Parece uma ideia retirada de um filme de ficção, mas a verdade é que a arma mais recente nos prédios de luxo são as piscinas privadas. O conceito existe há algum tempo em edifícios de topo, como no ONE KL, situado em Kuala Lumpur — terminado em 2009, tem como slogan “94 apartamentos, 95 piscinas” –, mas só agora está a agitar o mercado e a dominar as atenções no mundo imobiliário de luxo, escreve o Independent.

Um exemplo mais recente é o Bandra Ohm, em Bombaim, na Índia. Contam-se 30 andares com 100 residências, as quais terão piscinas individuais em forma de meia-lua situadas nas varandas. As obras estão previstas começar no início deste ano, escreve o Wall Street Journal — o acrílico será usado na conceção dos tanques de água, o mesmo material que é protagonista nos grandes aquários. No dia em que os planos do edifício foram tornados públicos, o site da firma responsável pelo Bandra Ohm, James Law Cybertecture, teve 1.2 milhões de acessos. Resultado? O servidor foi abaixo.

Nas Bahamas, o cenário é outro: cada uma das 34 unidades do “Honeycomb”, um condomínio com uma fachada hexagonal e cuja conclusão está prevista para 2016, vai contar com piscinas de aproximadamente 20 metros quadrados. Localizadas nos terraços, apresentam uma borda transparente e vista para a marina e para o oceano — o design do edifício é da responsabilidade da firma dinamarquesa Bjarke Ingels Group (BIG). As vendas começaram há coisa de quatro meses e 45% das unidades existentes já foram adquiridas (os preços dos condomínios variam entre 3 e os 12 milhões de euros).

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Christopher Anand, da direção do Grupo Tavistock, responsável pelo desenvolvimento do Honeycomb, assegura que as piscinas são uma comodidade atraente e um hit no mercado. Já o arquiteto responsável pelo Bandra Ohm, James Law, encara as piscinas privadas como a última fronteira, escreve o Wall Street Journal.

Mas nem todos pensam de igual forma. I. Dolly Lenz, agente imobiliária de luxo sediada em Nova Iorque, não recomendaria o conceito a nenhum arquiteto. Citada pelo WSJ, salienta que a ideia apenas faz sentido caso o objetivo seja marcar pela diferença. O jornal aproveita a “onda” e explica que as piscinas em questão correm o risco de servir apenas para um “mergulho rápido”.

Há mais elementos contra a ter em conta: apesar dos avanços nos materiais e no design, as piscinas em arranha-céus não deixam de ser um desafio. Uma fuga de água pode significar uma dor de cabeça para o vizinho de baixo e, sendo a água um elemento pesado, construir uma piscina com estas características pode custar 20% mais tendo em conta o material adicional exigido.

O Independent chega a questionar o sucesso do novo conceito, tanto em termos de custo como de design, e deixa outra pergunta no ar: que mais invenções luxuosas estarão por vir?