As imobiliárias preveem que o segmento de luxo continue a crescer este ano face ao aumento da procura, nomeadamente de clientes estrangeiros, e aos preços praticados em Portugal e que ainda estão abaixo das principais cidades europeias.

As imobiliárias consultadas pela agência Lusa manifestaram otimismo para 2017 e recordaram os bons resultados alcançados em 2016, com a Porta da Frente Christie’s a indicar que as suas receitas e transações aumentaram em cerca de 25%, enquanto a JLL, que comprou a Cobertura, indicou ter aumentado em 30% as suas vendas.

A Predibisa, a operar no Porto, fechou o ano passado a crescer cerca de 40% face a 2015 “com uma concretização de negócios a rondar os 100 milhões de euros”, já a Remax Colletion revelou uma subida de 28% em transações e um crescimento de 38% na faturação, precisando ter fechado 1.664 transações e registado um volume de negócios de 21.295.332 euros.

As empresas revelaram que os valores médios por transação oscilam entre os 585 mil euros (da Remax), 700 mil (Porta da Frente Christie’s, que apontou como máximo de um imóvel 16 milhões de euros), os 900 mil euros (da Fine&Country, que apresentou como máximo os 28 milhões de euros)

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A António Azevedo Coutinho referiu que os preços médios no seu portfólio fixam-se nos Euro3.500/m2, enquanto os mais elevados chegam aos Euro6.000,00/m2, enquanto a Fine&Country apontou como média de preços de imóveis no Porto os 400 mil euros e em Cascais 750 mil euros.

A imobiliária do Porto, Predibisa indicou trabalhar com um valor médio de 3 mil euros/m2 no centro da cidade, “embora alguns edifícios já estejam a atingir os 4 mil euros/m2”.

Graças ao crescente interesse de compradores estrangeiros, impulsionado por programas governamentais como os vistos gold e o regime do Residente não Habitual, a projeção internacional do país, o aumento muito forte do turismo e preços abaixo da média europeia, este segmento ganhou novo fôlego sobretudo em 2014, segundo as imobiliárias.

Os principais clientes internacionais do segmento ‘premium’ têm sido brasileiros e franceses, mas o leque de nacionalidades alargar-se já a suecos, sul-americanos, sul-africanos e do médio oriente.

A Remax precisou que nas suas transações, os portugueses representam 57%, contabilizando também negócios envolvendo russos, britânicos, angolanos e chineses, mas com estes últimos a diminuírem a sua representatividade.

Rafael Ascenso, diretor-geral da Porta da Frente Christie’s, notou à Lusa que os preços “já ultrapassaram os níveis anteriores à crise [financeira]”, mas não prevê uma escalada nos preços por haver projetos que nivelam a oferta e a procura e por a “maior parte das vendas realizadas nos últimos três anos “não recorrerem a crédito”, o que desencoraja “qualquer ideia de bolha imobiliária”.

Para 2017 o otimismo é a palavra de ordem para as imobiliárias, com alguns responsáveis das imobiliárias a sublinharem a importância de os quadros legais se manterem inalterados, nomeadamente a nível de impostos.