O Fundo Monetário Internacional (FMI) colocou-se nesta terça-feira do lado de França, defendendo que os países da zona euro que foram surpreendidos com um crescimento mais fraco das respetivas economias do que o esperado não devem embarcar em medidas adicionais de consolidação orçamental para compensar os desvios orçamentais, considerando mesmo que estes esforços de compensação podem ter o efeito oposto.

Um dia depois de se saber pelo The Wall Street Journal que os responsáveis europeus podem chumbar o Orçamento do Estado para 2015 de França, o FMI vem defender que é preciso ter cuidado com a consolidação orçamental nos países que foram surpreendidos por taxas de crescimento mais baixas. Esta é, juntamente com a baixa inflação, a justificação dos responsáveis franceses para a derrapagem nas contas públicas e de um novo pedido de adiamento das metas orçamentais.

O FMI diz que mais consolidação para tapar este buraco podia levar ao efeito contrário e criar uma espiral negativa, e que os países poderão ter de investir para reavivar as economias, caso o cenário de deflação se materialize e a política monetária não tenha mais ferramentas para intervir. A Alemanha, que já veio a terreno defender que os países têm de cumprir as obrigações que assumiram no Tratado Orçamental, é visada mais uma vez pelo Fundo, que diz que a maior economia da zona euro já terminou a sua consolidação orçamental e deve olhar, agora, para investimentos em infraestruturas públicas.

Para Washington, este investimento, em modernização e manutenção, é muito necessário, e a Alemanha consegue fazer isto sem violar as regras do Tratado Orçamental. O Governo alemão já demonstrou no passado estar contra estas duas posições.

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