Tradicionalmente, quando os Estados Unidos reuniam com a Rússia os europeus acreditavam que os seus interesses e a sua segurança eram garantidos pela América. Hoje, não é bem assim. Por estes dias, russos e americanos têm estado reunidos para discutir a situação na Ucrânia, em particular, e a relação entre a Rússia e a sua vizinhança, que inclui a Europa, em geral, e há muito desconforto nas capitais europeias. Com alguma razão, mas sem meios para mais do que isso.

Para compreender a situação da segurança na Europa é necessário recuar à Guerra Fria. Depois de descer uma “Cortina de Ferro” sobre parte da Europa, como disse Churchill em 1946, o Continente foi dividido entre duas áreas de influência. Uma, livre, maioritariamente democrática e ligada aos Estados Unidos (e Canadá) pelo Tratado do Atlântico Norte, a partir de 1949. Do outro lado, os países do que viria a ser o Pacto de Varsóvia, fundado em 1955, uma zona de influência ou domínio do comunismo soviético, incluindo territórios que eram União Soviética mas agora são países independentes e europeus. O que aconteceu depois é conhecido. A União Soviética tentou renovar-se, acabou por implodir e por libertar alguns desses países. Os que ficavam no continente europeu maioritariamente aderiram à NATO, primeiro, e à União Europeia depois. Ou contam fazê-lo.

Tudo isto foi sendo negociado ou imposto aos russos pela realidade. Em todos os casos, os europeus participaram do processo e, quando não estavam à mesa das negociações, sabiam que estando os americanos estava a NATO, e estando a NATO estava a segurança da Europa. Incluindo a Europa que não fazia parte da NATO, precisamente para não provocar os soviéticos, como era o caso da Finlândia ou da Suécia.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.