O presidente da Comissão Europeia disse esta terça-feira que há pouca margem para acomodar as exigências do novo Governo grego, um dia antes de se encontrar com o seu líder Alexis Tsipras, e que, admitindo que alguns erros do passado devem ser corrigidos, não será mudado tudo por causa de um resultado eleitoral “que algumas pessoas gostam e outras não”.

Bruxelas, Roma e Paris. O périplo de Alexis Tsipras continua pela Europa e esta semana tem ainda três encontros marcados com líderes em três das principais capitais europeias. O objetivo é sensibilizar os governos para as propostas gregas, em especial no que diz respeito à dívida.

Mas, um dia depois de o ministro das Finanças grego levantar um pouco do véu sobre o que o novo Governo quer em relação à sua dívida pública, Juncker avisa que a margem é curta para acomodar as exigências que têm sido feitas por Tsipras e Varoufakis.

“Já lhe disse duas vezes ao telefone que temos de ter em conta a expressão democrática do povo grego. (…) Mas penso que aqueles que ganharam as eleições também terão de ter em conta a forma como os outros fazem as coisas e as suas convicções”, disse Jean-Claude Juncker, no Parlamento Europeu, citado pelo The Wall Street Journal.

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“Por isso, sim, vamos ter de fazer uma certa parte, mas não vamos mudar tudo por causa de um resultado eleitoral de que algumas pessoas gostam e outras não”, acrescentou.

O presidente da Comissão Europeia desde novembro passado admitiu também que nem sempre a Europa conseguiu o necessário equilíbrio entre consolidação orçamental e promoção do crescimento e da criação de emprego, mas que também não faz sentido, como alguns têm feito, dizer que não há restrições orçamentais na UE. No final, alguns erros devem ser corrigidos, mas não será tudo alterado, diz.

“O que fizemos nos últimos anos nem sempre teve em conta o crescimento económico… Por isso eu penso que vamos ter de corrigir os erros que fizemos no passado. (…) O que eu não acho que devamos fazer é simplesmente substituir tudo o que já temos pelo seu exato oposto”, afirmou.