A Guarda Nacional Republicana (GNR) avançou à Lusa que, nos primeiros três meses do ano, já há mais registos de lobos mortos no distrito de Viana do Castelo do que em todo o ano de 2014.
Segundo a GNR, no ano passado foram registadas duas situações de lobos mortos no distrito de Viana do Castelo, uma por abate a tiro e outra por armadilha com laço, enquanto, este ano, já há conhecimento de uma situação por envenenamento e duas por armadilhas.
Em 2013, a GNR também registou duas situações de mortes de lobos, “ambas com recurso a arma de fogo”.
O outro distrito no qual foram verificados abates de lobos foi o de Viseu, onde, em 2013 e em 2014, se registou um caso anual.
“Em todas as situações mencionadas anteriormente foram lavrados autos de notícia contra desconhecidos e remetidos ao Ministério Público. Na sequência dos factos ocorridos foram encetadas diligências de investigação, de forma a identificar e responsabilizar os autores, sem que, até ao momento se tenha conseguido apurar os seus autores”, realçou a GNR.
Aquela autoridade recordou que se está perante “uma espécie ameaçada e protegida”, pelo que o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) tem “introduzido esta problemática nas ações de sensibilização às populações” que se têm realizado nas regiões onde se encontram populações de lobos.
“A direção do SEPNA tem marcado presença em vários fóruns, onde se debate a problemática em redor do lobo ibérico e com o intuito de se elaborar um Plano Nacional, com vista a uma gestão mais equilibrada e realista da situação”, disse a GNR.
De acordo com o relatório do Sistema de Monitorização de Lobos Mortos, implementado pelo atual Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, que abrangeu os anos entre 1999 e 2008, foram detetados 64 lobos mortos nesse período, sendo o atropelamento a maior causa (21), seguindo-se os laços e os abates a tiro.