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Maputo foi dormir na noite desta quarta-feira na expectativa do regresso de Mondlane, às 8h05 de quinta-feira, a Maputo

AFP via Getty Images

Maputo foi dormir na noite desta quarta-feira na expectativa do regresso de Mondlane, às 8h05 de quinta-feira, a Maputo

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Se "tocarem" em Mondlane, "país incendeia-se". Maputo em alta tensão à espera do regresso do "Presidente eleito pelo povo"

Após escrever a vários países, Mondlane passou o dia a meditar. Jovens vão passar a noite no aeroporto. E há quem faça 7.000 km para receber o "Presidente do Povo". Maputo entre o medo e a euforia.

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Assim que atende a chamada do Observador, dispara em voz baixa: “Não posso falar. Estou num sítio onde fui ameaçado hoje [quarta-feira] só porque disse que amanhã vou esperar o Presidente ao aeroporto”. Chico (nome fictício), jovem residente num dos bairros mais “quentes” da periferia de Maputo, pede uma hora para se deslocar para um local onde possa conversar. Um dos sinais de que a perseguição aos apoiantes do candidato presidencial que chega esta quinta-feira a Moçambique não parou, depois de se saber que vários têm sido sequestrados e assassinados.

Assim que chega à capital, depois de umas semanas fora de Moçambique, Alessia (nome fictício) fica com vontade de fugir. “Não se consegue circular, as principais vias em torno do palácio da Ponta Vermelha estão fechadas, parece que receiam um golpe de Estado. Percursos de cinco ou dez minutos levam horas a percorrer porque além das ruas cortadas pelo governo, há outras entulhadas de lixo que os manifestantes despejaram em protesto pela fraude eleitoral e pela cobrança de uma tarifa da empresa da eletricidade”.

A chuva fustigou com força a região e a moçambicana de 39 anos queixa-se das ruas alagadas e da gincana que teve de fazer para chegar a casa.

Também Paulo (nome fictício) retrata uma cidade onde é impossível circular. “Esta tarde choveu muito, com ventos fortes também, o que deixou a cidade, mesmo a parte alta e privilegiada, literalmente debaixo de água, até eu andei com água pelos joelhos. Imagine os bairros, afetados de uma forma brutal, com casas, acessos e ruas inundadas”, conta. A “par disto tudo a polícia hoje alargou mais as ruas bloqueadas, mesmo na cidade interior: está um caos, 2h e 15 minutos, cronometrados, para fazer um trajeto que em geral demora dez minutos”.

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O ambiente é muito tenso, numa mistura de euforia pelo regresso de VM e de medo, pelo que de mau pode acontecer. Há pessoas que dizem que amanhã [quinta-feira] não vão trabalhar, que não vão sair de casa e a Frelimo tem feito de tudo para atiçar os temores, tem posicionado blindados para as pessoas entrarem em pânico
Cremildo Chichongue

Alessia nem imagina “o que será amanhã com a volta de Venâncio Mondlane. Precisei de voltar por razões familiares, mas nem vou sair à rua, tenho medo, a situação é explosiva“, garante ao Observador. Nos grupos de WhatsApp repetem-se intenções iguais da classe média que ainda está em Maputo enquanto nas redes sociais, como o Facebook, fervilha a vontade de muitos jovens irem receber “o Presidente do Povo”, como lhe chama Chico.

“O ambiente é muito tenso, numa mistura de euforia pelo regresso de VM e de medo, pelo que de mau pode acontecer. Há pessoas que dizem que amanhã [quinta-feira] não vão trabalhar, que não vão sair de casa, e a Frelimo tem feito de tudo para atiçar os temores, tem posicionado blindados para as pessoas entrarem em pânico, mas não adianta, isso não vai diminuir o movimento”, salienta ao Observador Cremildo Chichongue, o mais jovem (31 anos) conselheiro de Mondlane.

