Histórico de atualizações
  • As equipas de busca bem tentaram, ao longo de todo o dia, mas nada feito. Terminaram esta quarta-feira sem sucesso as buscas na pedreira junto à antiga estrada nacional 255, que ruiu na segunda-feira entre Vila Viçosa e Borba, no distrito de Évora. Os mergulhadores já identificaram a localização de um segundo corpo — na terça-feira, recuperaram o primeiro, e até agora único — mas não conseguiram tirá-lo das águas. As equipas retomam as operações amanhã, com a ajuda de material da Marinha Portuguesa.

    O Observador deixa-lhe um resumo dos acontecimentos mais importantes ao longo do dia.

    Tragédia em Borba. Terceiro dia de buscas termina sem sucesso e pelo menos quatro vítimas continuam por encontrar

    Por hoje, a cobertura às operações de resgate termina aqui. Voltaremos amanhã para acompanhar e noticiar todos os pormenores.

  • "Não vale a pena dizer que vamos ter um golpe de sorte. Vamos precisar de tempo", diz comandante da Proteção Civil

    O comandante distrital de operações de socorro de Évora, José Ribeiro, disse na conferência de imprensa que vai ser preciso “tempo” para resolver o problema, que é “complexo”.

    “Não vale a pena dizer que vamos ter um golpe de sorte que nos vai resolver o problema complexo que temos pela frente, pois as condições realmente são muito difíceis”, disse José Ribeiro há minutos.

    O responsável adiantou ainda que a operação de drenagem da água do poço vai continuar durante toda a noite e vai ser reforçada de manhã, mas que as buscas só vão ser retomadas amanhã de manhã.

    Nesta quinta-feira chegará ao teatro de operações um conjunto de material “diferenciado” da Marinha que vai permitir uma análise detalhada do fundo da pedreira, para que possam ser tomadas as decisões adequadas no que toca aos passos seguintes na operação de busca.

    Por hoje, as buscas “não tiveram sucesso”, confirmou o comandante.

    “Em simultâneo com a drenagem, que certamente vai continuar ao longo de alguns dias, vamos continuar com operações de busca no plano de água da pedreira”, explicou José Ribeiro.

    Para as autoridades envolvidas nas buscas, é preciso ter “certezas” antes de enviar mais mergulhadores para a água, uma vez que naquele local “o próprio mergulho comporta muitos riscos”.

  • Derrocada afeta abastecimento de água a Vila Viçosa

    A derrocada do troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa (Évora) afetou o abastecimento de água a Vila Viçosa, disse hoje à agência Lusa o vice-presidente do município, Luís Nascimento. O autarca explicou que “o colapso” de um troço da estrada, na segunda-feira, provocou “a quebra da conduta de abastecimento de água” à vila, proveniente de um furo situado a cerca de 20 metros do local da derrocada.

    “Trata-se do furo principal que serve de abastecimento a Vila Viçosa”, indicou o autarca, referindo que a situação “reduziu, significativamente, a capacidade de abastecimento” à vila. Segundo o autarca, “as zonas altas de Vila Viçosa são as mais afetadas”, devido “à falta de pressão no depósito”. “Hoje é que se começou a notar que o depósito de água está a baixar”, acrescentou.

    Luís Nascimento adiantou que o município adquiriu hoje os materiais necessários para “resolver a situação”, começando na quinta-feira a “operação complexa” destes trabalhos, tendo em conta “as condições existentes”, devido à derrocada do troço de estrada. O município de Vila Viçosa divulgou hoje um comunicado em que apela à população que “restrinja o consumo de água ao estritamente essencial, por forma a não se registarem maiores quebras no abastecimento”.

    “A reparação da conduta será efetuada pelos serviços camarários, em condições extremamente complexas e particulares, no mais curto espaço de tempo, a fim de restabelecer e normalizar o abastecimento de água à população”, adianta o comunicado.

