Chegada a crónica pré-Natal, é a altura certa para assinalar o ritual clássico desta quadra festiva. O reforço, de forma absolutamente incongruente, das medidas de confinamento, que voltam assim a assumir a gravidade que tiveram no passado. Altura em que, pelos vistos, o seu reforço em nada obstou ao aumento dos contágios por Covid-19. Daí termos de voltar a reforçar as medidas de confinamento. Que não produziram qualquer resultado no passado. Tendo, portanto, de voltar a ser implementadas. E com carácter de urgência.

Mas se é verdade que, por esta altura do ano, também já nos habituámos a este ritual, o ritual a que me referia mesmo era o ainda mais ancestral rito de trocar presentes no Natal. Sim porque, este ano, fui precavido e tenho já tudo despachado, em termos de prendas. Isto a mais de 48 horas do Natal. Quando o meu anterior recorde, em termos de antecedência, era ter os presentes todos adquiridos exactos 27 segundos antes da meia-noite de dia 25 de Dezembro. Avancemos, então, com as minhas oferendas neste Natal.

A Pfizer receberá um cheque oferta

Agora que surgiu a variante Ómicron, a farmacêutica prevê que a pandemia acabe em 2024. Enquanto informa que as vacinas para crianças entre os dois e os quatro anos estão atrasadas. Ou seja, para a Pfizer isto é mais ou menos como aquelas garantias que algumas marcas de automóveis dão, do género, “5 anos ou 100.000 Km, consoante o que ocorrer primeiro.” Só que para a Pfizer é mais: “A pandemia acaba, ou quando esgotarmos a capacidade de produzir vacinas, ou quando for obrigatória uma vacina bi-diária, consoante o que ocorrer primeiro”. No processo, a Pfizer amealha tudo o que há para amealhar. E é sempre difícil saber o que oferecer a quem já tem tudo. Daí o inevitável cheque oferta.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À Comissão Europeia vou oferecer um telescópio

Ainda pensei em poupar e oferecer antes uns mais modestos óculos de ver ao longe. Mas temi que não tivessem serventia neste caso. É que a Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP por considerar que a companhia tem futuro. Ainda que a longo prazo. Ora, tendo em conta que o telescópio Hubble consegue ver a cerca de 13 mil milhões de anos-luz de distância, estou em crer que com o modelo de telescópio logo abaixo do Hubble a Comissão Europeia já será capaz de vislumbrar esse tal futuro longínquo, mas promissor, da TAP.

A Carlos Carreiras darei o filme O Resgate do Soldado Ryan

O presidente da Câmara de Cascais mostrou-se surpreendido pelo facto de os centros de vacinação fecharem vários dias no período de Natal e Ano Novo. Para Carreiras tal não faz sentido pois, nas suas palavras, temos de “ter um bocado a noção que estamos numa guerra”. Não, não temos, Sr. Presidente. E porquê? Porque, de facto, não estamos em guerra nenhuma. Como, estou convencido, perceberá depois de visionar a estupenda película que lhe oferecerei. Digamos que “guerra” é mais aquilo em que o soldado Ryan e os seus resgatadores andam metidos no filme. E não, a história do Spielberg não é sobre um grupo de homens empenhados numa busca, sem descanso, pela terceira dose da vacina contra uma doença respiratória cuja taxa de mortalidade em indivíduos sem comorbilidades é ínfima. Não é, de todo, isso, o filme. E mais não conto, para não dar spoilers.

A Rui Rio proporcionarei uma experiência de condução no Autódromo do Estoril

O líder do PSD já esclareceu, em sede própria, que não é fanático dos popós. Portanto, não se trata de uma experiência de condução de popós, mas sim de condução de motocicletas. Pelo sim, pelo não, e na sequência do Congresso do PSD, julgo tratar-se do presente ideal para Rui Rio. Umas voltas ao Autódromo do Estoril, de moto, para que ele possa treinar a fazer as curvas com o joelho a raspar no chão, ora mandado-se todo para a esquerda, ora mandando-se toda para a direita. Isto de molde a estar preparado para qualquer cenário governativo que saia das próximas legislativas.

E bom, era isto. Alto. Espera. Neste momento constato que distribuí todos os presentes e sobraram-me umas peúgas para oferecer. E agora? Ah, já sei. Vão para João Rendeiro, estas peúgas. Não sei é se combinam com o pijama. Mas em todo o caso acredito que serão muito úteis. É que para no meio de tanto banqueiro corrupto ser o único a malhar com os ossos na cadeia é mesmo preciso ser pé-frio.