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Vacinação: prevenção que salva vidas

Na semana Mundial da Imunização alerta-se para a importância da vacinação a nível global. Existem vacinas para mais de 20 doenças potencialmente mortais, que permitem evitar 2 a 3 milhões de mortes.

Reino Unido, final do século XVI. Corria o ano de 1796 quando Edward Jenner criou um composto com a capacidade de imunizar um ser humano contra um vírus e que, até então, não tinha sido possível inocular: a varíola.

Desde o aparecimento daquela que foi considerada a primeira vacina do Mundo, foram surgindo cada vez mais compostos capazes de imunizar os seres humanos contra vírus. Atualmente existem vacinas para mais de 20 doenças potencialmente mortais e a vacinação permite evitar entre 2 a 3 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No mês de Abril celebrou-se a Semana Mundial da Imunização e os alertas para a premente e constante consciencialização da importância das vacinas e da vacinação permanece. A OMS destaca a contribuição das vacinas para os benefícios da saúde da população mundial e enaltece a ação coletiva necessária para a promoção do seu uso para proteger as populações contra as doenças infectocontagiosas.

“As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento médico; melhoram o bem-estar e contribuem para o desenvolvimento das populações e, em última análise, para a eficiência e sustentabilidade dos sistemas de saúde”. O resumo foi feito por Paula Martins de Jesus, Diretora Médica da MSD Portugal, cujo laboratório farmacêutico tem vindo a trabalhar para descobrir e desenvolver vacinas há mais de um século.

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Esta necessidade é, pois, ampliada quando se estima, segundo dados divulgados pela OMS, que em 2020, 23 milhões de crianças, com menos de um ano, não receberam vacinas básicas, o número mais elevado desde 2009, num aumento que representa 3,4 milhões a mais de crianças não vacinadas. Naturalmente que para este fato contribuiu muito a pandemia COVID-19 que restringiu o acesso e a resposta dos serviços de saúde a este nível, mas os números não deixam de ser preocupantes.

É também necessário alertar para a vacinação na população adulta, salientou a Diretora Médica da MSD Portugal, destacando que a cobertura vacinal é muito baixa, a nível global, em determinadas doenças, como herpes zoster, doença pneumocócica e influenza. “Estas doenças representam um risco para as populações adultas e contribuem para elevados custos de saúde, bem como alta mortalidade e risco de complicações médicas”, sustentou, avançando que “o aumento da consciencialização sobre a importância da vacinação é fundamental, sobretudo quando ainda vivemos um contexto pandémico”.

Que tipo de vacinas existem?

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Todas as vacinas têm o objetivo comum de estimularem o sistema imunitário a identificar e proteger contra determinados agentes infeciosos, como vírus e bactérias e das doenças que eles causam.

Existem três abordagens principais no desenvolvimento de vacinas. Poder-se-á utilizar apenas o material genético do microrganismo que fornece as instruções para criar proteínas específicas e não o vírus na totalidade (ex. vacina de mRNA contra a COVID-19), apenas as partes do agente infecioso que estimulam o sistema imunitário (ex. vacina pneumocócica) ou a totalidade de um vírus ou uma bactéria. Nesta última abordagem, poder-se-ão desenvolver três tipos de vacinas distintos: vacinas inativadas, onde os vírus ou bactérias que desencadeiam a doença são inativados ou destruídos, usando produtos químicos, calor ou radiação (ex., vacina contra hepatite A); vacinas vivas-atenuadas, onde é utilizada uma versão viva, mas enfraquecida, do vírus (ex., vacina contra o sarampo, papeira e rubéola) e vacinas de vetor viral, onde se utiliza um vírus inóculo, contendo subpartes do vírus de interesse, para que possa desencadear uma resposta imune sem causar doença (ex., vacina contra o vírus Ébola).

