Não sei se no PSD se tem noção do espectáculo que estão a dar ao país. E se se tem percepção da quase indiferença com que o país segue as peripécias peripatéticas da corrida à liderança do ainda maior partido da oposição. E sim, o ainda que escrevi na frase anterior não está lá por engano ou por acaso: quando o ainda presidente do partido se entrega a graçolas sobre o menino Zéquinha onde se cometem erros próprios desse mesmo menino Zéquinha (um economista que confunde percentagens com pontos percentuais) estamos já num nível de degradação de que é muito difícil sair.

Mas se isto é a caricatura, o que a eleição deste fim-de-semana nos mostra é um campo de ruínas povoado por espectros.

Primeiro que tudo, o PSD é hoje um partido diminuto, pequeno, encolhido. Nesta eleição tinham direito a votar 40 mil militantes, menos 30 mil do que nas anteriores. Por causa de um sistema de pagamento de quotas mais honesto e capaz de impedir “chapeladas”? Tretas. As “chapeladas” continuam a existir nas eleições internas do PSD, como o Observador reportou mostrando os velhinhos de um lar de idosos levados a votar na carrinha de um dos candidatos a uma concelhia. O novo sistema só serviu para transferir mais poder para quem controla neste momento o aparelho central (ou seja, a direcção de Rui Rio) e para obrigar os caciques a trabalharem com mais zelo. Mas não mudou o essencial.

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