O futuro trará grandes desafios para o nosso País, quer a nível económico quer a nível social. No âmbito da Saúde teremos que encontrar novas soluções para enfrentar o envelhecimento da população, a desertificação do interior, maiores exigências ao nível da prestação de cuidados de saúde, a necessidade de investimento em Saúde para garantir o acesso das pessoas a novos tratamentos. Estes são alguns dos desafios que a sociedade portuguesa já enfrenta e que podem mudar o país tal como o conhecemos hoje. Como responder a estas questões? A resposta está em mais proximidade, mais coesão, mais solidariedade.

Estes são os valores que devem mover as farmácias que já contribuem para a coesão territorial – em muitas terras do país são o único ponto de acesso a cuidados de saúde. As farmácias estão próximas das pessoas, conhecem as suas necessidades e estão determinadas em contribuir para a evolução do nosso País. As farmácias são um parceiro de confiança de Portugal. –As farmácias estão preparadas para contribuir para a melhoria da prestação de cuidados de saúde às populações, em complementaridade com outras estruturas do Sistema Nacional de Saúde, e em estreita colaboração com os diferentes profissionais de saúde.

À medida que nos aproximamos das eleições legislativas, é crucial não só refletir sobre o futuro político de Portugal, mas também considerar o papel vital que as farmácias desempenham e podem desempenhar no sistema de saúde do país. Este período eleitoral coincide com as eleições da Associação Nacional das Farmácias (ANF), o que nos proporciona uma oportunidade única para debater e moldar o rumo das farmácias em Portugal.

Hoje, as farmácias não são apenas um ponto no trajeto da saúde dos portugueses, elas estão a tornar-se, cada vez mais, um ponto de partida fundamental para lidar com as pressões enfrentadas pelo sistema de saúde. Como farmacêutico com mais de 15 anos de experiência, gostaria de apresentar quatro sugestões cruciais aos partidos políticos em relação ao futuro das farmácias em Portugal:

  1. Incentivar o crescimento do mercado de genéricos: vivemos tempos difíceis e com as famílias a ter que fazer opções sobre como e onde poupar. Não deveríamos forçar os portugueses a escolher entre comprar medicamentos essenciais ou uma refeição. É imperativo incentivar o crescimento do mercado de genéricos para garantir o acesso a medicamentos essenciais e reduzir falhas no abastecimento.
  2. Desenvolver novas áreas de atuação para as Farmácias e promover a integração de cuidados: Há que reforçar a intervenção profissional das farmácias e dos farmacêuticos. Investir na melhoria de resultados em saúde, por exemplo, pela promoção da utilização segura e eficaz dos medicamentos, que contribuirá decisivamente para a adoção de novas soluções terapêuticas, com melhores resultados na saúde das pessoas e com maior racionalidade económica na perspetiva do pagador, maioritariamente o SNS. O reforço do papel das farmácias na prestação de cuidados de saúde, em articulação com os outros agentes do Sistema de Saúde trará grandes benefícios às populações e permitirá contribuir para um sistema de saúde mais eficiente e mais próximo das pessoas.
  3. Assegurar o reconhecimento social e a sustentabilidade das farmácias: apenas com uma rede de farmácias forte e sustentável podemos verdadeiramente servir os portugueses de forma eficaz. É crucial reforçar o reconhecimento social da intervenção das farmácias, e promover a sustentabilidade e o desenvolvimento económico do setor. A sustentabilidade económica da rede de farmácias é fundamental para que continue a desempenhar o seu papel fundamental vital na comunidade.
  4. Promover e reter talento: é fundamental estabelecer acordos com entidades nacionais e estrangeiras para garantir que todas as farmácias do país continuam a ter acesso a uma força de trabalho altamente capacitada e disponível para responder às necessidades das populações. No presente e pelo futuro, as Farmácias são constituídas por equipas altamente qualificadas e disponíveis para servir as pessoas e contribuir para a melhoria da saúde das suas comunidades.

O futuro das farmácias em Portugal depende não apenas da sua capacidade de se adaptar às mudanças e desafios, mas também do compromisso do Estado e dos legisladores. Ao reconhecer o papel fundamental das farmácias na saúde pública e desenvolver medidas que fortaleçam e promovam setor, Portugal está a investir no bem-estar e na qualidade de vida de todas as pessoas.

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