    (Agência Lusa)

  • Federação sindical aponta "inércia" das entidades fiscalizadoras

    Um dirigente nacional da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM) considerou hoje que a “tragédia” ocorrida em Borba evidencia a “inércia” das entidades com “poderes de fiscalização” na área das pedreiras. “Esta tragédia traz à evidência um conjunto de inquietações e uma inércia dos serviços de fiscalização, de quem tem poderes de fiscalização nesta matéria”, afirmou à agência Lusa Nuno Gonçalves, dirigente nacional da FEVICCOM.

    O sindicalista indicou que são “várias as entidades fiscalizadoras” em causa, “nomeadamente a ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica], a inspeção-geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) e a ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho]”.

    O que ocorreu em Borba, no distrito de Évora, frisou, é “uma tragédia” no âmbito da qual existem “responsabilidades por parte das entidades licenciadoras”. Estas entidades, mesmo atendendo à “legislação do ano em que se iniciou a exploração daquelas pedreiras” atingidas pelo deslizamento de terra e do colapso da estrada, ou seja, “anterior à lei de 1990”, poderiam ter obrigado “a tomar medidas de salvaguarda da segurança de trabalhadores e de terceiros”, argumentou.

    “Estamos confrontados com uma pedreira onde, até à sensivelmente um ano, não foram acauteladas essas medidas” de segurança e na qual “continuou” a existir “o perigo, até para os trabalhadores que lá estavam, independentemente de a estrada ser municipal ou nacional e de quem a tutela” ou de a via “estar em funcionamento ou não”, argumentou o sindicalista.

    O dirigente apontou ainda como exemplo o estudo realizado, há cerca de quatro anos, por vários empresários do setor dos mármores, que defendia o corte da estrada 255 entre Borba e Vila Viçosa, onde aconteceu o deslizamento de terra. “O estudo feito pelas empresas diz que havia um perigo” e a “iminência daquela escombreira” poder ruir, “com a estrada em funcionamento ou sem a estrada em funcionamento, e isto é que é algo que a tutela não pode escamotear”, argumentou.

    E, acrescentou, o estudo “diz que há uma falha e um problema técnico da própria pedra” numa das pedreiras afetadas, aquela que já se encontra inativa, mas que “foi explorada até há cerca de um ano ou um ano e meio atrás”, numa altura em que “já havia problema na estrada”. Mas a empresa, criticou, teve “trabalhadores que lá estiveram a trabalhar” enquanto esteve em funcionamento, “com um problema de segurança sobre uma escombreira que já existia”.

    (Agência Lusa)

  • Aliança liga tragédia a falta de recursos do Estado por “obediência cega a Bruxelas”

    A Aliança relacionou hoje o acidente de Borba com a falta de recursos do Estado para fiscalização, intervenção e manutenção de infraestruturas, criticando a “obediência cega a Bruxelas” que tem levado o executivo a cativações para cumprir o défice.

    “A tragédia de Borba, por muito que a lamentemos, por muito que não busquemos responsáveis, não pode deixar de estar ligada à política que o Governo, em obediência cega a Bruxelas, tem seguido de cativações, unicamente com o objetivo de cumprir os valores nominais do défice”, acusou Carlos Pinto, membro da Comissão Instaladora da Aliança, na primeira conferência de imprensa do partido na sua sede nacional, em Lisboa.

    O dirigente do novo partido fundado pelo ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes considerou que “faltam recursos do Estado para a fiscalização, para a intervenção e para a manutenção de infraestruturas” e apelou ao Governo para que inverta o rumo do “alheamento” que considera existir também em setores como a saúde e justiça para impedir uma “irreversível impossibilidade de recuperação destes setores”.

    Questionado se a Aliança defende que o Governo pode falhar as metas orçamentais acordadas com Bruxelas para aumentar os recursos do Estado, Carlos Pinto salientou que o partido “é profundamente europeísta” mas defende “uma visão nova” do que deve ser a relação entre os Estados Membros e as instituições europeias.

