Adesivos, pastilhas, rebuçados de nicotina e medicamentos (vareniclina). Vários são os tratamentos disponíveis no mercado para quem quer deixar de fumar. Mas o que é eficaz para uma pessoa, pode não ser para outra. Tudo depende do metabolismo de cada fumador, explicam os investigadores da Universidade da Pensilvânia, que, num estudo publicado na Lancet Respiratory Medecine, propõem a realização de um teste sanguíneo aos fumadores que queiram deixar de fumar.

No ensaio clínico, onde participaram 1246 pessoas, os cientistas concluíram que as pessoas que eliminam a nicotina do organismo a um ritmo “normal” beneficiam mais de tratamentos com o medicamento vareniclina, o conhecido Champix, do que com adesivos de nicotina. Isto porque estas pessoas sentem mais rapidamente os sintomas da síndrome de abstinência, como ansiedade e nervosismo. Como a vareniclina atua no cérebro, estimulando os recetores de nicotina, mas também bloqueando-os, torna-se mais eficaz para estes fumadores pois mesmo quando têm uma recaída não alcançam a sensação de prazer que desejam.

Já no caso das pessoas com metabolismos mais lentos, os investigadores concluem que estes beneficiam mais do uso de adesivos, uma vez que a eficácia destes e do medicamento são semelhantes, mas a vareniclina tem efeitos secundários mais agressivos, como sensação de angústia, por exemplo. Por tudo isto, os investigadores propõem que estes testes sanguíneos saltassem da esfera dos laboratórios para as unidades de saúde.

Num comentário independente, o professor Neil Davies, da Universidade de Bristol, citado pela BBC, lembra que seria sempre preciso estudar o custo-eficácia desses testes.

Durante qualquer tratamento de cessação tabágica é aconselhado o acompanhamento psicológico. E vários estudos têm mostrado que os fumadores que tentam deixar de fumar sem qualquer apoio na grande maioria dos casos não têm sucesso. Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde (DGS) deixa algumas dicas para quem quer largar o vício do tabaco.

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