A publicação é antiga (de 2021) mas voltou a circular nas redes sociais. O autor partilha uma imagem com uma alegada notícia onde se garante que vários manifestantes anti-vacinas da Alemanha beijaram-se em público para protestar contra as medidas anti-Covid-19. “Loucura mesmo, completamente varrida, é o que está por detrás da frase em letras pequenas”, garante o autor. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

A alegada notícia em causa terá sido publicada pelo jornal alemão Deutsche Welle. No subtítulo lê-se o seguinte: “Legisladores ponderam criar lei para criminalizar beijos em espaços públicos”. Não é, contudo, possível chegar ao link correto do artigo para ler todo o texto. Apenas é facultada uma imagem, nada mais.

No entanto, a própria agência de notícias alemã já veio desmentir a autoria da notícia. A imagem diz respeito a um protesto de estudantes chilenos, no verão de 2011 — os alunos participavam na manifestação “Maratona Mundial do Beijo”, em defesa de uma reforma alargada do sistema de educação do país.

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A fotografia foi, portanto, captada no Chile há mais de uma década, tal como se lê no fact-check feito pela DW, e tal como se pode comprovar utilizando ferramentas de identificação de imagens, como a Google Images. A mesma imagem pode ser encontrada na European PressPhoto Agency, por exemplo.

A tal manifestação no país sul-americano foi registada em 2011 por vários jornais, onde se inclui o New York Times, por exemplo. Portanto, nada tem a ver com protestos na Alemanha nem com o período atual de pandemia de Covid-19.

Conclusão

Não é verdade que um jornal alemão tenha publicado uma notícia com uma recente manifestação de cidadãos anti-vacinas a beijarem-se num espaço público na Alemanha. A fotografia pertence a um protesto no Chile de 2011 que nada tem a ver nem com a pandemia nem com a Covid-19. A publicação original já foi inclusivamente desmentida pelo jornal que foi utilizado pelo autor.

Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.

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