O dia ficou marcada por relatos de contra-ataques surpresa das forças ucranianas nos arredores de Kharkiv, onde terão recuperado pelo menos duas localidades: Verbivka e Volokhiv Yar.

O Presidente da Ucrânia admite que há “boas notícias” sobre a região, mas indica que “não é o momento” para nomear as localidade às quais a bandeira ucraniana está a regressar.

• A ONU está “extremamente preocupada” com os relatos sobre os campos de filtragem na Rússia por possível “violação de direitos humanos” e que mulheres e meninas possam estar expostas a abusos sexuais.

• O chanceler alemão, Olaf Scholz, falou esta quarta-feira com o Presidente da Ucrânia, garantindo o apoio militar, político, financeiro e humanitário de Berlim a Kiev.

• O Presidente da Turquia, Recep Erdogan, responsabilizou, em Belgrado, os países ocidentais pela “provocação” contra a Rússia e salientou a necessidade de se manter uma postura de equilíbrio.

• Uma semana após o início da contra-ofensiva para retomar os territórios no sul do país, a Ucrânia já está a fazer progressos, disseram à CNN membros das forças ucranianas e fontes militares dos Estados Unidos. O objetivo é conseguir recuperar a maior parte da região de Kherson até ao final do ano.

• O partido do Presidente russo, Vladimir Putin, Rússia Unida, propôs realizar a 4 de novembro referendos nos territórios sob controlo russo na Ucrânia, com o objetivo de os anexar à Rússia.

• A vice-primeira-ministra da Ucrânia acusou a Rússia de estar “envolvida em terrorismo nuclear” com os ataques à central nuclear de Zaporíjia e apela aos cidadãos para que partam da região.

• O chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeriy Zaluzhnyi, reivindicou os ataques contra bases russas na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. No mesmo dia, o Ministério da Defesa deixou uma mensagem aos ocupantes: “A previsão do tempo indica que vai estar muito quente na Crimeia. É tempo para os invasores russos se prepararem para um mergulho“.

• O Presidente da Rússia vai reunir-se com o hómologo chinês no Uzbequistão durante a próxima semana, avança o The Guardian. Os dois líderes vão encontrar-se durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai.

• A Comissão Europeia quer um limite de preços para importações de gás russo para a União Europeia para contornar os “valores extremamente elevados”, mas admite novas ruturas, para as quais os 27 “estão preparados”.

• As forças russas voltaram a bombardear zonas perto da central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, revelou um governador ucraniano. Os bombardeamentos de terça-feira danificaram uma linha elétrica de reserva, segundo Agência Internacional de Energia Atómica.

• O ex-Presidente russo Dmitry Medvedev descreveu a nova primeira-ministra britânica como uma “russofóbica termonuclear incompetente e medíocre”. Medvedev referiu-se a Truss como a “tia esquisita” que ocupou o lugar deixado vago pelo “tio esquisito”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou hoje para as persistentes alegações de deslocamento forçado, deportação e para os chamados “campos de filtragem” administrados pela Rússia face a cidadãos ucranianos e pediu que as denúncias sejam investigadas.

Numa reunião do Conselho de Segurança para abordar denúncias de deslocamento forçado de civis ucranianos e o uso de operações de “filtragem” pelas forças russas, a subsecretária-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz da ONU, Rosemary DiCarlo, fez um ponto da situação do número de vítimas causadas pela guerra e afirmou estar “extremamente preocupada” com os relatos sobre “campos de filtragem”.

“As persistentes alegações de deslocamento forçado e os chamados ‘campos de filtragem’ administrados pela Federação Russa e forças locais afiliadas são extremamente preocupantes. Tais denúncias devem ser investigadas com a cooperação das autoridades competentes”, apelou a subsecretária-geral.

A Ucrânia refutou as acusações do Presidente russo, que afirmou que as exportações de cereais ucranianos foram maioritariamente para a União Europeia, com Kiev a garantir que grande parte destinou-se a África e Ásia.

“No total, dois terços dos navios enviados dirigiram-se para a Ásia, África e Médio Oriente”, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, em comunicado, reiterando que estas exportações “tiveram um efeito positivo na redução dos preços dos alimentos” a nível mundial.