[Já saiu o quarto episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, o novo Podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo e aqui o terceiro episódio]

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A ignorância dos pais e a fé da irmã e os muitos convites

Longe de tudo isto estão os pais do candidato presidencial que trouxe a revolução às ruas de Moçambique ao não aceitar os resultados oficiais que dão a vitória a Daniel Chapo, da Frelimo (Frente da Libertação de Moçambique, no poder há praticamente 50 anos, desde a independência de Portugal). Venâncio (pai e filho partilham o mesmo nome) e Virgínia, os dois com mais de 80 anos, não sabem que o sexto de nove filhos regressa a Maputo. Na verdade, nem sabem que VM7, como lhe chamam os jovens, tem estado fora do país desde outubro, por razões de segurança.

Maria Amélia, uma das irmãs, procura afastar com a fé o medo de que o irmão seja preso ou assassinado. “Estou tranquila na confiança de que ele é um servo de Deus e que se tomou esta decisão foi porque a pesou muito em oração”, confessa ao Observador.

Venâncio Mondlane, que desde que saiu do país já sofreu três tentativas de assassinato no estrangeiro, confirma ao Observador Cremildo Chichongue, “sabe bem os riscos que corre”. E reservou a véspera da sua chegada a Maputo, esta quinta-feira, 8h05 locais (6h05 em Lisboa) para meditar, adianta ao Observador um apoiante estrangeiro, que tem contacto assíduo com o político.

Se Mondlane aterrar mesmo em Maputo e for preso ou morto o país vai incendiar-se, vai produzir-se um mártir, mas a Frelimo é especialista em dar tiros no pé
João Feijó

Mas VM7 não ora e medita apenas. Nos últimos dias enviou uma série de cartas a vários Presidentes de países, incluindo a Marcelo Rebelo de Sousa, informando-os de que regressava ao país. Aliás o chefe de Estado português divulgou esta quarta-feira à tarde, na página online da presidência, a receção de duas cartas: a de Filipe Nyusi, seu homólogo moçambicano, e a do candidato contestatário. “O Presidente da República recebeu ontem uma carta do Presidente cessante de Moçambique, convidando para a cerimónia de tomada de posse do seu sucessor. Recebeu também hoje uma carta do candidato presidencial Venâncio Mondlane, informando que iria regressar amanhã a Maputo”. Resta saber se Marcelo Rebelo de Sousa irá ou não à cerimónia de Daniel Chapo depois do coro de críticas que a posição portuguesa sobre o ato eleitoral recebeu.

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Mondlane não escreveu apenas a chefes de Estado. Enviou cartas e convites a embaixadores, organizações de direitos humanos, além de políticos estrangeiros e nacionais para que estivessem presentes na sua chegada ao aeroporto. Um deles foi o conhecido Mmusi Malmone, líder do Bosa (Build One South Africa), partido da oposição sul-africana.

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Na carta, Mondlane descreveu as mortes, detenções arbitrárias, sequestros, desaparecimentos, referindo mesmo a descoberta de valas comuns e outras “violações dos direitos humanos” do período pós-eleitoral. Explica que o seu regresso é arriscado mas que decidiu “regressar para continuar a defender os valores democráticos e os direitos dos moçambicanos à liberdade e à participação política”. E por isso pede que o deputado sul-africano esteja presente ou se faça representar no aeroporto.

O meu corpo está disponível. Matar-me? Podem matar-me mas a minha luta nunca morrerá. Eu também sei que se eu cair, a revolta popular que vai acontecer não terá comparação na história de Moçambique ou de África, vocês vão ver uma coisa nunca vista...
Venâncio Mondlane

Maimane reagiu de imediato nas redes sociais anunciando que tinha pedido uma reunião urgente com o Presidente sul-africano e o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Cyril Ramaphosa já tinha recebido um grito de ajuda da sociedade civil moçambicana esta semana, que aliás continua a sua cruzada pelas instâncias internacionais.

