É um ator veterano, com participações no pequeno e grande ecrã, além de uma carreira notável em palco, e maioritariamente conhecido por dar vida à personagem “Dumbledore”, o feiticeiro amigo e mentor nas histórias de “Harry Potter”. Aos 74 anos, Michael Gambon decidiu deixar de trabalhar no teatro por ter dificuldade em decorar as falas que lhe pertencem. É o cair do pano para o ator britânico.

Numa entrevista à The Sunday Times Magazine, Gambon assume a derrota: “É uma coisa horrível de admitir, mas eu não o consigo fazer. Parte-me o coração. É que quando o guião está à minha frente demoro anos a decorá-lo. É assustador”. Vencedor de quatro prémios Baftas, o ator contou à publicação (citado pelo britânico The Guardian) que faz seis meses, quando foi convidado a ler uma nova peça no West End, que percebeu que os seus dias em palco estavam contados.

Admitiu ainda, no passado mês de abril, que estava a usar um aparelho auditivo para que lhe fossem ditas as falas. A falta de memória, segundo consta, deve-se à idade avançada do ator e não a uma doença — Gambon chegou a temer ser diagnosticado com Alzheimer.

Já antes a saúde intrometeu-se na carreira daquele que, para muitos, é o eterno Dumbledore (ainda que no primeiro e segundo filme da saga Harry Potter a personagem tenha sido interpretada pelo já falecido Richard Harris): em 2009 o ator viu os ensaios teatrais serem interrompidos por duas vezes quando teve de ser levado de urgência para o hospital, depois de ter sofrido ataques de pânico por te ser esquecido das falas.

Apesar da falta de memória, os trabalhos que ainda pode acrescentar ao já longo currículo passam por aqueles com poucas palavras e muitas possibilidades físicas, como escreve o Guardian. Atualmente, o ator está a participar na série de televisão Fortitude. Michael Gambon não descarta, no entanto, papéis no cinema e na televisão, ambientes de trabalho onde é mais fácil de controlar o problema de memória.

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