O ministro das Finanças afastou esta terça-feira qualquer discussão sobre a reestruturação da dívida pública portuguesa, garantindo que o tema não está em cima da mesa, e recusou qualquer contradição com o que tem vindo a dizer. A dívida vai ser reduzida com melhores resultados orçamentais, disse.

Um dia depois do presidente do Eurogrupo ter dado uma nega perentória a eventuais pretensões do Governo português quanto a uma eventual negociação com a Europa dos juros da dívida pública portuguesa, Mário Centeno tirou o tema completamente de cima da mesa, no que a uma reestruturação diz respeito.

Portugal é um país que tem metas a cumprir, que deve fazer da credibilidade a sua palavra de participação de na construção europeia. A reestruturação da dívida não está, não vai estar em cima da mesa”, afirmou o ministro das Finanças à saída de uma audição no Parlamento Europeu sobre a eventual suspensão de fundos estruturais a Portugal, devido à violação da meta do défice orçamental em 2015.

O governante recusou mesmo haver qualquer contradição entre o que disse no Parlamento português e no Parlamento europeu, argumentando que sempre disse que esta é uma matéria “que se pode discutir a nível, quando os países europeus assim o decidirem”.

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“Não há rigorosamente nenhuma contradição em relação aquilo que eu disse aqui hoje, que disse no Parlamento português e que tenho dito reiteradamente sobre essa matéria”, garantiu o governante.

O ministro das Finanças disse na semana passada no Parlamento que quer discutir com a Europa a redução da taxa de juro da dívida pública portuguesa, mas não levantou o tema no Eurogrupo desta semana.

“É necessário que Portugal tenha uma redução na taxa de juro que paga pelo seu endividamento”. A frase é de Mário Centeno, durante o debate do Orçamento do Estado para 2017, que decorreu na semana passada, em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. O ministro das Finanças foi mais longe e disse que esta “é uma discussão que apenas pode ser tida num contexto europeu, que o Governo está disposto a tê-la no plano europeu e tem feito por isso no plano europeu”.

O presidente do Eurogrupo garantiu que o tema não foi levantado e que nem o deveria ser no âmbito da discussão grega, que seria pouco útil para esta discussão.