Um sucesso na saúde mundial

A vacinação é considerada um dos maiores sucessos ao nível da saúde nos dois últimos séculos, erradicando doenças em todo o Mundo, como a varíola e quase eliminando outras doenças como a poliomielite. A responsável da MSD lembrou Susan e Stanley Plotkin que em 1988 referiram, na sua obra “A pequena história da Vacinação” que “com exceção da água potável, nenhuma outra modalidade teve um efeito tão importante na redução da mortalidade e no crescimento populacional”.

1796

Edward Jenner desenvolve o primeiro composto para aquela que viria a ser a primeira vacina no Mundo, para o combate à varíola. Faz a primeira inoculação a 14 de maio desse ano numa criança de 8 anos.

Ao longo da história, foram vários os momentos de transformação. Desde o primeiro marco com o desenvolvimento da vacina para a varíola por Edward Jenner, que permitiu erradicar a doença, ou Louis Pasteur, em 1880, quando foram desenvolvidas as vacinas da cólera, antraz ou carbúnculo e a primeira vacina contra a raiva, são muitos os marcos de sucesso neste capítulo. No século XX, surgiram as vacinas para a difteria, sarampo, papeira e rubéola e na década de 1950, desenvolveu-se a da poliomielite, sendo esta considerada uma das doenças infantis mais impactantes e causadora de deficiências físicas em milhares de pessoas, principalmente crianças.

1885

Louis Pasteur cria a vacina contra a raiva. A 6 de julho desse ano aplicou pela primeira vez a vacina, salvando um menino de 9 anos que havia sido mordido por um cão com a doença.

Em 1906, Albert Calmette e Camille Guérin foram bem sucedidos na imunização contra a tuberculose e foi também nesse século que se destacou Maurice Hilleman microbiologista norte-americano e especialista em vacinologia, que colaborou ao longo de 25 anos com a MSD, e que foi considerado o pai das vacinas modernas.

São muitas as provas dadas ao nível das vacinas e da imunização provando que foi possível reduzir drasticamente a mortalidade e morbilidade associadas a doenças infeciosas, ao longo da história da Humanidade.

1921

A vacina BCG foi aplicada pela primeira vez em crianças, após a descoberta do bacilo Calmette-Guérin (BCG), para a imunização contra a tuberculose, por Albert Calmette, médico e imunologista, e Camille Guérin, veterinário e imunologista, ambos franceses.

Honrar o legado de Maurice Hilleman

Por isso mesmo, na MSD continua-se a perpetuar e honrar o legado único de Maurice Hilleman, que em 1988 venceu o National Medal of Science, pelo desenvolvimento, ao longo da sua carreira, de mais de 40 vacinas para pessoas e animais, estando algumas delas integradas, ainda hoje, no Plano Nacional de Vacinação português, como as vacinas do sarampo, papeira, hepatite A, hepatite B, varicela, Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae, entre outras.

1953

O médico Jonas Salk anuncia ter testado com sucesso, nos Estados Unidos, uma vacina contra a poliomielite, o vír us que causa a paralisante enfermidade da pólio, geralmente conhecida como paralisia infantil.

“Estima-se que o seu trabalho poderá ter salvo mais vidas em todo o mundo do que qualquer outro cientista médico no século XX e a MSD teve o privilégio de ter trabalhado com este investigador durante 25 anos (Vacinas Merck nos EUA)”, destacou Paula Martins de Jesus que, ciente das constantes mudanças no Mundo, com ameaças de epidemias e surtos, sabe que a MSD continuará convicta no seu percurso de proteção da saúde pública.

1963

Maurice Hilleman cria a vacina do Sarampo, a primeira das muitas que desenvolveu ao longo do seu percurso científico.

“O nosso trabalho em vacinas tem como foco fazer com que certas doenças pertençam ao passado. Temos descoberto, desenvolvido e fornecido vacinas para prevenir doenças em todo o Mundo, há mais de 100 anos. Mantemos a nossa missão em descobrir e desenvolver novas vacinas que permitam prevenir doenças ainda não erradicadas e de novas que surjam. Temos muito orgulho nesta nossa missão e vivemo-la todos os dias das nossas vidas”, afirmou a médica, reconhecendo que o processo de descoberta e desenvolvimento de novas vacinas é “complexo, demorado, arriscado, oneroso” e repleto de desafios.

