Em mais este importante passo em frente na construção da Europa, Portugal não fica bem visto, o que infelizmente não é a primeira vez. País periférico reconduzido há 45 anos à sua base europeia, Portugal beneficiou a partir de 1985 da protecção política dada pela Comunidade Económica Europeia aos três regimes ditatoriais que subsistiam na Europa até meados da década de Setenta do século passado e não deixou desde então de aproveitar economicamente durante os primeiros dez anos da adesão à CEE.
Contudo, a seguir à criação da UE , Portugal omeçou a patinar e, com a introdução do «euro» no início do século XXI, entrou praticamente em crescimento zero do qual não consegue sair, desperdiçando na realidade décadas de «fundos europeus», ao mesmo tempo que as nossas pretensas elites políticas e económicas, misturadas entre elas, continuavam a sonhar com as sombras do império. Lamentável!
É por causa da falta de confiança e de lisura que têm perante os cidadãos que os sucessivos governos não os têm mobilizado no sentido de tirar partido da pertença à UE e, concretamente, de participar nas eleições europeias e nos assuntos da União em geral. Nunca os donos do poder submeteram a adesão de Portugal à Europa, como tão pouco submeteram a Constituição e as suas alterações, à vontade popular. Assim sendo, o eleitorado, que já pouca participação tem nas eleições nacionais, abstém-se cada vez mais nas europeias, tendo batido no domingo o record com 75% de abstenções (brancos e nulos incluídos)!
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