Quando o serviço streaming da Netflix ganhou expressão, houve um separador que se destacou: Nollywood. Para os que se interrogaram sobre que conteúdos eram aqueles que a empresa norte-americana oferecia, aqui fica a explicação, através da CNN: Nollywood é a segunda indústria cinematográfica com maior produção do mundo, sendo apenas ultrapassada pela Índia, ou seja, por Bollywood. E ficando à frente de Hollywood.

Nollywood é o segundo maior empregador da Nigéria, logo a seguir à agricultura, com um milhão de pessoas a trabalhar na área. Todas as semanas lança cinquenta filmes. São quase três milhares de filmes por ano que significam 600 milhões de dólares para a economia nigeriana.

De onde vem o sucesso nigeriano nesta área? Embora as receitas por cada filme não sejam estonteantes, os orçamentos de produção também são muito baixos. O filme com mais sucesso do universo Nollywood chama-se “Ije; The Journey” e conseguiu amealhar 500 mil dólares em 2010. Além disso, está no caminho do cinema nos aparelhos móveis: espera-se que em 2018, 25% dos filmes caseiros na plataforma nigeriana iROKtv seja vista através dos telemóveis.

Depois vêm as estrelas. São quatro os atores com mais destaque no Nollywood. Ramsey Nouah entrou na indústria do cinema quando procurava fundos para pagar propinas e um amigo sugeriu-lhe o caminho do estrelato: nunca mais de lá saiu. Se Ramsey é o rei de Nollywood, Omotola Jalade-Ekeinde é a rainha: já participou em 300 filmes em vinte anos e está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time.

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Mais dois nomes fazem vibrar os filmes de Nollywood. Jeta Amata tinha o cinema no sangue, já que os pais eram diretores de filmes. Faz sempre parte dos enredos mais densos de Nollywood, o que também já o levou para os cartazes de Hollywood. Por último, Genevieve Nnaji: chamam-na de “Julia Roberts” da Nigéria, é artista desde os oito anos e foi considerada a melhor atriz em África em 2005.

O interesse da Netflix em Nollywood é o da própria mudança na indústria cinematográfica, que tem destacado a produção nigeriana nos últimos anos. São vários os realizadores que escolhem a Nigéria como palco para as suas produções, o que já levou à criação do termo “cinema Nova Nigéria”. A promessa é que a qualidade dos filmes aumente.

Texto editado por Filomena Martins