Esta quarta-feira Wilker Dias, da Plataforma Decide, anunciava que em breve estaria em Adis Abeba, na Sede da União Africana “para procurar saber quais foram os termos e condições para a retirada do conflito em Moçambique da agenda”.

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Também preocupados com a segurança de VM, alguns ativistas dirigiram-se a várias entidades pedindo que usem a “credibilidade, influência e compromisso com a paz e os direitos humanos para garantir que o regresso e permanência do candidato eleitoral Venâncio Bila Mondlane em Moçambique ocorra em condições de segurança e respeito pelos seus direitos fundamentais.”

Na carta enviada, a que o Observador teve acesso, solicitam “com urgência e continuamente” a intervenção dessas entidades e instituições para “monitorizar e denunciar quaisquer ameaças à integridade física ou à liberdade de Mondlane”. Mas também para “garantir que as instituições judiciais atuem com independência e imparcialidade, evitando que sejam usadas como instrumentos de repressão política”.

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Os convites enviados por Mondlane não fazem parte de uma estratégia para o proteger, explica Chichongue. “Quando muito, garantiria a sua segurança no momento em que descesse do avião, mas depois ele segue a sua vida política”. O que se pretende “é ter uma receção digna, sem sobressaltos e o mais tranquila possível”.

Aliás, Venâncio convidou mesmo Filipe Nyusi, o procurador-geral da República, a presidente do Conselho Constitucional e o presidente do Supremo Tribunal a estarem presentes. O Presidente moçambicano não respondeu, adianta ao Observador o coordenador da área de marketing de Venâncio Mondlane. “Devia ser a pessoa mais interessada em participar pois está sempre a dizer que quer diálogo, mas que não sabe onde VM está. Agora tinha uma oportunidade singular para falar com ele”, frisa Cremildo Chichongue.

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Nyusi fez outra coisa. Convocou todos os partidos com assento parlamentar para uma reunião, nesta mesma quinta-feira, às 9ho0, deixando de fora Venâncio Mondlane. “Isto será para desviar as atenções e principalmente da comunidade internacional sobre o real problema que o país enfrenta”, acusa Wilker Dias.

Chichongue assegura que a receção vai “ser algo de inédito” e que a colocação de blindados em locais estratégicos “não vai mudar em nada a expectativa”. Há “pessoas que já saíram de onde estão, a mais de sete mil quilómetros de Maputo, para estarem neste momento importante”. E muitos da equipa, como o próprio Chichongue, que teve também de sair do país, regressaram esta quarta-feira.

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Sim, admite, “esta é uma operação de alto risco, mas risco é também nas últimas 72 horas terem sido assassinados membros do Podemos, [o partido que tem apoiado Mondlane (as duas partes estão a incompatibilizar-se devido à tomada de posse dos deputados eleitos)] e apoiantes de VM”, refere o membro da equipa do candidato. “Estão a ser perseguidos e sequestrados em todo o país e Venâncio disse que voltava a Moçambique porque estava cansado de ver os seus irmãos serem assassinados”.

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Ainda na terça-feira, Adriano Nuvunga, o diretor do Centro para a Democracia e os Direitos Humanos, dava conta, num vídeo publicado no Facebook, de dois jovens “sequestrados pelo Sernic [Serviço Nacional de Investigação Criminal]” na véspera. E esta quarta-feira um vídeo cujas imagens são demasiao explícitas para publicar aqui mostra como um polícia vestido à civil agrediu um rapaz que vestia uma t-shirt com o rosto de Mondlane. A população enfureceu-se e acabou por matar o agente.

Aliás os relatos de violência dos dois lados continuaram a chegar na véspera da chegada de Mondlane. Esta quarta-feira a polícia disparou balas reais em Xipamanine, bairro na periferia de Maputo que é também um grande mercado, conta um morador na capital moçambicana ao Observador. A população bloqueou a estrada com lixo e “a polícia chegou já a atirar e a causar pânico, todo o comércio fechou”.

