Os nomes que surgiram nos últimos dias para abraçar o projecto europeu foram, no mínimo, surpreendentes. O tacho é grande, saboroso e tem sobretudo uma vantagem, é que é lá longe dos arrozais portugueses.

O primeiro nome talvez não tenha sido assim tão surpreendente, mas merece ser objecto de reflexão. Cotrim, honra lhe seja feita, que conseguiu com habilidade abrir um caminho liberal alternativo em Portugal, preferiu abandonar um projecto inovador quando os liberais e, provavelmente alguns eleitores mais indecisos, mais precisavam dele. Se a prioridade é um Portugal mais liberal não é preciso passar em Bruxelas para chegar a Lisboa.

Sebastião de seu apelido Bugalho foi a verdadeira lufada de ar fresco para uns e um verdadeiro bafio para outros. Sebastião é um rapaz inteligente e por quem tenho estima intelectual. Também lhe admiro a ousadia de não ter chegado às trinta primaveras e falar com um maneirismo de homem de meia-idade, entre homens de meia-idade. Mas, realmente, para quem tanto comentou o panorama nacional do ponto de vista político, económico e social, e, com tamanha contundência, prestava melhor serviço ao país se fosse para o nosso parlamento defender as suas ideias do que ir para o europeu. Eu sei que a cerveja belga é apetecível em terna idade, mas a nossa lager também é bebível!

Chegamos depois à escolha de Marta Temido pelo desenvergonhado Partido Socialista. Depois de promover um Ministro demissionário a candidato a primeiro-ministro, os Socialistas decidiram agora promover outra Ministra demissionária ao parlamento europeu. No PS começa a parecer que quanto pior alguém fizer mais longe chegará. É exactamente por isso que António Costa, Primeiro-Ministro demissionário, poderá vir a ser a escolha para a Presidência da República.

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Depois temos Joana Amaral Dias. Desconfio que só ela e Bruno Fialho conheçam as razões da sua candidatura. Ou então nós sabemos mais do que eles e cada um que tire as suas próprias conclusões.

Finalmente, o Presidente da Câmara do Porto. Talvez um dos nomes mais surpreendentes. Porque é que alguém que está à frente da Câmara do Porto há tantos anos e é tão devoto ao serviço público nortenho, quererá ir ainda mais para o norte, numa terra distante onde não há tripas nem ‘francesinhas’? Sobra o tempo. Só que mesmo assim é um pouco mais frio e ligeirissimamente mais chuvoso.

Se bem que não vale a pena pensar nisto porque Rui Moreira não vai. O tacho é grande, saboroso, e às vezes até tem uns mexilhões ensopados em vinho branco, só que não dá para todos.