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Eram cerca de sete jornalistas numa sala virtual. Do lado de lá do ecrã estava Sundeep Jain — executivo de topo da Uber e responsável pelos produtos globais da tecnológica —, logo após a empresa ter anunciado as novidades para 2021, pela voz do CEO Dara Khosrowshahi. Eu era a única portuguesa e, assim que pude, inclui dois temas na conversa — os motoristas assalariados do Reino Unido e as comissões praticadas pela Uber aos restaurantes –, duas questões que têm sido bastante mediáticas na Europa. |
A mensagem do CPO da Uber foi bastante clara: não revela grandes detalhes, mas diz que a empresa está comprometida em trabalhar e dialogar com os governos em ambos os casos. No que diz respeito à legislação britânica, que reconheceu os motoristas da Uber como assalariados com direito a férias pagas, afirmou que as leis mudam de país para país, que é do interesse da tecnológica “fazer a coisa certa” e que, por isso, estão “preparados para qualquer mudança que possa ocorrer noutro país europeu”. |
A história da Uber, que mudou muito o negócio desde que Travis Kalanick saiu da empresa e Dara assumiu a liderança, é uma prova de que muitas vezes “a coisa certa”a fazer implica terminar uma coisa para começar outra a seguir. A isto chama-se recomeçar. O conceito, aqui estritamente aplicado a uma realidade empresarial, é facilmente escalável para todas as esferas da nossa vida: tudo o que começa tem um fim até que outra coisa comece outra vez. É assim em tudo e, por isso, também no amor. |
Vinte e sete anos depois de terem dito “sim” um ao outro, Bill e Melinda Gates decidiram que a “coisa certa” a fazer era pôr fim ao casamento de milhares de milhões de dólares que construíram juntos. A história de ambos começou na Microsoft — ele já era um dos homens mais ricos do mundo e ela tinha começado a trabalhar lá há pouco tempo –, com uma nega de Melinda a Bill, e acabou na segunda-feira à noite com uma notificação no Twitter: “Não acreditamos que possamos continuar a crescer como um casal”. Auch! E é assim que se dá uma facada no romantismo universal. |
O Manuel Pestana Machado passou o dia de hoje a navegar por esta história e, neste especial, como como foi o princípio, o meio e o fim de um dos casamentos mais ricos do mundo — e o que pode acontecer agora aos projetos multimilionários que o ex-casal tem em conjunto. Apesar de ontem os corações se terem partido um pouco por este planeta fora, fiquei a pensar que só há uma coisa capaz de apaziguar a angústia de um fim: a liberdade de um recomeço. Que assim seja. |
Tenham uma ótima semana. Até terça! |