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Alexander Bortnikov e Vladimir Putin de férias em Tula, em agosto de 2018
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Alexander Bortnikov e Vladimir Putin de férias em Tula, em agosto de 2018

Kremlin

Alexander Bortnikov e Vladimir Putin de férias em Tula, em agosto de 2018

Kremlin

O "gestor de crises" de Putin que mandou envenenar opositores e lidera a "operação contraterrorista" em Kursk

É o atual líder do ramo das secretas russas, o FSB, e vai liderar a operação para travar a ofensiva ucraniana em Kursk. Alexander Bortnikov é um velho aliado de Putin — e "gere as crises" no Kremlin.

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21 de fevereiro de 2022. Três dias antes de a Rússia invadir a Ucrânia, Vladimir Putin reunia no Grande Palácio do Kremlin todos as figuras importantes do regime. Entre os presentes estava naturalmente um dos homens mais poderosos do país: o líder do Serviço Federal de Segurança (FSB), um dos ramos das secretas da Rússia. Aquele cargo tinha sido ocupado, anos antes, pelo próprio Presidente russo. Perante o Chefe de Estado e antecessor, Alexander Bortnikov declarava que a Federação Russa não podia deixar de “proteger” as “populações que viviam na República Popular de Lugansk e Donetsk”: “Estou absolutamente certo de que os devíamos ajudar a implementar os seus direitos e a defendê-los”, disse aos presentes.

Pouco após a reunião terminar, ainda nesse mesmo dia de 21 de fevereiro, Vladimir Putin declarava unilateralmente a independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Três dias depois, o Chefe de Estado invadia a Ucrânia para proteger a população daquelas duas regiões que compõem o Donbass do genocídio “perpetrado pelo regime de Kiev durante oito anos”. Um dos nomes que influenciou esta decisão drástica do Presidente russo em atacar o país vizinho foi precisamente Alexander Bortnikov, um homem nascido em Perm, uma cidade nos Montes Urais russos, em 1951, em plena Guerra Fria.

Juntamente com o antigo secretário do Conselho de Segurança da Rússia e atual assessor de Vladimir Putin Nikolai Patrushev, o líder do FSB foi convencendo, meses antes da invasão, o Presidente russo da necessidade de a Rússia invadir a Ucrânia, noticiou o jornal The Times em novembro de 2022. Os objetivos iniciais passavam por anexar as repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk e depor o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, colocando no cargo uma figura pró-Moscovo.

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Putin e Bortnikov sempre foram próximos

AFP via Getty Images

O Presidente russo acabou por concordar com esta figura reservada, que aparece em público muito raramente, sobre a invasão da Ucrânia. Ao longo da sua carreira, Alexander Bortnikov já cumpriu ordens e realizou favores para solidificar o poder de Vladimir Putin, como mandar envenenar ou mandar matar dissidentes do regime. Num momento de crise em que se assiste a tropas ucranianas a entrar em solo russo, este homem de confiança é chamado novamente pelo Chefe de Estado.

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Ativando uma operação contraterrorista nas regiões fronteiriças com a Ucrânia (Krusk, Belgorod e Bryansk) que Zelensky está invadir, Vladimir Putin encarregou o líder do FSB e presidente da Comissão Nacional Antiterrorista russo de ser o responsável pela sua gestão. Isso dá ao homem de 72 anos, um dos mais influentes no núcleo duro da presidência, a oportunidade de reforçar a lealdade ao Chefe de Estado. E quem sabe, mais poder.

Olho por olho. Ucrânia tenta começar nova fase da guerra e aproveita falhas russas em Kursk: “Foi uma chapada na cara para Putin”

O jovem “humilde” e “com falta de charme” que chega a diretor do sucedâneo da KGB

Após terminar a faculdade, Alexander Bortnikov trabalhou como engenheiro numa estação de comboios na localidade de Gatchina, a cerca de 50 quilómetros de São Petersburgo (na altura, Leningrado). Era conhecido por ser um jovem “humilde e intuitivo”, destacando-se pelo seu pensamento lógico. As suas capacidades intelectuais não passaram despercebidas aos radares do KGB, que o convidou a estudar na academia em Moscovo que formava os futuros membros daquela polícia secreta e política.