    “Os portugueses estão a sofrer medidas de um fundamentalismo absolutamente inaceitável, que poderíamos identificar mais com o presidente do Eurogrupo do que com o ministro das Finanças “, afirmou, acrescentando que nem assim o país está a salvo de reparos da Comissão Europeia.

    Carlos Pinto salientou que a Aliança “não comunga deste fundamentalismo” e estranha como o PS, que “tanto se empenhou em combater medidas do anterior Governo”, tenha cativado até hoje mais despesa do que o executivo PSD/CDS-PP. “Precisamos de uma nova visão do diálogo entre o Governo português e a Europa, e a Aliança está completamente preparada para esse efeito”, afirmou.

    (Agência Lusa)

  • Mergulhadores já saíram da água. Corpo da segunda vítima não foi recuperado

    Neste momento já não há mergulhadores na água. As operações realizadas durante o dia de hoje não permitiram recuperar o corpo da outra vítima mortal confirmada nem encontrar outras eventuais vítimas, nomeadamente as três pessoas que se encontram desaparecidas. Às 20h, na conferência de imprensa com o comandante distrital de operações de socorro de Évora, deverá haver mais esclarecimentos sobre quando serão retomadas as buscas.

  • Bloco de Esquerda quer ouvir ministros da Economia e do Ambiente

    O BE requereu hoje, “com a máxima urgência”, as audições dos ministros da Economia e do Ambiente no parlamento devido aos “trágicos acontecimentos” do colapso da estrada nacional 255, em Borba, junto às pedreiras.

    “Consideramos que a Assembleia da República não pode também passar ao lado desta questão e, com esse objetivo, apresentamos hoje um requerimento na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas no sentido de chamar aqui à Assembleia da República o Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, a Agência Portuguesa do Ambiente, o ministro do Ambiente e Transição Energética e o ministro Adjunto e da Economia”, anunciou o deputado do BE Heitor de Sousa, em declarações aos jornalistas, no parlamento, em Lisboa.

    Segundo o texto do requerimento, o BE “requer, com a máxima urgência”, estas audições, considerando que se trata de “trágicos acontecimentos”.

    (Agência Lusa)

  • Assunção Cristas: "O Estado certamente falhou"

    As reações políticas à tragédia de Borba foram chegando de forma tímida ao debate público mas entraram de rompante. Já se fala em falhas do Estado e em averiguação de responsabilidades. “Esta é uma situação em que o Estado certamente falhou”, afirmou esta quarta-feira Assunção Cristas. Na primeira reação ao colapso da estrada que ligava Borba a Vila Viçosa, a presidente do CDS-PP disse não ter dúvidas de que há responsabilidades políticas. “Se é uma falha do estado central ou local” logo se verá.

    Durante uma ação de sensibilização para os perigos associados ao tráfico de droga, e em que visitou algumas ruas de Lisboa, a líder centrista atirou a contar contra António Costa.”Espanta-me que, aparentemente, todos soubessem e que só agora o primeiro-ministro e o Governo digam que estão a averiguar”, adiantou. “A ação do governo em situações de tragédia tem sido a mesma, de desresponsabilização: dizem que não tem nada a ver com eles”.

    Esta quarta-feira foi também o dia em que o primeiro-ministro falou publicamentre sobre a tragédia e garantiu que, ao contrário do que se especulou nos últimos dias, “o Governo não sabia” das condições de risco da estrada que colapsou este domingo.”A Direção Geral de Geologia e Minas fez já declarações públicas dizendo que tinha dados que não indicavam risco relativamente àquela situação. O risco manifestamente verifica-se que existia e, por isso, foi ordenado um inquérito para apurar se houve alguma falha de procedimentos por parte da Direção Geral de Geologia e Minas, que é a parte que respeita ao Estado”, acrescentou.

