“É como um sonho, como se estivesse a usar sapatos de outra pessoa”. Esta é a comparação que Serge Najjar faz quando lhe perguntam o que é fotografar construções de uma outra perspetiva. É libanês, fotógrafo, advogado especializado em questões financeiras e diz que tudo passa por encontrar o “interesse visual” na vulgaridade.

A geometria é a matéria prima de Najjar: há que identificar a “estreita linha entre o feio e o bonito, entre o ordinário e o extraordinário, o caos e a ordem, a realidade e a abstração”, mas através de ângulos e técnicas tradicionais, hábeis e pormenorizadas. Depois, uma paixão pela arquitetura.

Na verdade, o interesse pela fotografia só começou há quatro anos. Mas o apoio nas redes sociais – especialmente no Instagram – conduziu à evolução do artista, num trabalho que se resumiu em “Lines, Within”, em 2012.

O sucesso foi tão grande que a maioria das obras desse álbum foram vendidas: “O segredo não está em como vês, mas antes em como vês aquilo”. Por isso é que Najjar não gosta de fotografar redondezas: pelo contrário, acha que se escolher um ângulo mais fechado obriga o público a concentrarem-se no essencial. A presença humana é importante: não só serve como ponto de escala, como dá mais alma às fotografias.

Serge Najjar coleciona prémios: depois de Prix Pictet, o advogado artista também ganhou um Paris Photo. Há mais para ver nos álbuns do libanês. Encontre tudo aqui.

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