Foi o início da sua carreira no KGB. Alexander Bortnikov nunca mais abandonou o trabalho nas secretas. Foi para São Petersburgo, onde passou grandes temporadas. E terá sido naquela cidade, onde nasceu e cresceu Vladimir Putin que também se juntou à polícia secreta da União Soviética, que conheceu o agora Presidente russo nos anos 70, relata o The Times. Contudo, o líder do FSB nunca explicou como começaram as suas ligações ao Chefe de Estado, nem como se formaram laços de lealdade entre os dois.

Conhecido pela sua personalidade fria e honesta, Alexander Bortnikov trabalhou principalmente nas unidades de contraespionagem. Contrariamente a outros membros da polícia secreta, o homem nascido nos Montes Urais nunca saiu da União Soviética. Como escreve o professor Filip Kovacevic, especialista em espionagem e contraespionagem russa num artigo no portal Spytalk, era conhecido pela sua “falta de charme” e “rigidez física” — traços que não eram adequadas para um espião.

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A sede do KGB em Moscovo

Sygma via Getty Images

Nos anos 90, a União Soviética colapsou. Várias antigas repúblicas soviéticas tornaram-se independentes e formou-se a Federação Russa. Numa nova era — marcada pela desordem —, Alexander Bortnikov mantinha-se a trabalhar para as secretas, desta vez não para o KGB, mas para o seu sucedâneo: o FSB. Mas aproveitou essa instabilidade e esse novo organismo para forjar alianças e ganhar destaque dentro dos serviços de informações. Quem sabe se com Vladimir Putin, que coordenou este ramo das secretas antes de ser Presidente.

Três anos depois de Vladimir Putin chegar ao poder, o Presidente russo chama Sergey Smirnov, diretor do Serviço Federal de Segurança na província de São Petersburgo, para Moscovo. Alexander Bortnikov torna-se o seu substituto, mas não por muito tempo; em 2004, é chamado para liderar o Serviço de Segurança Económico (SEB), que coordena as atividades financeiras do FSB. É um novo capítulo da vida do homem “sem charme”; muda-se para a capital russa e para perto do Kremlin.

Corrupção, fraudes e uma excessiva tolerância do Presidente russo. Não existiam regras no Serviço de Segurança Económico, uma forma de Vladimir Putin controlar de perto as empresas no seu país. Sob pressão das secretas, muitas são obrigadas a incluir no seu conselho de administração um membro do SEB. Ao portal Agentura.Ru, um ex-empregado explicou a dinâmica: “Em principio, o SEB tem materiais suficientes para fechar qualquer empresa grande e colocar qualquer pessoa da administração atrás das grades”.

"Em principio, o SEB tem materiais suficientes para fechar qualquer empresa grande e colocar qualquer pessoa da administração atrás das grades"
Ex-empregado do Serviço de Segurança Económico

Neste cargo, Alexander Bortnikov acumulou uma fortuna. Ao mesmo tempo que vigiava as contas das secretas e combatia o terrorismo económico dos inimigos da Rússia, o homem já estava implicado em outras tarefas. Foi o responsável por perseguir dissidentes anti-Putin e por ter alegadamente mandado envenenar o coronel Alexander Litvinenko, um antigo dirigente do FSB que fugiu para Londres. O dissidente acabou por morrer após estar cerca de vinte dias hospitalizado.

Como escreveu o analista de política russa Mark Galeotti na revista académica neerlandesa Platformraam, Alexander Bortnikov sempre foi “um dos executores da repressão política do Kremlin a nível interno e de subversão no estrangeiro” — com a vantagem, para o regime, de raramente fazer perguntas, cumprindo com aquilo que lhe mandavam. Nunca escondeu igualmente que gosta de um “estilo de vida” confortável e terá ajudado o seu próprio filho, Denis Bortnikov, a tornar-se presidente do banco estatal russo VTB.

A lealdade ao regime e o empenho nas missões que lhe confiavam levaram-no a chegar ao topo do FSB. Em 2008, o antigo Presidente Dmitry Medvedev nomeou-o diretor das secretas, uma decisão que terá sido tomada por Vladimir Putin. Desde que assumiu as funções, o seu mandato ficou marcado, segundo Filip Kovacevic, pela “repressão” que “silenciou críticos de Putin quer internamente, quer no estrangeiro, de formas ainda mais brutais”. “Ameaças de morte, assassínios, tornaram-se um lugar comum.”

