O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão anunciou este domingo a criação de uma escola internacional de arqueologia, um projeto que nasce de uma parceria que envolve o município e quatro outras entidades nacionais.

“A escola [internacional de arqueologia] vai envolver cinco instituições portuguesas. Além disso, vai contar com a participação de instituições universitárias italianas e gregas. Penso que está aqui a criar-se um centro de estudos arqueológicos que irá projetar não só Vila Velha de Ródão e a região, como também o país”, disse hoje à agência Lusa Luís Pereira.

Além da autarquia de Vila Velha de Ródão, o projeto inclui a Direção-Geral do Património Cultural, o Museu Nacional de Arqueologia, o Centro Português de Geo-História e Pré-História, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa e instituições universitárias italianas e gregas.

“Temos aqui um conjunto muito forte de instituições com grande prestígio que se vão envolver no estudo científico de todo este património e que nos irão dar um conhecimento melhor que pode ser utilizado não só para projetar a região, mas também o país”, adiantou o autarca que falava à margem de uma cerimónia de homenagem aos arqueólogos que estiveram envolvidos no inventário e estudo da Arte Rupestre do Tejo.

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À Lusa, o diretor do Museu Nacional de Arqueologia disse que “a ideia é a escola começar já a ser instalada este ano”.

António Carvalho explicou que ainda não pode avançar com os detalhes sobre o investimento envolvido neste projeto.

“O que posso dizer sobre o processo é que o conjunto de entidades que assinam este protocolo afirma que se vão organizar no sentido de criar as condições para a criação desse campo internacional de trabalho. Paralelamente, há a candidatura como muitas outras que temos. É uma candidatura que vai ser construída e montada dentro dos prazos europeus”, sublinhou.

O diretor do Museu Nacional de Arqueologia explicou ainda que os trabalhos em Vila Velha de Ródão relacionados com a construção da barragem do Fratel, na década de 1970, “são um trabalho de nível nacional com importância internacional”.

“A esse processo esteve ligado o anterior diretor do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo. Sendo ele o antigo diretor do museu e um técnico qualificado da equipa do museu, por esse lado a instituição não pode deixar de participar ativamente neste processo, não fazia sentido”, referiu António Carvalho.

O responsável do Museu Nacional de Arqueologia referiu também que esta escola internacional, insere-se numa linha de trabalho que tem a ver com a internacionalização do próprio museu, com a realização de estágios europeus, escolas de arqueologia internacional e de participação em projetos internacionais, fazendo o museu funcionar “como laboratório de aprendizagem no terreno e também no próprio museu”, concluiu.