o que é desejável e o justo”. “A proposta que o governo faz [aumento de 5,5%] para os médicos que estão em 40 horas (que são a esmagadora maioria dos médicos) não é suficiente para repor a perda de poder de compra de 30% nos últimos dez anos, isto é, 20% de inflação acumulada mais a carga fiscal”, sublinha Roque da Cunha. “O governo não vai além dos 5,5% com o argumento do regime de dedicação plena e com o argumento de que um aumento superior poderia contaminar o resto da administração pública”, lamenta Roque da Cunha.

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, durante uma manifestação junto ao 2.º Simpósio da Organização Mundial de Saúde dedicado ao futuro digital, no Porto, 05 de setembro de 2023. ESTELA SILVA/LUSA

"Não queremos suplementos nem subsídios. Queremos o aumento do salário base para todos os médicos", diz Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM

ESTELA SILVA/LUSA

No entanto, e apesar da disponibilidade do SIM, o acordo pode ainda estar longe de ser alcançado, uma vez que os sindicatos estão, nesta fase, a negociar ’em bloco’ com o governo e a Federação Nacional dos Médicos não está disposta a abrir mão do aumento de 30%. “Em relação à questão da grelha salarial, há um oceano inteiro a separar-nos. Queremos uma reposição de 30%, que compense a perda de poder de compra perdido na última década”, diz ao Observador a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Joana Bordalo e Sá realça que “o que o Ministério propõe são suplementos que vão implicar mais trabalho”.

“Não queremos suplementos nem subsídios. Queremos o aumento do salário base para todos os médicos e isso não está a ser contemplado”, diz a médica, acrescentando que, a manter-se o impasse na negociação ao aumento salarial, “vai ser muito difícil chegar a um acordo”.

Aumento salarial foi o tema que gerou maior tensão entre sindicatos médicos e o governo. Se impasse continuar, “dificilmente haverá acordo”

A presidente da FNAM admite ter “expectativas baixas” para a reunião deste sábado. “Aquilo que temos discutido não se tem vindo a refletir nos documentos que nos enviam”, diz a responsável. “Se isto continuar assim, os médicos vão continuar a sair do SNS, seja para o setor privado, seja para as empresas prestadores de serviço, seja para o estrangeiro”, garante Joana Bordalo e Sá.

Em relação à restrição orçamental, que poderá estar a impedir que o governo se aproxime do aumento salarial pedido pelos médicos, a presidente da FNAM diz que “o Ministério da Saúde tem de assumir se quer ter médicos no SNS ou não”. “Se a saúde for uma prioridade, a questão orçamental tem de ser revista”, sublinha.

"Não só os serviços de urgência estão a ser afetados como cada vez mais consultas e cirurgias são adiadas"
Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos

Jorge Roque da Cunha mostra-se preocupado com os efeitos da ausência de um acordo entre tutela e sindicatos. “Não só os serviços de urgência estão a ser afetados como cada vez mais consultas e cirurgias são adiadas — isto cria o perigo de as pessoas recorrerem à urgência em situações mais gravosas”, diz o secretário-geral do SIM.

As negociações entre os sindicatos e o governo já se arrastam há 18 meses. Com o atual ministro, o processo negocial começou há já quase um ano, a 9 de novembro de 2022. Está marcada outra reunião para este sábado, às 14 horas. Os sindicatos e o governo vão procurar chegar a um acordo que coloque um ponto final no protesto (a que já aderiram quatro mil médicos) de escusa à realização de mais horas extraordinárias e que tem provocado constrangimentos e até encerramentos de serviços de urgência hospitalares.

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