O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que não houve corrupção no fundo estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB), investigado por uma comissão parlamentar por alegadas irregularidades, informou esta quinta-feira a imprensa local.

“Nenhum dinheiro foi perdido, mal investido ou desviado”, disse Najib Razak, depois de conhecer um relatório apresentado na quinta-feira pela comissão parlamentar de contas públicas, segundo o diário malaio “The Star”.

Najib afirmou que o relatório demonstra que não é certo que tenham desaparecido do fundo 42 mil milhões de ringit (cerca de 9.939 milhões de euros), quantidade similar à dívida acumulada entre 2009 e 2014. “Pode ter havido uma má estratégia de negócios, mas não há provas de atos criminosos”, insistiu.

O conselho consultivo do 1MDB demitiu-se na quinta-feira depois de a comissão parlamentar ter apontado “restrições e debilidades” na gestão do fundo. Além disso, recomendou a investigação do antigo diretor executivo de 1MDB, Shahrol Azral Ibahim Halmi, pelas más decisões na sua gestão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma investigação jornalística revelou, em julho do ano passado, que Najib recebeu 681 milhões de dólares do fundo 1Malaysia Development Berhard (1MDB), ao qual preside.

O primeiro-ministro negou as acusações e, após uma investigação de uma comissão anticorrupção, o procurador-geral decidiu, em janeiro, ilibá-lo de qualquer responsabilidade pelo recebimento de dinheiro, que atribuiu a um donativo da família real da Arábia Saudita.

Uma nova informação revelada pelos meios de comunicação social elevou a mais de mil milhões de dólares o valor alegadamente desviado do 1MDB para as contas bancárias de Najib, que criou este fundo quando chegou ao poder.

O volume da transferência e a rapidez com que deu entrada numa conta privada de Najib fez soar os alarmes internos do banco — AmBank — face à suspeita de um eventual caso de lavagem de dinheiro, segundo revelou uma reportagem da televisão australiana ABC, emitida na noite de segunda-feira.

Segundo a mesma fonte, parte do dinheiro foi destinado a financiar os parceiros políticos de Najib durante a campanha para as eleições de 2013.

Najib, que também é ministro das Finanças, ocupa a presidência da junta de assessores do 1MDB que, entre 2009 e 2014, acumulou uma dívida de 42 mil milhões de ringit (9.939 milhões de euros).

O 1MDB também está a ser investigado pela Procuradoria-geral da Suíça por alegada corrupção de funcionários estrangeiros, desvio de dinheiro e branqueamento de capitais.