O rapper norte-americano P.Diddy, nome importante do hip-hop a partir dos anos 90, está a ser acusado de ter cometido dezenas de crimes de abuso sexual, num caso que tem feito correr muita tinta um pouco pelo mundo inteiro. São muitas as teorias da conspiração, sobretudo no que diz respeito às alegadas festas luxuosas e bizarras que o também conhecido por Sean Combs dava, mas também sobre o suposto envolvimento de diferentes figuras da política e do entretenimento dos Estados Unidos da América. Um vídeo surgiu recentemente nas redes sociais onde se vê o cantor Justin Bieber, visivelmente alterado, a falar. Terá sido drogado por P. Diddy. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.
O nome de Justin Bieber tem sido várias vezes referidos como sendo um dos jovens artistas a ter sido supostamente abusado por P.Diddy mas, para já, não passam de rumores que enchem horas de conteúdo nas redes sociais. Quanto ao vídeo em causa, não é possível perceber quando e onde foi feito. O autor apenas faz a associação com o rapper norte-americano e nada mais acrescenta.
Na verdade, Justin Bieber está a imitar um vídeo antigo, mas bastante viral, chamado “David After Dentist” (“David depois do dentista”), que conta com mais de 140 milhões de visualizações no Youtube, onde uma criança, ainda a recuperar da anestesia que levou, está a conversar com um dos seus progenitores. O vídeo de Bieber pode ser encontrado, por exemplo, no Youtube e data de 2010. Esse conteúdo está até numa página com milhares de seguidores chamada “Funny or Die”, conhecida por partilhar conteúdos humorísticos. Aí, não existe nenhuma referência a P.Diddy ou ao caso de abusos em que é visado.
Conclusão
Não é verdade que Justin Bieber tenha surgido num vídeo depois de ter sofrido abusos por parte de P.Diddy. Esse vídeo é, de facto, uma paródia do artista canadiano a outro vídeo muito viral, de uma criança a falar anestesiada depois de sair do dentista.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.