“Venâncio não devia vir, população sabe que a Frelimo mata”

O perigo é mais do que real, avisa João Feijó, investigador moçambicano. O coordenador do Observatório do Meio Rural hesita em acreditar que Mondlane cumpra mesmo o anunciado. “Acho que ele não vem, se vier vai ser preso, no mínimo. Não devia vir, a população sabe perfeitamente que a Frelimo mata e a esmagadora maioria não o irá condenar se ele não cometer esse ato suicida de vir a Moçambique”.

O académico lembra que “a Frelimo, que é sinistra, está farta dele” e por isso “vai ser acusado e preso”. O facto de, como segundo candidato mais votado fazer parte do Conselho de Estado e gozar de imunidade, logo não poder ser detido apesar de ser alvo de vários processos judiciais e de um mandado de detenção, não convence João Feijó. “Também António Muchanga, da Renamo, tinha imunidade e convocaram uma reunião, destituiram-no e prenderam-no”.

Venâncio Mondlane é um problema para o regime sem paralelo. A sua vinda coloca um dilema ao regime
Egídio Chaimite

Se Mondlane aterrar mesmo em Maputo e for preso ou morto, “se tocarem em VM, o país vai incendiar-se”, vai produzir-se “um mártir, mas a Frelimo é especialista em dar tiros no pé”, afirma João Feijó. Dentro do partido “não há consenso sobre esta crise, e os mais fanáticos, os mais radicais, não aceitam ser confrontados desta forma, estão sem paciência para VM e querem resolver isto”, continua. “Se aterrar em Maputo ficarei muito preocupado com a saúde e a vida dele, mas também com a insegurança e instabilidade no país”.

O investigador tem razão. Se agora, aponta Cremildo Chichongue, quando VM fica dois ou três dias sem dar sinal de vida, sem fazer as suas famosas lives (transmissões em direto nas redes sociais) “vão logo bloquear estradas até haver prova de vida”, pense-se no que poderá acontecer se Mondlane for preso ou morto.

Aliás, está a circular nas redes sociais um aviso alegadamente do povo de Bobole, partilhado numa página do Facebook que se chama “Bobole informa”, que depois de apelar para todos estarem presentes no aeroporto para receber “o Presidente eleito pelo povo” diz o que fará “se alguma coisa acontecer a Venâncio Mondlane na quinta-feira ou nos dias seguintes”.

E a lista tem várias ameaças:  “O povo de Bobole, Maluana e Maragra vai tomar à força a base de treino da UIR (Unidade de Intervenção Rápida) em Makandzene, apreender as armas, destruir e queimar a base. Em coordenação com a população de Munguine, vai invadir o quartel de Munguine”.

O comunicado continua depois, dizendo: “Irmãos isto pode parecer uma brincadeira, mas o regime sempre tratou o povo como se fosse uma brincadeira, e quando as coisas acontecem, eles ficam assustados. Desta vez não será diferente. Reafirmamos, se um único fio de cabelo de Venâncio Mondlane for tocado, Maputo só vai acabar em Marracuene”.

Se o candidato vier, mostra que é uma pessoa de coragem, pois colocou os interesses do país acima do seu interesse pessoal
Edson Cortez

A equipa de VM diz “nada ter a ver” com estas ameaças, sublinhando que a candidatura se pauta por protestos pacíficos, mas admitindo o “caos social” se Mondlane for preso. “Esta luta não é do VM7, é do povo, que é soberano”, destaca Cremildo Chichongue. E o candidato, que em entrevista ao Observador já tinha dito que estava disposto a morrer, “não no sentido masoquista ou suicida”, mas que não iria ficar no exílio para sempre, aborda a questão da sua morte na live de 5 de janeiro: “O meu corpo está disponível. Matar-me? Podem matar-me mas a minha luta nunca morrerá. Eu também sei que se eu cair, a revolta popular que vai acontecer não terá comparação na história de Moçambique ou de África, vocês vão ver uma coisa nunca vista…”

