O secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, disse que “a agressão russa” contra a Ucrânia justifica a preparação de “novos planos de defesa” para a Europa, numa entrevista publicada este domingo pelo jornal francês Midi Libre.
“Vamos reforçar os exercícios militares e preparar novos planos de defesa. A agressão russa foi um sinal de alarme e criou uma nova situação na segurança na Europa”, disse Rasmussen.
O dirigente da NATO lamentou que os dirigentes russos vejam “a NATO como um adversário”, porque considerou ser necessário “desenvolver uma cooperação frutuosa entre o Ocidente e a Rússia”.
“É preocupante, porque eu acho que a ambição do presidente Putin é estabelecer uma esfera de influência nos países vizinhos. Vou encorajar os países da NATO a aumentarem os seus investimentos em defesa. Durante os últimos cinco anos, a Rússia tem aumentado os seus gastos na defesa em 50%, os países da NATO reduziram os seus em 20%, em média. Isso não é sustentável. É preciso inverter esta tendência”, acrescentou.
As declarações de Rasmussen fazem eco de afirmações do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que no sábado defendeu que a NATO deve repensar o seu “relacionamento a longo prazo” com a Rússia e reforçar a sua capacidade de responder rapidamente a qualquer ameaça, numa carta enviada ao Secretário-Geral da NATO e aos outros líderes dos 27 países-membros da organização.
Rasmussen considerou, ainda, que a queda do Boeing da Malásia, abatido a 17 de julho na Ucrânia, foi um “crime de guerra”.
“Temos um conjunto de informações de que os separatistas, apoiados pelos russos, são culpados”, disse o líder da Aliança, falando pela primeira vez sobre este desastre.