O jornal Telegraph partilhou o vídeo da dissecação do leão. Alertamos-lhe que as imagens podem ferir a susceptibilidade de leitores mais sensíveis.
Não colocamos aqui directamente o vídeo, é verdade, mas a história merece ser contada. No jardim zoológico de Odense, na Dinamarca, é prática comum, sempre que um animal morre ou é abatido, que se avance para a dissecação com público a assistir — crianças (sobretudo elas) incluídas. Ainda em fevereiro de 2014, neste mesmo zoo — que não é o único do país a fazê-lo — foi dissecada uma girafa.
O leão agora dissecado aos olhos de quem quis ver foi abatido em fevereiro, com somente 9 meses, uma vez que o zoo de Odense não conseguiu encontrar-lhe (bem como para outros dois leões macho) um outro zoo disposto a acolhê-lo. O leão foi mantido em congelação até esta quinta-feira.
A questão é: porque é que o zoo o abateu e, depois, dissecou em público? E ainda por cima com cerca de 400 crianças a assistir? O médico veterinário do zoo, Rasmus Kolind, explica que “se tivéssemos permitido que ele [leão abatido] ficasse, poderia ter acasalado — ou seja, ter filhotes — com as irmãs e a própria mãe. E aí vocês, visitantes, assistiriam ao que se chama de endogamia. E isso não é bom de se ver. A dissecação permite-vos compreender melhor o que é a natureza”.
Quem não achou graça nenhuma à dissecação foi Humane Society International Europe. A porta-voz desta associação de defesa dos animais, Wendy Higgins, acusou o zoo de “fazer um espectáculo, macabro, com uma tragédia ainda maior. Uma tragédia que podia ser evitada.”