Ainda vou a tempo de falar do concurso Miss Universo 2024 antes do mundo acabar? Serei rápido. Mas também se for o último tema que abordo não acabamos mal. Então, a dinamarquesa Victoria Kjaer Theilvig foi eleita Miss Universo. Primeiro destaque desta nomeação: como o nome Victoria indicia, trata-se mesmo de uma senhora. Primeiro ponto a favor, num tempo em que se tem sido, não uma Victoria, mas um senhor Vítor a levar a coroa ninguém ficaria extremamente surpreendido. Segundo ponto a favor: ganhou uma mulher bonita, numa altura em que apreciar, e almejar, beleza é crime mais grave que duplo homicídio.

Ou seja, foi um bom concurso Miss Universo, mesmo como se estivéssemos ali na segunda metade nos anos 90. O único aspecto que denunciou a modernidade do certame foi mesmo o facto de, à vista desarmada, a Victoria Kjaer Theilvig ser dificilmente distinguível de uma imagem criada por Inteligência Artificial. E mais não direi sobre este evento, que o mundo deve estar mesmo, mesmo a findar. Referirei apenas o bom gosto da Miss Portugal que, ao escolher apresentar-se de Nossa Senhora de Fátima, não optou por uma versão semi-stripper, como a personagem Viking interpretada pela vencedora do concurso.

Agora sim, avançarei, que tendo Joe Biden autorizado a Ucrânia a usar contra a Rússia mísseis que conseguem ir rebentar lá bem longe, e parecendo a Rússia disposta a retaliar forte e feito, não sei se chegamos ao almoço. A propósito desta decisão de Joe Biden (enfim, de alguém por Joe Biden. Alguém que talvez Joe Biden até conheça. Ainda que não pessoalmente), se isto não é uma transição pacífica de poder para Donald Trump, não sei o que será. “Ó Trump, toma lá um ganda bacalhau e, de bónus, a Terceira Guerra Mundial. De nada, pá, foi um gosto!”

Como se Trump não tivesse já de se preocupar com a indignação provocada em Portugal por algumas das escolhas para o seu gabinete. Não se fala de outra coisa no círculo íntimo do 47.º presidente americano. “Marques who? Paulo Doors? Never heard of”, têm sido as palavras mais escutadas por aquelas bandas, perante as fortes críticas de Marques Mendes e Paulo Portas à nomeação de Robert F. Kennedy Jr. para a pasta da Saúde. É um “negacionista” “anti-ciência”, berra a dupla de covideiros que, muito cientificamente, e quando já toda a gente percebeu o embuste das “políticas da COVID”, recusa qualquer inquirição à forma como o poder político se conluiou com a indústria farmacêutica e os meios de comunicação para obrigar todo o mundo a injectar-se com substâncias experimentais. Que apego ao método científico! Que amor à liberdade! Que tristeza.

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Está é tudo em pânico com Trump e a perspectiva de a próxima administração americana fazer uma versão do “Afuera!” de Javier Milei, mas à escala norte-americana. Seriam décadas e décadas de acumulação de poder e corrupção no Estado central – lá como cá, como em qualquer lado, asfixiando cada vez mais o cidadão – a levar uma varridela histórica, com potencial efeito dominó nos recém comunistas Canadá, Austrália, Inglaterra e por aí fora. Ou melhor, afuera. Mas nada temam, concidadãos amantes do estatismo e miserabilismo – passe a redundância – nacionais. Como é óbvio, e como sempre, estamos totalmente impermeáveis a qualquer onda de liberdade e retorno de poder às pessoas.

Querem uma prova. Dou-vos duas. Quem é mãos-largas? Para começar, a festa, o brilharete, a revolução que o governo levará a cabo no Orçamento para 2025 com a redução de 1 ponto percentual (leram bem: 1 ponto. Não é um quarto de ponto, nem meio ponto. É um completo ponto) na taxa de IRC. Para quem acha que este PSD é tão socialista com o PS, aqui está a prova que não é. Este PSD é 1% menos socialista que o PS.

E depois, temos o anúncio feito na WebSummit pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, do lançamento, em 2026, de um Modelo de Linguagem de Inteligência Artificial português, chamado Amália. Tem tudo para ser óptimo. E para quando lhe pedirmos uma imagem da Victoria Kjaer Theilvig nos dar um belo retrato de um senhor Vítor.