as pequenas coisas
Assento de iluminações
Esse sorriso sozinho pode ser o princípio de todas as coisas. De todas as mudanças. Se ao menos nos esquecermos de o perder. Hoje, o cronista queria falar dessa pequeníssima brecha de luz.
O deus dos anos novos
A fé que depositamos aos pés do altar do ano novo é uma oração que fazemos a nós mesmos. 2024 não é um deus, o tempo não é um deus. Cura e mata, mas não salva.
Um bilhete para o país de António Costa
Sítios que não pode absolutamente perder em 2024: Samoa, Tuvalu e o país de António Costa. Cheio de qualificações. Qual Sillicon Valley. Qual Seul. Tóquio curva-se diante da maravilha do Beato.
Da sorte macaca
Estes macacos dariam magníficos eleitores. Eles não se esquecem do que aconteceu em 2011. Nem em 2017. Não se esquecem de quem era aquele macaco há uns anos, nem do que queria fazer o mês passado.
Pesquisai-vos uns aos outros
Crescemos a querer descobrir o mundo, envelhecemos a tentar aturá-lo. No próximo quarto de século as pesquisas irão mudar ainda mais. Há-de perguntar-se o que é o silêncio? O amor? A empatia?
Em nome do pai
Infelizmente, Marcelo não pode mandar dissolver o filho. Mas deve andar a tentar perceber como é que, afinal, os Távoras voltaram à vida para fritar em lume alto o Marquês.
A bela e os monstros
O carisma torna-se um escudo capaz de esconder ou relativizar características que verdadeiramente importem. Como quem diz: “o tipo não presta para nada, mas tem carisma”.
O cão do Galamba
Algumas coisas tenho quase a certeza que até ao cão do Galamba encanitam. O PS quer um aumento do IUC ou é contra o aumento do IUC? Pela nacionalização das caravelas ou pela privatização da TAP?
O fazedor de vazios
António Costa deixa uma economia que se alimenta de duas coisas: turismo e impostos; uma, volátil; a outra, canibal. Sai na semana em que o Presidente do STJ declarou que a corrupção está crescer.
Granada no Cais do Sodré
Pânico. Gritos. Tensão. O terrorismo tinha, enfim, chegado à placidez lusitana. A escalada da tensão internacional finalmente rebentava na margem do Tejo.
A nossa vida sem nós
Numa história alternativa o meu avô Edilberto não morrera em 2003. Estávamos os dois ali, no João Paulo II, cada um puxando pelas suas cores e a trocar provocações sobre os jogadores do outro.
O Hamas e o ah, mas
O Hamas matou à traição centenas de civis, assassinou famílias inteiras, raptou idosos e crianças, e a primeira reacção de meio mundo bem sentado longe de tudo foi dizer “ah, mas Israel”.
O socialismo trans
Costa e Medina não abdicam de continuar a aumentar a carga fiscal, como dois viciados numa coisa qualquer que deve saber muito bem, mas faz muito mal.
O problema do mosquito
António Guterres não é a pessoa mais agradável de ouvir, nunca foi, mas não é pela boca que hoje diz o que diz que ninguém o ouve; é pelos ouvidos que não querem ouvir o que é dito.
Bater na Madeira
Noutro sítio do mundo civilizado, ganhar com mais do dobro dos votos do segundo seria uma cabazada. Continuar a ganhar ao fim de 50 anos, seria histórico. Na Madeira, pelo que percebi, não é assim.
We are entregues à bicharada
Marcelo reduziu um dos mais antigos estados-nação do mundo a uma tasca onde se come, dança o vira e vê a bola. E é com isto que espera contribuir para um povo unido e confiante nas suas capacidades.
Eça e o Estado que nos quer beijar à força
É estranho que o mesmo Estado que tanto gosta de falar em descentralização insista agora em retirar às localidades as relíquias dos seus maiores para as concentrar num aquário na capital.
Apresentação da minha não-candidatura
Como na Covid, isto é assunto altamente contagioso: dias depois do primeiro caso, começam a disparar outros em volta. Há surtos de candidatos, como quem diz: “se ele pode, porque é que eu não posso?”
A morte vai passar a ser para sempre
O fim da patética licença de morte temporária só é agora possível porque um pequeno partido da oposição apresentou a proposta – apenas para ser chumbada pelo mesmo PS que, meses depois, a anuncia.
Toda a água debaixo da ponte
Dar nome a pontes ciclopedonais sobre rios com um passado de esgoto, devia, na verdade, contar como pena. Uma nova modalidade de punição e reinserção social alternativa às prisões sobrelotadas.
A liberdade debaixo do tapete
“Isto nem é como a Web Summit, que traz turistas rentáveis”. Admito que é fascinante ver um líder de opinião de esquerda defender que só devemos receber turistas ricos.
O Estado sem noção
Afinal, são os idosos que votam e não os jovens que podiam estar revoltados por não terem lugar no seu próprio país. Esses, por definição, já cá não estão. Já não votam.
O livro cor-de-rosa
Uma inutilidade propagandística. Não é aos 18 anos que as pessoas tomam contacto com os livros; é muito antes. E felizmente ainda vivemos num país onde há razoável contacto com esses objectos mágicos.
Uma livraria na viagem da espera
Se dependesse da “elite” que nos governa, Vasco da Gama ainda estava parado a comer pastéis de Belém, à espera de autorização para içar velas e ir descobrir o caminho marítimo para a Índia.
E agora, uma notícia do outro mundo
Porque esconderiam os Estados Unidos a existência de vida extraterrestre quando passam, publicamente, a vida a procurá-la e a gastar nisso biliões de dólares, dirá o camarada leitor?
Em memória do esquecimento
Costa diz agora que vai inaugurar o monumento 15 dias depois. Agora não é preciso sr. primeiro-ministro, obrigadinho. Já lá está o monumento exactamente como deveria estar: um memorial ao esquecimento
Envelhecidos em cascos de rolha
Como o mais elegante dos franceses, aprendemos a beber e a gozar as coisas boas da vida – e demos-lhes 20 litros de avanço. Cada um. E querem-nos a falar da poda do Galamba e do falo de Cutileiro.
I make my own chouriças
Portugal nunca estará completo sem uma estátua ao atirador de postas de pescada, o especialista de bancada. Há gente que sabe de tudo, com a enorme vantagem de nunca ter tido de o fazer para o provar.
O miúdo mais feliz do mundo
As vitórias fazem-se de espanto, de amor, de risco. Altos ou baixos ficam os grandes, por quem são e pelo que fazem. Os pequeninos, os que jogam para não perder desaparecem na esperteza do seu cinismo
Marcelo sobe a calçada
Não há político mais consciente das câmaras. Marcelo sabia que estava a ser filmado, o que não é o mesmo que dizer que soubesse o que estava a fazer. Digo-o com franqueza, tentando evitar o cinismo.
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