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Irão faz exigências de última hora e ameaça acordo sobre programa nuclear

Este artigo tem mais de 5 anos

O Irão recusa enviar uma parte do seu stock de urânio enriquecido para a Rússia, onde ficaria fora do seu alcance caso avançasse para um programa de armamento. Prazo para um acordo termina amanhã.

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AFP/Getty Images

AFP/Getty Images

A dois dias do fim do prazo para conseguir um acordo sobre o seu programa nuclear, o Irão voltou atrás numa das exigências chave das seis potências que estão a negociar o acordo: que uma grande parte do seu stock de urânio fique num país terceiro (Rússia) para o deixar inacessível caso Terreão decida avançar para um de armamento nuclear. Este recuo pode colocar ainda mais em dúvida sobre a possibilidade de o acordo vir a acontecer.

Depois de meses de avanços e recuos, os representantes dos Estado Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia reúnem-se hoje na Suíça com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão em Lausana, na Suíça. Um dos principais objetivos, do lado das seis potências, é que o chamado ‘breakout period’, o tempo que o Irão levaria para conseguir construir uma bomba nuclear, seja aumentado dos dois meses atuais para um ano, e que as potências consigam saber se o Irão decidir avançar para a construção de armas nucleares.

Já eram muitos os entraves ao acordo, que aliás já exigiu o alargamento do prazo duas vezes, e, este domingo, parece ter surgido um novo problema. Em declarações à imprensa iraniana, citado pela Agence France-Presse, o negociador iraniano Abbas Araqchi terá dito que exportar os stocks de urânio enriquecido não está nos planos do regime de Teerão.

“A exportação dos stocks de urânio enriquecido não está no nosso programo, e não tencionamos enviá-los para fora”, disse o responsável. Esta intenção terá sido confirmada por responsáveis das seis potências ao New York Times, que admite no entanto a possibilidade de se lidar com esses stocks de urânio de outras formas, como diluir o urânio para que o processo do seu enriquecimento para uso militar fosse mais demorado, ou mesmo impossível.

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Apesar de garantirem a existência de alternativas, esta exigência de última hora pode voltar a colocar problemas sérios a uma negociação que já não estava fácil. O Irão quer que as economias ocidentais, em especial a dos Estados Unidos, removam as sanções económicas contra Teerão, e por isso mesmo não quer mais extensões do prazo para as negociações, que termina esta terça-feira.

Por sua vez, os Estados Unidos, a cabeça do grupo das seis potências que negoceiam este acordo, enfrenta uma grande resistência por parte dos seus aliados na região, em especial de Israel e da Arábia Saudita, que já viam com maus olhos qualquer acordo que permitisse ao Irão ter qualquer capacidade nuclear.

A administração de Barack Obama também se vê a braços com resistência interna, como são exemplos recentes o convite, sem consulta à Casa Branca, da maioria republicana no Congresso do Estados Unidos ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, que fez um discurso aos congressistas todo ele em torno do problema de um Irão nuclear, e ainda o caso da carta de algumas dezenas de senadores republicanos ao Irão a avisar que qualquer acordo depende de aprovação do Congresso, dominado pelos republicanos.

Discurso de Bibi Netanyahu no Congresso dos EUA

A favor da possibilidade de se chegar a um acordo, mesmo com esta exigência iraniana de última hora, está o cumprimento pleno pelo Irão das exigências do acordo interino negociado em 2013 e que está a ser monitorizado pela Agência Internacional de Energia Atómica.

O envio do urânio para a Rússia deveria permitir aos russos converter o urânio enriquecido num tipo de combustível específico para ser utilizado na central nuclear de Bushehr, o único reator nuclear comercial do Irão, o que faria com que fosse muito difícil usar esse combustível para o fabrico de armas.

As seis potências querem ainda que o Irão aceite suspender o seu trabalho militar mais sensível em termos de armamento nuclear por um período superior a 10 anos. O Irão diz que 15 anos não aceita, mas que 10 anos é uma hipótese que está a ser negociada.

Jornalista iraniano pede asilo enquanto cobre negociações na Suíça

Na sexta-feira, um jornalista iraniano, que chegou a ser relações públicas da campanha do atual presidente do Irão, Hassan Rouhani, pediu asilo político à Suíça.

Amir Hossein Motaghi estava em Lausana a cobrir as negociações entre as potências nucleares e o Irão, quando pediu demissão do seu emprego na Associação de Estudantes Correspondentes do Irão, segundo a imprensa iraniana.

O jornalista terá então surgido num canal de televisão com sede em Londres, segundo o The Telegraph, dizendo que já não via propósito na sua profissão como jornalista, uma vez que só podia escrever o que lhe mandavam.

“Há várias pessoas presentes no lado iraniano das negociações que dizem que são jornalistas a cobrir as negociações. Mas eles não são jornalistas e o seu principal trabalho é garantir que todas as notícias que são enviadas para o Irão passam pelas suas mãos primeiro”, disse.

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