    Estas declarações não convenceram Assunção Cristas. “A tragédia podia ter sido ainda pior porque era uma estrada onde passavam autocarros com crianças diariamente. O que ouvimos hoje do primeiro-ministro é muito pouco”, considerou. No entanto, nada disse sobre se o partido iria pedir a demissão de algum membro do Executivo. “Esperamos por conclusões, como é evidente, mas sabemos que há pedreiras a funcionar e há fiscalização desse funcionamento”, concluiu, deixando a dúvida sobre eventuais pedidos de demissão no ar.

    Já esta quarta-feira, através de comunicado, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética ordenou “que, no prazo de 45 dias, a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), proceda a uma inspeção ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona onde ocorreu o acidente do dia 19 de novembro”. Uma ação que António Costa elogiou nas primeiras declarações sobre esta tragédia.

  • Associação disponível para ajudar municípios a poupar para investir em infraestruturas

    O Observatório das Autarquias Locais (OAL) disponibilizou-se hoje para ajudar os municípios a planear modelos de poupança a longo prazo para investimento em infraestruturas degradadas, como estradas e outros equipamentos. Numa nota, o OAL salientou que constatou há quatro anos, quando foi fundado, a “necessidade de combater com urgência a falta de manutenção das infraestruturas municipais, que se degradam passivamente ano após ano, por falta de meios orçamentais”.

    O OAL considerou que se mantém hoje esta urgência de “medidas e planos alternativos” de contratação e modelação que permitam “gerar poupanças para fazer face às limitações de recursos financeiros” dos municípios para a conservação de equipamentos públicos. “Logo no início da nossa atividade foram estudados e criados vários modelos de manutenção de estradas, edifícios municipais, equipamentos coletivos, obras de arte e redes de abastecimento de água, os quais foram apresentados a cerca de duas dezenas de autarquias, mas infelizmente não obtiveram acolhimento”, salientaram.

    Segundo o OAL, as razões desta falta de acolhimento terão sido então a falta de recursos dos municípios para fazerem face “a uma atividade de capital intensivo” e de concretização gradual, dividida por fases de investimento, além das barreiras da burocracia.

    “Infelizmente, o trágico acontecimento ocorrido em Borba pôs novamente a nu o gravíssimo problema da falta de manutenção das nossas estradas (transversal também, à grande maioria dos equipamentos públicos) e faz-nos recordar que este problema (dada as restrições orçamentais) só se consegue mitigar com novas soluções e métodos parcelares, geradores de poupanças anuais entre 5% a 10 %, mas com enorme impacto a 20 anos”, salientou a associação.

    O OAL considerou que “os modelos elaborados há quatro anos, prevendo soluções de manutenção intensiva/corretiva, baseados em planos específicos complementados por uma gestão integrada e pela respetiva monitorização, são agora mais atuais do que nunca”, pelo que está disponível para informação sobre estas soluções, através do email comunicacao@oal.pt.

    (Agência Lusa)

  • Novo ponto de situação será feito às 20h

    O comandante distrital de operações de socorro de Évora, José Ribeiro, fará um novo ponto de situação às 20h a partir do quartel dos bombeiros voluntários de Borba.

  • Os mergulhadores tentam alcançar o lugar em que está o corpo da segunda vítima mortal, mas até agora ainda não tiveram sucesso. A localização do segundo ocupante da máquina escavadora já foi identificada, mas os mergulhadores ainda não conseguiram chegar lá.

  • Geólogo de Évora diz que a tragédia "era uma questão de tempo"

    O diretor do departamento de Geociências da Universidade de Évora, Luís Lopes, que já estudou aquela região sob o ponto de vista da estrutura dos terrenos, disse numa entrevista à Rádio Renascença que a tragédia era “uma questão de tempo”.

    “Temos uma cavidade com 80 metros de um lado, 90 metros do outro, temos uma massa que está a fazer esforço sem nada que a sustenha de lado, sem ser essas pregagens que têm a parede inteira”, afirmou Luís Lopes.

