O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que o Banco Central Europeu (BCE) deve reativar as compras de dívida pública dos países do euro, caso as expetativas para o crescimento da inflação não melhorem.
Na atualização de outubro das suas perspetivas para a economia mundial, o FMI volta a mandar recados para o BCE. Para o Fundo, as medidas tomadas recentemente pela instituição liderada por Mario Draghi – redução das taxas de juro diretoras, financiamento mais barato para os bancos e um programa de compra de ativos privados – são bem-vindas, mas podem não chegar. “Se as projeções para a inflação não melhorarem e as expetativas de inflação continuarem a cair, o BCE tem de estar disposto a fazer mais, incluindo compras de ativos soberanos”, diz o FMI.
O BCE tem um programa de compra de dívida pública em mercado secundário, o Outright Monetary Transactions (OMT) que veio substituir o programa que utilizou para comprar dívida dos países resgatados no mercado secundário durante o período da crise e que mais tarde alargou à Itália e Espanh). No entanto, esse programa só poderia ser ativado para países que recebam programas de ajuda do Mecanismo Europeu de Estabilidade, ainda que programas cautelares. O OMT nunca foi utilizado, até porque, de acordo com as regras conhecidas até agora, nenhum país se qualifica para este programa.
O FMI defende que a avaliação dos ativos nos balanços dos bancos da zona euro que está a ser feita pelo BCE, e que terminará no final deste mês com a divulgação dos resultados dos testes de stress, é crítica para restabelecer a confiança nos bancos, mas que o BCE não chega para resolver os problemas da zona euro.
Alinhando pelo discurso do BCE, o FMI diz que os países têm de fazer mais, e como tal já defendeu nos capítulos divulgados anteriormente deste World Economic Outlook, que os países devem pensar em fazer investimentos em infraestruturas para reavivar a procura nas economias no curto-prazo e assim aumentar também a inflação.