A comunicação pode salvar vidas, sim, e também as pode destruir. Comunicar implica sempre um duplo poder: o de matar e o de salvar. Arruinar ou resgatar, através das palavras, está ao alcance de todos. Muitas vezes nem são precisas palavras para ofender ou desacreditar. Basta um olhar letal, um comentariozinho assassino, um silêncio julgador ou uma expressão condenatória para fazer vítimas. Acontece em todas as áreas e cruza todos os universos familiares, profissionais e sociais.
Comunicar não aniquila fisicamente, claro, mas mina a confiança e destrói a segurança. E isso também é matar. Fulminar alguém sem recorrer a armas de fogo é tão fácil como recorrente. Diria que todos já assistimos e muitos já sofreram na pele o tiro dessa bala invisível que atravessa sem deixar rasto nem vestígios. Fica apenas a marca, mais ou menos profunda, mais ou menos indelével, mas como não é uma cicatriz visível a olho nu, nem é detetável com raios X, não há maneira de incriminar os homicidas.
É impossível medir com exatidão o impacto da nossa comunicação nos outros, mas há sinais que podemos ler se estivermos atentos. E há factos incontornáveis que provam o poder da comunicação sempre que ela é pérfida e matadora ou, pelo contrário, salvífica e redentora.
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