Recentemente, começou a circular nas redes sociais um texto que afirma que a polícia detetou várias pessoas infetadas com o novo coronavírus às compras em dois supermercados em Évora: só num deles, estariam 16 infetados. Mas não só a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Évora já veio desmentir publicamente estas afirmações como o próprio autor que as escreveu no Facebook corrigiu a publicação. O problema é que o post original continua a ser partilhado por centenas de outros utilizadores.
Na publicação original, de 10 de janeiro, era dito que a polícia tinha encontrado “16 pessoas infetadas e obrigadas a estar em casa, às compras no Continente”, em Évora. E que, a par desta situação, “uma médica de família tinha encontrado “uma paciente sua às compras, também ela positiva [para o novo coronavírus] com obrigação de estar em casa, no Lidl”, também em Évora, o que a levou a chamar a polícia.
Em menos um dia, a publicação atingiu centenas de partilhas, levando o Comando Distrital da PSP de Évora a recorrer também às redes sociais para a desmentir. Numa publicação feita a 11 de janeiro, esta força de segurança alertou que era “falso que se tenha deslocado recentemente a qualquer hipermercado da cidade de Évora” ou que tivesse “identificado cerca de 16 pessoas que se encontravam infetadas” ou sequer “que tenha recebido essa informação”.
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=223702642719122&id=101082638314457
Depois do desmentido da PSP de Évora, o autor da publicação corrigiu o que tinha escrito. Não apagou o post, mas acrescentou-lhe um alerta. Agora, antes das informações que afirmavam que a polícia tinha identificado dezenas de infetados em supermercados de Évora, pode ler-se: “[FALSO – FAKE NEWS – DESMENTIDO PELA PSP DE ÉVORA]”. No entanto, dezenas de outros utilizadores fizeram uma captura de ecrã à publicação original que, desta forma, continua a ser partilhada.
Quer no post original quer no agora corrigido, constam ainda outras informações que, por serem vagas, não são verificáveis. Por exemplo, o autor dizia que, na cidade de Rio Maior, os donos de um restaurante, sem especificar qual, “ameaçaram os empregados” com despedimento “se revelassem que eles próprios estavam infetados”. Dizia também que, na cidade das Caldas da Rainha, “uma grande empresa tecnológica não reporta os seus casos de Covid-9 para não ter de fazer testes e/ou fechar”, sem indicar, mais uma vez, que empresa é esta.
Conclusão
No passado dia 10 de janeiro, começou a circular nas redes sociais uma publicação que afirmava, por um lado, que polícia tinha encontrado “16 pessoas infetadas e obrigadas a estar em casa, às compras no Continente”, em Évora. E, por outro, que “uma médica de família tinha encontrado “uma paciente sua às compras, também ela positiva [para o novo coronavírus] com obrigação de estar em casa, no Lidl”, também em Évora, o que a levou a chamar a polícia.
O Comando Distrital da PSP de Évora já desmentiu esta informação, dizendo que é “falso que se tenha deslocado recentemente a qualquer hipermercado da cidade de Évora” ou que tivesse “identificado cerca de 16 pessoas que se encontravam infetadas” ou sequer “que tenha recebido essa informação”.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota 1: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
Nota 2: O Observador faz parte da Aliança CoronaVirusFacts / DatosCoronaVirus, um grupo que junta mais de 100 fact-checkers que combatem a desinformação relacionada com a pandemia da COVID-19. Leia mais sobre esta aliança aqui.