Alberto João Jardim faltou ao Conselho de Estado desta tarde e culpa a TAP pela ausência. “O presidente do Governo Regional da Madeira informou não poder comparecer ao Conselho de Estado, visto a sua deslocação a Lisboa e compromissos no dia seguinte, no Funchal, não se compadecerem com o caos no cumprimento de horários que vai na TAP”, lê-se numa nota emitida pelo gabinete de Alberto João Jardim.

Contactada pelo Observador, a TAP diz que não comenta as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira. A companhia diz apenas que “lamenta os atrasos e todos os inconvenientes causados”, confirmando que o voo 628, Funchal-Lisboa, sofreu um atraso. Estava previsto para sair da Madeira às 14:10 e saiu às 16:05, tendo chegado a Lisboa às 17:40. “O motivo do atraso foi a rotação de avião”, disse fonte da empresa. Ou seja, ao longo dos percursos que foi realizando, a aeronave sofreu alguns atrasos, o que culminou neste atraso. O voo 628 era o que Alberto João Jardim apanharia para vir para o Conselho de Estado.

No documento, que foi enviado por Jardim ao Presidente da República, o governante fala dos problemas que advêm da “situação gerada pelo compromisso de voos” programados pela transportadora nacional, sem no entanto ter as tripulações e aparelhos assegurados.

O líder insular destaca os incómodos e prejuízos que, “particularmente neste período, tal representa para os portugueses e, em especial, para a economia da Região Autónoma da Madeira”.

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Também “alerta para os custos mais uma vez lançados sobre os contribuintes e para eventuais questões de segurança”, realçando que esta situação da TAP “vem sendo adiada desde o início do regime democrático”.

A nota aponta que “ainda que sem valor formal, pois não estará presente, o presidente do Governo Regional da Madeira juntou um texto sobre o que diria no Conselho de Estado, face à ordem de trabalhos estabelecida pelo Presidente da República”, documento que não foi divulgado aos jornalistas.

O Presidente da República, Cavaco Silva, reúne hoje o Conselho de Estado, o órgão político de consulta, o que acontece pela 11.ª vez desde que foi eleito, em 2006.

A reunião tem como ordem de trabalhos a análise da “situação económica, social e política, face à conclusão do Programa de Ajustamento e ao Acordo de Parceria 2014-2020 entre Portugal e a União Europeia para os Fundos Estruturais”.

O ex-Presidente da República, Mário Soares, é outro dos 19 conselheiros que falta a esta reunião, por indicação médica. Soares, de 89 anos, tem ordens para repouso e está na sua casa no Algarve.