“A pandemia COVID-19 veio reforçar a importância das vacinas em todas as faixas etárias, assim como a necessidade constante de desenvolvimento de novas plataformas que estejam na base de novas vacinas, tanto para prevenir possíveis pandemias no futuro, como infeções já conhecidas.

1974

São desenvolvidos estudos sobre a imunidade humana e a doença meningo-cócica Walter Reed Army Institute of Research por Goldschneider, Gotschlich e Artenstein que culminaram com a descoberta da vacina contra a meningite.

Desafios na investigação

“Os desafios serão sempre relacionados com as etapas que a ciência tem de cumprir. Dos primeiros testes laboratoriais de uma vacina até à sua utilização, é preciso tempo, investimento e esforço humano”, realçou.

O desenvolvimento de uma vacina é um processo longo, rigoroso e complexo que envolve muitas etapas, cada uma delas altamente controlada. São diversas as fases a respeitar, nomeadamente investigação laboratorial e clínica, produção e distribuição:

1984

O virologista japonês Michiaki Takahashi criou a vacina que protege da varicela, depois de um dos seus filhos ter fi cado afetado com a doença.

“Mas, mais do que nos focarmos na complexidade do processo, precisamos centrar-nos nos resultados de tais desenvolvimentos. Com as novas tecnologias emergentes e de investigação, tais como a utilização de vacinas recombinantes de ADN e mRNA, ou o emprego de novos adjuvantes para aumentar a resposta imunitária. Estes esforços conjuntos resultaram em novas descobertas e novas possibilidades para o uso de vacinas. Para além de, por exemplo, certos cancros causados pelo Papilomavírus Humano (HPV) puderem ser já preveníveis pela vacinação há vários anos, no futuro, outros cancros ou doenças com grande impacto nas populações poderão também elas beneficiar destes desenvolvimentos”, explicou.

1988

Maurice Hilleman vence o National Medal of Science, por ter desenvolvido ao longo da sua carreira mais de 40 vacinas para pessoas e animais, estando algumas delas integradas, ainda hoje, no Plano Nacional de Vacinação português.

Futuro para salvar vidas

Para o futuro, Paula Martins de Jesus defende a importância de uma “relação cada vez mais próxima entre os diferentes interlocutores, desde a investigação básica, academia, comunidade médica, indústria e decisores” de forma a antecipar desafios e a reforçar respostas concertadas, no objetivo comum que é a saúde das populações.

2009

Começou a ser administrada a vacina para a gripe A, uma doença provocada pelo vírus influenza A. Os subtipos de vírus influenza A são o H1N1 e H3N2.

“A MSD reforça o seu compromisso com o desenvolvimento de medicamentos e vacinas inovadoras, fazendo com que mais doenças infeciosas possam ser preveníveis, considerando todo o grande impacto humano e social a que isso se associada. Exemplo disso é o desenvolvimento de novas vacinas em áreas tão importantes e impactantes como a doença pneumocócica, mas também aquelas que impactam principalmente regiões tropicais, como o vírus Chikungunya, que é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite a Dengue”, avançou.

2021

Foram desenvolvidas em várias parte s do mundo vacinas contra a COVID-19, quase um anos depois do vírus SARS-CoV-2 ter sido identificado na cidade chinesa de Wuhan. Em Portugal foi instituído, desde logo, um plano de vacinação minucioso para inocular o medicamento à população.

Mas é também missão o desenvolvimento de educação médica contínua no que respeita à área da vacinologia, com foco na promoção da saúde das populações e finalizou: “Agora e no futuro, queremos honrar o nosso compromisso de fazer acontecer a vida, investigando, desenvolvendo e disponibilizando medicamentos e vacinas que melhorem e salvem vidas”.

PT-NON-01739 05/22
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