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Encontro entre Medvedev e Bortnikov em 2010

AFP via Getty Images

Tal como já tinha ficado demonstrado com Alexander Litvinenko, o principal modus operandi do diretor do FSB consiste no envenenamento dos opositores do regime. Terá sido ele a ordenar que Vladimir Kara-Murza, jornalista e dissidente que foi detido na Rússia e libertado após a histórica troca de prisioneiros de dia 1 de agosto, fosse envenenado.

Alexander Bortnikov também terá ordenado o envenenamento do principal opositor russo, Alexei Navalny, em 2020. Foram vários os espiões ocidentais a apontarem-lhe diretamente o dedo . Juntamente com outros responsáveis do Kremlin, o líder do FSB acabou por ser sancionado pela União Europeia, pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos em 2021 — pelo uso de “armas químicas” contra opositores; aliás, estas foram as primeiras sanções aplicadas pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, quando chegou à Casa Branca.

A influência junto a Putin e o gestor de crises — desde Prigozhin a Kursk

Cumprindo ordens e eliminando grande parte dos críticos contra o regime, Alexander Bortnikov foi ganhando a estima do Presidente russo. Tanto assim é que, em agosto de 2018, o Chefe de Estado fez uma viagem de lazer para a província de Tuva (região que faz fronteira com a Mongólia), junto ao rio Yenisey, com o líder do FSB e o antigo ministro da Defesa, Sergei Shoigu. Os três homens desfrutaram da natureza e “admiraram as paisagens bonitas”, segundo disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. A presidência russa divulgou 42 fotografias do momento; reservado, o chefe das secretas apenas aparece em três.

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Putin de férias em Tuva com Bortnikov em 2018

AFP via Getty Images

Meses antes da invasão da Ucrânia, no meio da pandemia da Covid-19, Vladimir Putin isolou-se quase completamente. Apenas se encontrava com mais frequência, segundo o The Times, com quatro homens da sua confiança: Alexander Bortnikov, Nikolai Patrushev, Sergei Shoigu e ainda o empresário Yuri Kovalchuk. Os dois primeiros nunca esconderam a sua animosidade com o Ocidente.

Na ótica de Alexander Bortnikov e outros nomes do regime russo saudosos da Guerra Fria, partes da Ucrânia — principalmente o leste o sul — pertencem à “zona de influência russa”. Ainda esta segunda-feira, Vladimir Putin voltou a aludir, num discurso para debater a recente ofensiva ucraniana em Kursk, que é necessário libertar as regiões de Donetsk, Lugansk e a Novorossiya — uma antiga região do Império Russo que consiste atualmente no sul de território ucraniano.

Neste contexto, um confronto com o Ocidente e a Ucrânia, que tinha ambições de pertencer à NATO e à União Europeia, era inevitável, acreditavam Nikolai Patrushev e Alexander Bortnikov — ideias que transmitiram ao Presidente russo durante o seu isolamento. Segundo o que Andrei Pertsev, comentador político e jornalista do jornal Meduza disse ao New Voice Ukraine, havia, não obstante, uma diferença entre os dois homens.

Ucrânia “provoca” e surpreende Putin com ofensiva em território russo: “É algo completamente novo”

Alexander Bortnikov era o encarregado por comunicar informações confidenciais ao Presidente russo e  acreditava numa vitória rápida na Ucrânia, assim como na tese de que as tropas russas seriam recebidas de braços abertos em território ucraniano. Já “Patrushev, pelo contrário, disse que era melhor negociar primeiro”, complementa Andrei Pertsev.

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Nikolai Patrushev e Alexander Bortnikov

POOL/AFP via Getty Images

Dando ouvidos a estes dois homens, em particular ao chefe das secretas, Vladimir Putin decidiu invadir a Ucrânia. A ideia de uma vitória rápida e de que os ucranianos receberiam bem as tropas russas desvaneceu-se rapidamente. Mesmo assim, 30 meses depois da guerra ter começado, o Presidente russo não desiste dos objetivos pelos quais começou a sua “operação militar especial”: “Desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia”. 

