O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta terça-feira as projeções do Governo para o crescimento económico e o desemprego que foram incluídas no segundo orçamento retificativo do ano e que apontavam para um crescimento de 1% em 2014 e uma taxa de desemprego nos 14,2% para a totalidade do ano. As projeções atualizadas no World Economic Outlook publicado hoje incidem em apenas quatro indicadores.

Nestas, o FMI atualiza a sua projeção para o crescimento da economia portuguesa no decorrer deste ano para 1%, tal como o Governo havia feito no cenário macroeconómico atualizado do segundo orçamento retificativo, apresentado no final de agosto, na altura revendo em baixo face à previsão de 1,2% que tinha no Documento de Estratégia Orçamental, no final de abril. Já para 2015, o FMI espera que a economia cresça 1,5%.

No que diz respeito ao desemprego, a taxa também é idêntica à do Governo, 14,2% para este ano, e espera-se uma descida para 13,5% em 2015. A evolução dos preços em Portugal deve estagnar este ano, segundo o FMI e as projeções do Governo, que apontam para a manutenção do mesmo nível que em 2013. Já para 2015, espera-se que surja de novo inflação e que esta atinja os 1,1%.

Por sua vez, o FMI espera que balança comercial tenha um excedente e que este melhore ao longo dos anos, mas mantendo-se sempre abaixo de 1%. 0,6% em 2014 e 0,8% em 2015.

WEO Europe

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Projeções do FMI para a Europa. Fonte: World Economic Outlook, October 2014. 

Resgatados do euro crescem todos em 2015

As notícias parecem começar a melhorar para os países resgatados na zona euro. O FMI estima que a Irlanda cresça 3,6% este ano e outros 3% em 2015, que a Grécia comece a crescer já este ano, apesar de a uma taxa mais modesta, de 0,6%, acelerando em 2015 para 2,9%. Por outro lado, o Chipre ainda deverá estar em recessão em 2014, de 3,2%, mas no próximo ano já deverá começar a registar taxas de crescimento, ainda que nuns modestos 0,4%.

As perspetivas são que todas as economias da zona euro estejam a crescer em 2015, mas este ano ainda há algumas dificuldades para além do Chipre: Itália terá uma contração de 0,2% e Finlândia recuará 0,2%, terminando ambos o ano com uma recessão. No geral, a zona euro deve melhorar apenas 0,5% em 2014 e, em 2015, acelerará para 1,3% de crescimento.

No resto da Europa, Reino Unido, Suécia e República Checa são os países que apresentam melhores taxas de crescimento. O Reino Unido deverá crescer 3,2% este ano e 2,7% em 2015, enquanto a Suécia deve crescer 2,1% este ano e 2,7% em 2015. A República Checa sai de uma recessão no ano passado, prevendo-se agora que cresça 2,5% este ano e no próximo.