Venâncio Mondlane: “Disposto a morrer? Não vou ficar no exílio para sempre”

“Vinda de Venâncio muda o cenário político”

Se é verdade que a “vinda de Venâncio coloca a sua vida em risco”, por outro lado “muda o cenário político, revigora” a luta salienta Egídio Chaimite ao Observador. “Coloca um dilema ao regime” diz o professor universitário do Instituto de Estudos Sociais e Económicos que tem trabalhado sobre questões eleitorais. “Se Venâncio chega e é preso ou morto a revolta vai aumentar, pois o nível de apoio e legitimidade popular é inquestionável. Se não lhe acontece nada, fica à vontade para continuar os protestos com mais intensidade ainda”, considera. Por isso, conclui, “Venâncio Mondlane é um problema para o regime sem paralelo”.

Esta luta não é de Venâncio Mondlane, é do povo, que é soberano
Cremildo Chichongue

Aconteça o que acontecer, “a luta não vai morrer”, preconiza o académico. “O que aconteceu mudou de uma vez por todas o cenário político, Moçambique não será jamais igual depois do que vivemos”, sublinha. “As pessoas tornaram-se mais ousadas, a consciência política aumentou graças ao fenómeno Venâncio, uma coisa nova na nossa política”.

E se João Feijó aponta para a perda de autoridade das forças policiais e dos funcionários públicos moçambicanos, acusando mesmo o governo de os colocar em risco, já que a população revoltada os ataca e por vezes mata, Egídio Chaimite, dá um exemplo do “nível de desafio às autoridades”. Na Matola, vizinha de Maputo, “algumas pessoas tomaram a decisão de parcelar terrenos e distribui-los entre elas na zona da Matola Rio. As autoridades foram lá e não conseguiram nada, disseram-lhes que tinham os seus direitos”. Mas há uma voz que escutam: “A autoridade de VM é muito grande”.

epa11673031 A protester reacts as members of Mozambican police try to disperse them from taking part in the peaceful marches called by presidential candidate Venancio Mondlane to repudiate the murder of two supporters, in Maputo, Mozambique, 21 October 2024. According to police, Elvino Dias, Mondlane's lawyer, and Paulo Guambe, a member of the Podemos Party, were killed on 18 October while traveling on a vehicle on Avenida Joaquim Chissano, in the capital's center.  EPA/LUISA NHANTUMBO

LUISA NHANTUMBO/EPA

Enquanto os jovens se mobilizam para esta noite de quarta-feira dormir no aeroporto, nas redes sociais se partilha uma mensagem de Mmusi Maimane a dizer que a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) não pode permitir a prisão de Mondlane e da Nigéria chega um apelo dos líderes políticos a várias organizações internacionais para uma ação global em Moçambique, condenando Mondlane por incitar a violência e a criticar a inação de Nyusi, os moçambicanos vão para a cama na incerteza do que será o dia seguinte. “Dormir? A malta não dorme, está à espera do VM7”, diz ao Observador uma moçambicana.

“É uma incógnita, é totalmente imprevisível o que vai acontecer”, afirma Edson Cortez, coordenador do Centro de Integridade Pública. “Venâncio corre seriamente o risco de perder a sua vida, as pessoas da Frelimo não são sérias, comportam-se como gangsters e passado este tempo todo ainda pensam que o problema de Moçambique é VM”. Se o candidato “vier, mostra que é uma pessoa de coragem, pois colocou os interesses do país acima do seu interesse pessoal”, destaca.

Cremildo Chichongue não duvida da chegada do seu líder. “Não temos medo”, assegura. De Chico, que estava ser ameaçado quando falou com o Observador, não se sabe a opinião. Até ao fecho deste texto, sete horas depois do telefonema inicial, ainda não tinha chegado a casa.

O Observador tentou, uma vez mais, ouvir o governo moçambicano, a Frelimo e Daniel Chapo, mas sem sucesso.

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