1. Devo começar por agradecer à Direcção do Observador ter-me autorizado a interromper as férias das minhas crónicas semanais (que seriam apenas retomadas na próxima segunda-feira, 30 de Agosto). E aos eventuais raros leitores apresento as minhas desculpas por voltar a maçá-los antes do interregno prometido. Mas a tragédia da retirada americana do Afeganistão simplesmente impediu-me de ficar em silêncio.
É uma tragédia que, em meu entender, não deve nem pode ser ignorada. Em primeiro lugar, é uma tragédia para os afegãos — e, em primeiríssimo lugar, para as afegãs — que voltam a estar à mercê do terrorismo islâmico dos talibãs. É também uma tragédia para a América, cuja autoridade e credibilidade internacionais ficam de rastos. Mas é sobretudo — e este é o ponto central que quero sublinhar — uma ameaça para a autoridade e credibilidade morais da NATO e do Ocidente.
2. Donald Trump iniciou todo este processo em nome de “America First”, porque foi ele que assinou um tratado de retirada americana com os Talibãs. Lastimavelmente, também o Presidente Biden falou em nome do interesse nacional americano para justificar a caótica retirada do Afeganistão, no muito lastimável discurso televisivo de domingo, 15 de Agosto, bem como nas declarações ulteriores.
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