Ao longo destes 30 meses de guerra, foram alguns os revezes sofridos pela Rússia — e Alexander Bortnikov esteve sempre na linha da frente a tentar resolver os problemas. Por exemplo, em junho de 2023, o antigo líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, começou uma “marcha pela justiça” na Rússia com o objetivo de depor o antigo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov. Enquanto líder do FSB, Bortnikov foi um dos responsáveis por parar a insurreição que nem durou 24 horas.

Recentemente, Alexander Bortnikov apareceu em público para a apontar o dedo à Ucrânia, acusando o país de estar envolvido no ataque ao centro de espetáculos Crocus. Ainda que o autoproclamado Estado Islâmico tenha reivindicado a autoria do atentando que matou 145 pessoas, o líder do FSB deixou acusações: “Pensamos que este foi ato foi preparado por islâmicos radicais, mas claro, os serviços secretos ocidentais ajudaram. E o serviços secretos ucranianos tiveram uma ligação direta”.

epa08746758 (FILE) - Alexander Bortnikov, head of the Federal Security Service (FSB) waits for a meeting of the Pobeda (Victory) Organizing Committee in the Kremlin, Moscow, Russia, 11 December 2019 (reissued 15 October 2020). The European Union puts Director of Russia's FSB Alexander Bortnikov, First Deputy Chief of Staff of the Presidential Administration Sergei Kiriyenko and four other high-ranking Russian officials on the EU's blacklist against Russia over the alleged poisoning of blogger Alexey Navalny, the Council of the European Union said.  EPA/PAVEL GOLOVKIN / POOL *** Local Caption *** 55700493

Bortnikov acusou a Ucrânia e o Ocidente de estar por trás do ataque ao centro de espetáculos Crocus, reivindicado pelo Estado Islâmico

PAVEL GOLOVKIN / POOL/EPA

Em situações complexas para o regime, Vladimir Putin confia no líder do FSB. Não é de estranhar que o tenha feito novamente para travar a operação ofensiva ucraniana em Kursk. Como referiu o think tank norte-americano Instituto para a Guerra (ISW, sigla em inglês) no seu relatório de dia 10 de agosto, Alexander Bortnikov “já provou no passado” ser um “gestor eficaz durante crises que ameaçaram a estabilidade doméstica e o regime do Kremlin”.

Para isso, também contou o facto de o Chefe de Estado russo ter alegadamente perdido a confiança no chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas. Segundo o que vários meios de comunicação sociais russos deram conta nos últimos dias, Valery Gerasimov não avisou Vladimir Putin da ofensiva ucraniana e terá ignorado avisos dos serviços secretos. “A declaração da operação contraterrorista sob liderança de Bortnikov sugere que Putin estava insatisfeito com o comando militar russo na habilidade de gerir a situação na província de Kursk”, corrobora o Instituto para a Guerra.

Com a ofensiva em Kursk, Zelensky “embarcou no caminho do extermínio dos ucranianos”, acusa Putin

Sem perder tempo, Alexander Bortnikov já chefiou, esta terça-feira, uma reunião da Comissão Nacional Antiterrorista para tentar travar a ofensiva da Ucrânia em solo russo. A Federação Russa deve estar pronta, refere o líder das secretas num comunicado citado pela RIA, para “repelir ataques terroristas e também para prevenir ameaças terroristas no contexto da operação militar especial”.

Nessa mesma nota, o líder das secretas russas voltava a atirar contra os países ocidentais, algo habitual nos discursos deste homem de 72 anos. “O regime de Kiev, juntamente com o Ocidente coletivo, levou a cabo um ataque terrorista na região de Kursk, cujos alvos foram civis e objetivos civis”, denunciou. As mesmas ideias tinham sido transmitidas por Vladimir Putin, um dia antes.

"A declaração da operação contraterrorista sob comando de Bortnikov sugere que Putin estava insatisfeito com o comando militar russo na habilidade de gerir a situação na província de Kursk"
Instituto para a Guerra

Homem forte do regime, o jovem “humilde” que chegou ao KGB com 24 anos não tem dúvidas de que a ordem mundial deve consistir num confronto entre o Ocidente e a Rússia, como acontecia durante a Guerra Fria. A Ucrânia é o campo de batalha dessa guerra por procuração que convém a Moscovo vencer. E Alexander Bortnikov, homem de confiança que faz o trabalho sujo do Kremlin sem perguntas, já provou que vai fazer de tudo para que seja este o seu legado.

 
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