    O investigador recorda outros acontecimentos semelhantes na região, que apontavam para a fragilidade daqueles terrenos.

    “Houve uma derrocada que quase levou uma fábrica atrás, em 2009. Não foi noticiado, e aconteceu na sequência de um sismo. Começou às 00h30, havia chuva, e houve o colapso de um talude junto a empresa Fabrimar. Há lá uma pedreira e uma fábrica de equipamentos para a indústria. A fábrica ficou quase na vertical do talude que ruiu, foi uma sorte”, explicou.

    Outro incidente aconteceu junto a uma outra estrada municipal perto dali. “O mais grave aconteceu na estrada da Figueira, uma estrada camarária, que sai da nacional 355 − de Vila Viçosa para Bencatel − também colapsou num evento parecido com isto. Mas como foi de noite, não houve danos humanos”, recordou o investigador.

    Contudo, o investigador sublinha que “muitos dos que habitam na região não se apercebem do perigo com que vivem constantemente” e avisa que o fecho da estrada não teria sido pacífico antes da tragédia. “Seria complicado fazê-lo antes, porque haveria sempre vozes que diriam que aquele era o meio mais rápido para se deslocarem”, disse.

    “Se passasse lá no seu carro via uma parede de um lado com árvores e outra parede do outro e uma estrada perfeitamente normal. E essa é a perceção que as pessoas tinham. Agora todos dizem que sabiam”, sublinhou Luís Lopes.

  • Marcelo: "Quando passava naquela estrada tinha a expectativa de que a administração pública garanta a segurança dos cidadãos"

    O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a falar esta tarde sobre a tragédia de Borba, lembrando que passou por aquela estrada “dezenas de vezes” e que sempre o fez “na expectativa de que a administração pública garanta a segurança dos cidadãos”.

    “Neste momento temos que nos concentrar numa atuação que espero que seja rápida mas que pode não ser, pode demorar tempo, e depois a seguir haverá o tempo de apurar efetivamente o que é que terá estado na causa do sucedido”, disse o chefe de Estado.

    “Quando passava ali passava naturalmente como qualquer pessoa que anda numa via pública, na expectativa de que a administração pública garanta a segurança dos cidadãos”, acrescentou aos jornalistas.

  • Começa às 16h o funeral da primeira vítima

    Começa agora às 16h o funeral da primeira vítima da tragédia de Borba. Era Gualdino Pita, de 49 anos, funcionário da pedreira. Gualdino encontrava-se no interior da máquina escavadora que ficou soterrada. O funeral acontece em Santiago Maior, concelho de Alandroal.

  • Arcebispo de Évora associa-se a dor e luto pelas vítimas

    O arcebispo de Évora, José Senra Coelho, disse hoje compartilhar “a dor e o luto dos familiares e amigos das vítimas” do deslizamento de terras e do colapso do troço de uma estrada para pedreiras em Borba. “Queremos compartilhar a dor e o luto dos familiares e amigos das vítimas e estar ao lado de todos os que trabalham afincadamente para minorar o sofrimento e resolver os problemas urgentes da difícil situação”, manifestou José Senra Coelho.

    Numa mensagem que publicou nas redes sociais e que está disponível na página de Internet da arquidiocese, consultada pela agência Lusa, o arcebispo referiu também que reza pelas vítimas do acidente em Borba, no distrito de Évora. “Unidos, todos os cristãos da Arquidiocese de Évora rezamos pelas vítimas do trágico aluimento” da estrada 255, entre Borba e Vila Viçosa, “e imploramos a misericórdia de Deus para os mortos”, pode ler-se.

    A Arquidiocese de Évora adiantou também que o arcebispo celebra, às 19h00 de hoje, uma Eucaristia no Santuário do Senhor Jesus dos Aflitos, localizado precisamente em Borba. Com esta deslocação à paróquia e a este santuário, “local de grande devoção” local, frisou a arquidiocese, o prelado “quer estar próximo da comunidade, neste momento de dor e luto, para confortar as famílias e rezar pelas vítimas”.

