Rui Rio sabe que é líder da oposição ao Governo e não a Cristina Ferreira? Rui Rio criticou veementemente a contratação de Cristina Ferreira pela TVI. Aproveitando o embalo será que ainda vai a tempo de questionar a nomeação de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal? Ou o fim dos debates parlamentares quinzenais no parlamento com o primeiro-ministro?… Seja como for há que agradecer à liderança de Rui Rio ter acabado com aquela maldição dos tiros nos pés que a crer no jornalismo luso afectava os líderes do PSD: Cavaco somava maiorias absolutas mas mediaticamente falando só dava tiros nos pés. Passos Coelho, coitado, deve ter ficado sem pés pois não havia noticiário em que não se escalpelizassem os últimos tiros nos pés que dera. Santana nem pés tinha… Rui Rio pelo contrário nunca dá tiros nos pés! Com o PSD a caminho da irrelevância, os pés de Rui Rio estão bem e recomendam-se. E, claro, na falta de melhor assunto tem sempre a possibilidade de criticar os vencimentos auferidos por Cristina Ferreira.

Que cataclismo, além do mau governo, explica este estado de social-pedincha? Em Bruxelas, António Costa distribui máscaras. (Sócrates vendia computadores na Venezuela!) Já não temos milagres. Estamos em luta contra os frugais. Ciclicamente inventamos uns vilões que nos impedem de receber as verbas, os fundos, os apoios, as bazukas… Agora são os frugais. Em 2011, eram os austeritários. Depois o dinheiro vem. Invariavelmente, anos depois lá estamos outra vez de mão estendida e mais uma vez começa a demagogia patriótica em torno daqueles obstinados que, dizem-nos, por maldade e falta de inteligência levantam entraves a que o cheque venha. Os jornais falam de finca-pé, intransigências, inflexibilidade. Ninguém pergunta nada. Ora o que nos devia indignar não são as questões colocadas pelos políticos holandeses aos montantes das transferências a fundo perdido do Fundo de Recuperação europeu mas sim que em Portugal ninguém discuta como essas verbas vão ser afectadas. Pior, que se aceite com resignação que elas servirão para aumentar o peso do Estado e os apoios à rede clientelar dos empresários do sistema. E sobretudo que não se pergunte: como é possível que Portugal esteja em risco de se integrar o grupo  dos cinco países mais pobres da UE? A República Checa, a Estónia, a Lituânia e a Eslováquia já são mais ricos do que nós. A continuarmos neste socialismo dos milagres só nos restará a Bulgária como concorrente ao lugar de país mais pobre da UE.

Um sopro de destruição corre pelos símbolos da Europa. Mas é apenas coincidência, não é? Ardeu a catedral de Nantes. Suspeita-se de fogo de origem criminosa. Também já se suspeitou da mesma origem no incêndio da igreja de Saint-Sulpice, em Março de 2019. E em Fevereiro desse mesmo ano foram vandalizadas as igrejas de Maisons-Lafitte, Houille, Dijon, Lavaur, Nîmes. Em Abril, foi a vez da basílica de Saint-Denis… A Europa que as catedrais simbolizavam está a viver os dias do fim.

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