O governante ucraniano adiantou ainda que a China, o Egito, o Irão, a Índia, a Somália e a Líbia estão entre os países que receberam carregamentos de cereais provenientes da Ucrânia.

Os bombardeamentos de terça-feira na central nuclear de Zaporíjia danificaram uma linha elétrica de reserva, avança a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

“Das três linhas de reserva entre a central nuclear e a central termoelétrica, uma está agora danificada pelos bombardeamentos, enquanto as outras duas estão desconectadas”, adianta a agência nuclear da ONU.

O Presidente da Ucrânia disse esta quarta-feira que há “boas notícias” sobre a situação de guerra na região de Kharkiv. No entanto, seguindo a mesma postura das últimas semanas, opta pelo silêncio quanto aos detalhes concretos sobre os progressos.

“Não é o momento para nomear esta ou aquela localidade às quais a bandeira ucraniana está a regressar”, escreveu Volodymyr Zelensky numa publicação no Telegram.

Durante uma ofensiva surpresa, as forças ucranianas recuperaram pelo menos duas localidades nos arredores de Kharkiv: Verbivka e Volokhiv Yar. Segundo o The Telegraph também terão conseguido cercar Balakliya.

As forças ucranianas conseguiram recuperar pelo menos duas localidades nos arredores de Kharkiv – a segunda maior cidade do país -, numa ofensiva surpresa que rompeu as linhas da frente russas.

Segundo o The Telegraph, fontes ucranianas e russas relataram que a Ucrânia reconquistou Verbivka e Volokhiv Yar e cercaram Balakliya.

“As forças ucranianas lançaram provavelmente um contra-ataque oportuno na região de Kharkiv e recuperaram várias localidades”, refere o Instituto de Estudo da Guerra, citado pelo New York Times. Adianta que os ataque no nordeste do país sugerem que Kiev pode estar a aproveitar a redistribuição das forças russas, que estão a defender o sul do país, onde decorre uma contra-ofensiva ucraniana.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, falou esta quarta-feira com o Presidente da Ucrânia, garantindo o apoio militar, político, financeiro e humanitário de Berlim a Kiev.

Durante o telefonema, Scholz informou Volodymyr Zelensky das “intensas preparações” para uma conferência internacional sobre a reconstrução da Ucrânia, marcada para 25 de outubro, em Berlim.

O chefe de Estado ucraniano agradeceu a confirmação do chanceler sobre o novo apoio da União Europeia no valor de cinco mil milhões de euros, sublinhando a necessidade de um “programa completo” do Fundo Monetário Internacional.

Os dois líderes também falaram sobre o reforço da capacidade de defesa da Ucrânia, disse Zelensky numa publicação no Twitter.

Had a phone conversation with ???????? Chancellor @OlafScholz on a wide range of topics. Thanked for the confirmation of the €5 billion macro-financial aid from the EU, stressed the need for a full-fledged IMF program. Discussed plans for further strengthening ???????? defense capabilities.

— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) September 7, 2022

O Governo suíço anunciou uma reorientação da política de segurança nacional por causa da guerra na Ucrânia, admitindo uma maior cooperação em matéria de defesa com a União Europeia (UE) e a NATO, sem perder a tradicional neutralidade.

O Conselho Federal (executivo) aprovou o relatório atualizado sobre a política de segurança, que recomenda uma “orientação mais sistemática para a cooperação internacional”, bem como uma aceleração da modernização do Exército suíço face às “guerras híbridas”.

O aumento da cooperação em matéria de defesa e segurança com a UE e a NATO poderá ir desde o reforço da participação em exercícios militares até ao reforço dos acordos existentes com a Aliança Atlântica, acrescentou.

A Ucrânia lançou contra-ataques na região de Kharkiv, numa altura em que decorre uma ofensiva na região sul do país com o objetivo de recuperar os territórios controlados pelas forças russas.

Um representante da autoproclamada República Popular de Donetsk disse que esta quarta-feira os soldados ucranianos cercaram Balakliia, uma aldeia entre Kharkiv e Izium, também capturada pela Rússia.

