O Partido Socialista, que governa desde há 8 anos, desistiu de apoiar e proteger os mais fracos, evidenciando traços de insensibilidade social incompreensível.

Efetuou, de forma encapotada e deplorável, um corte nas pensões àqueles que, reformados, têm menos capacidade reivindicativa;

Penaliza a classe média com uma carga fiscal nunca antes vista e que engorda o Estado, em nome da redução do défice (a que preço, às custas de quanta miséria e sofrimento?) criando uma nova classe de pobreza: a dos pobres com empregos e salários, mas que esmagados entre a inflação, o aumento dos combustíveis, as taxas de juro dos empréstimos, o custo da habitação e o carrasco dos impostos, sofrem, em desesperança;

Promete, sem cumprir, soluções eficazes para a falta de acesso à habitação, apresenta medidas avulso e que ferem a Constituição, flagelando toda uma população, em especial os jovens que, sem alternativas, se revoltam, em silêncio, ou se veem obrigados a emigrar;

E penaliza os idosos, principalmente os doentes ou dependentes, contribuindo para a sua miséria social e humana, sem qualquer mostra de empatia ou sequer, solidariedade.

São encerradas por mês dezenas de camas de Cuidados Continuados Integrados, principalmente nas de longa duração, porque a diferença entre o crescimento dos custos de manutenção dessas camas, empurrados pela inflação, pelo preço dos combustíveis, pela subida de salários, entre outros, e o valor pago pelo Governo para a sua utilização é cada vez maior, incomportável até.  Terão fechado 122 camas só nos primeiros 4 meses deste ano…. Um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto explica que o “valor pago (pelo Governo) continua a ser insuficiente para cobrir os custos por utente/dia que é suportado pelas instituições…”. Em 2022 verificou-se um aumento de cerca de 20% na lista de espera para acesso a essas camas. Hoje estaremos, muito provavelmente, bem pior…Repare-se que apesar de muita propaganda, não abre qualquer cama de Cuidados Continuados desde 2021 e nem sequer as “remanescentes” (ou seja, as que já existem mas que ainda não estão abrangidas por nenhum contrato) têm autorização para abrir. Mais uma alegada manobra das Finanças que traduz uma cativação de verbas, ma vez mais, de forma encapotada.

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No acesso aos Cuidados Paliativos o panorama não é melhor. Apenas cerca de 30% das pessoas que precisariam deste tipo de cuidados, e que são dezenas de milhar, terá acesso aos mesmos. Apenas 7 Distritos do País têm algum tipo de resposta e 8 Distritos não tem ainda qualquer cama de internamento. Se as vagas de internamento são escassas, o apoio na comunidade ou domiciliário é ainda mais raro. As equipas que estão a funcionar estão esgotadas, depauperadas a nível dos seus recursos humanos, com menos médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais que o recomendado. Parece haver, eventualmente, mais interesse em implementar alternativas mais drásticas do que tratar, cuidar e suavizar o fim de vida dos portugueses.

Os cuidadores informais continuam a ser desconsiderados no processo de auxílio aos mais doentes, sejam eles crianças ou mais idosos. Apesar do estatuto existir, e ter sido recentemente alargado a todo o País, a legislação ainda não faz jus ao necessário e merecido reconhecimento da sua importância no sistema de saúde e apoio social. Uma ínfima parte das dezenas de milhar de cuidadores tem direito ao subsídio previsto e qualquer familiar que se atreva a manter o seu trabalho (por vezes a custos pessoais e familiares impagáveis), não tem esse direito. Repare-se que a legislação atual nem sequer contempla a possibilidade de a baixa por “assistência a familiares” incluir os ascendentes, pais ou avós, idosos e dependentes. Apenas crianças até aos 12 anos…

E que dizer da progressiva falta de apoios às crianças com necessidades educativas especiais e às suas famílias? São muitas as proclamações e poucas as concretizações, na saúde, no apoio social, na educação, e milhares de pessoas vulneráveis, assim como as suas famílias, são deixadas para trás.

Uma sociedade será tanto mais desenvolvida e moderna quanto mais e melhor cuidar dos seus elementos mais vulneráveis. O governo socialista não dá mostras de estar alinhado com esta máxima. Os mais vulneráveis não podem contar com o PS. Continuaremos a denunciar o lado penoso desta realidade, e a apontar e exigir outros caminhos, mais humanizados, mais credíveis, mais inclusivos.