    (Agência Lusa)

  • Continuam os trabalhos no fundo da pedreira.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Ambientalistas apontam centenas de pedreiras abandonadas sem salvaguardas ambientais

    Associações ambientalistas ouvidas pela Lusa coincidem no diagnóstico às pedreiras em Portugal, afirmando que se explora até ao limite e não se cumprem planos ambientais e paisagísticos, restando centenas de poços abandonados. Para Francisco Ferreira, presidente da ZERO, as entidades responsáveis são “incapazes de fiscalizar e atuar”, apesar de haver uma lei que determina que tem que haver planos ambientais e de recuperação paisagística, que assim fica “longe de cumprir os seus objetivos e ser aplicada”.

    Segundo dados da Direção Geral de Energia e Geologia citados pela ZERO, havia em 2016 um total de 347 pedreiras licenciadas só no Alentejo, mas 251 estavam parcial ou totalmente inativas. No concelho de Borba, onde a derrocada de um talude matou duas pessoas na segunda-feira, funcionavam 55 pedreiras e no município vizinho de Vila Viçosa havia 155. Ambos os concelhos concentravam a larga maioria das 232 pedreiras registadas no distrito de Évora.

    Mais de metade não tinha plano ambiental e de recuperação paisagística válido e aprovado, seja por não o ter de todo ou não ter pago a caução exigida. Francisco Ferreira afirmou que, além da parte ambiental, estes planos contemplam também a segurança e que “face ao que aconteceu [em Borba], é uma urgência” intervir nesta indústria extrativa, que sempre teve “um impacto ambiental muito significativo, desde a exploração até à fase de desativação”. Além dos danos na paisagem, as pedreiras constituem também um risco para as águas, com risco de contaminação de aquíferos.

    Para a Quercus, a recuperação de pedreiras desativadas deve devolver a paisagem “ao estado original do terreno”, com uma recuperação paisagística que não deve esperar pelo fim da exploração. Mas a associação regista que “numa grande maioria dos casos”, ou as pedreiras são deixadas “descuidadas e não vigiadas” ou os poços são cheios ilegalmente com resíduos que não são sujeitos a qualquer triagem, incluindo “resíduos perigosos, como amianto”.

    Defende que as pedreiras em todo o país têm que ser avaliadas para se ver se as recomendações técnicas sobre os limites da exploração estão a ser cumpridas e se lhes é dado o destino devido após a desativação. “A pressão económica que se sente em algumas zonas do país, como no caso da região do Alentejo, conhecida como o maior centro produtor de rochas ornamentais, faz com que, por vezes, as extrações sejam levadas ao extremo, não se respeitando limites de segurança nem a importância de precaver a estabilidade dos taludes”, alerta a associação. A Quercus afirma que a derrocada do talude na segunda-feira é lamentável pela perda de vidas humanas e dá “uma imagem do que se passa a nível mundial com a exploração desenfreada dos recursos naturais”.

    (Agência Lusa)

  • As operações de resgate continuam durante a tarde desta quarta-feira. Leia a reportagem da Carolina Branco e do João Porfírio, jornalistas do Observador no local, sobre José e Carlos, os dois cunhados que seguiam numa carrinha naquela estrada no exato momento em que se deu a derrocada, com o testemunho de quem os viu cair.

    A história dos dois cunhados arrastados pela derrocada, contada por quem os viu cair

  • A tragédia de Borba está a ser noticiada na imprensa internacional. Veja aqui alguns títulos mundiais sobre o caso.

    A tragédia na pedreira de Borba na imprensa internacional

  • Veja as fotografias da operação de resgate

    Veja aqui as imagens das operações de resgate com os mergulhadores. As fotografias são do fotojornalista do Observador João Porfírio, que se encontra no local da operação.

    Mergulhadores entram na pedreira. As fotografias do terceiro dia de resgate em Borba

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