“Neste momento, Balakliia está cercada e sobre fogo da artilharia ucraniana. Todas as aproximações estão cortadas pelos disparos”, escreveu Daniil Bezsonov no Telegram, segundo a Reuters. Adianta que uma operação bem-sucedida na região pode ameaçar a posição das forças russas em Izium, uma cidade de importância estratégica que Moscovo tem usado na sua ofensiva no leste do país.

Illia Ponomarenko, jornalista do Kiev Independent que se tem dedicado à cobertura da guerra, disse que “algo incrível” se está a passar na região de Kharkiv, admitindo que a capacidade de ofensiva ucraniana foi subestimada.

Something incredible is happening in Kharkiv Oblast.
Yeah, we somewhat underestimated the Ukrainian military’s offensive capability and reserves in that sector.

— Illia Ponomarenko ???????? (@IAPonomarenko) September 7, 2022

O Presidente da Turquia, Recep Erdogan, responsabilizou, em Belgrado, os países ocidentais pela “provocação” contra a Rússia e salientou a necessidade de se manter uma postura de equilíbrio.

“Posso dizer muito abertamente que não considero correta a atual atitude do Ocidente. […] Está a seguir uma política baseada na provocação”, declarou o chefe de Estado turco durante uma conferência de imprensa com o homólogo sérvio, Aleksandar Vucic, em resposta a uma pergunta sobre a crise energética na Europa.

“Quando se tenta travar uma guerra de forma tão provocadora, não se poderá alcançar os resultados desejados. Nós, Turquia, sempre mantivemos uma política de equilíbrio entre a Rússia e a Ucrânia”, sublinhou Erdogan.

Uma semana após o início da contra-ofensiva para retomar os territórios no sul do país, a Ucrânia já está a fazer progressos, disseram à CNN membros das forças ucranianas e fontes militares dos Estados Unidos. O objetivo é conseguir recuperar a maior parte da região de Kherson até ao final do ano.

Os oficiais ucranianos indicam que querem retomar pelo menos todo o território a norte ou oeste do rio Dnipro, o que inclui a cidade de Kherson e também Nova Kakhova, onde está localizada uma importante central hidroeléctrica e um canal responsável pelo abastecimento de água à Crimeia.

Os Estados Unidos confirmaram alguns avanços ucranianos com ataques a linhas de fornecimento russas e dizem estar cientes da reconquista de algumas localidades. Reconhecem que a meta de capturar Kherson até ao fim de 2022 é ambiciosa, mas possível.

O partido do Presidente russo, Vladimir Putin, Rússia Unida, propôs hoje realizar a 04 de novembro referendos nos territórios sob controlo russo na Ucrânia, com o objetivo de os anexar à Rússia.

Donetsk, Lugansk e muitas outras cidades russas vão, por fim, regressar ao seu porto de origem. E o mundo russo, atualmente dividido por fronteiras formais, recuperará a sua integridade”, declarou o secretário do Conselho-Geral da Rússia Unida, Andrei Turtchak, citado pelo partido.

“Seria oportuno realizar esses referendos no Donbass [leste ucraniano] e nos territórios libertados a 04 de novembro”, acrescentou Turtchak, citado pela agência de notícias Ria Novosti.

O responsável referia-se às regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, no leste do território ucraniano, cuja independência Moscovo reconheceu mesmo antes do início da sua ofensiva, a 24 de fevereiro, bem como das regiões de Kherson e Zaporijia, que o exército russo maioritariamente ocupa.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia acusou a Rússia de continuar a “chantagear” o país e todo o mundo com a situação na central nuclear de Zaporíjia. “O Estado russo está diretamente envolvido em terrorismo nuclear. Este é o primeiro precedente na história humana”, afirmou.

Numa publicação na conta de Telegram, Iryna Vereshchuk disse que a Rússia tomou como reféns não só os funcionários do complexo, mas também os cidadãos que habitam na região. “Apelo aos residentes dos distritos adjacentes à central nuclear de Zaporíjia que partam. Encontrem uma forma para chegar a território controlado [pela Ucrânia]”, pediu, garantindo que todos vão receber apoio.