O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, saudou esta quarta-feira a iniciativa do PS de apresentar um plano macroeconómico, mas pediu aos socialistas que disponibilizem dados num formato que permita fazer contas.
Em declarações aos jornalistas, no Estoril, Passos Coelho começou por saudar a iniciativa do PS: “É importante os partidos, ainda para mais em ano eleitoral, terem a transparência de dizerem ao que vêm, definirem com clareza a sua estratégia para futuro. Isso deve ser saudado. E como primeiro-ministro, mais até do que como dirigente partidário, não posso deixar de saudar essa preocupação do PS”.
Contudo, considerou que “era importante que, na forma utilizada para apresentar estas medidas, o PS pudesse também adotar um formato que fosse auditável, sindicável” para “que se possa fazer contas”, manifestando dúvidas sobre se “essa estratégia permite ou não cumprir as metas do défice e do desendividamento”.
Plano do PS é “regresso ao passado” e “parece eleitoralista”
O primeiro-ministro considerou, contudo, que o plano macroeconómico apresentado pelo PS representa um regresso ao passado de incentivo ao consumo e parece eleitoralista, alegando que a estratégia do Governo é prudente, realista e dissociada das eleições.
Em declarações aos jornalistas, à margem do 7.º Congresso da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), no Centro de Congressos do Estoril, Pedro Passos Coelho ressalvou que não gosta de se “pronunciar precipitadamente” sobre coisas que não estudou com detalhe, mas deixou “uma primeira opinião” sobre o plano macroeconómico do PS.
“De um modo geral, as medidas que são apresentadas visam menos resolver os problemas do país e mais ajudar o PS para as eleições. É assim uma impressão que me fica”, declarou o chefe do executivo PSD/CDS-PP aos jornalistas, concluindo: “Elas são claramente representativas de uma estratégia económica que não é a nossa, é uma estratégia económica que o PS já defendeu no passado, já executou no passado e cujos resultados os portugueses conhecem”.