“Acredito que os seres humanos precisam sair do planeta Terra”, afirma o físico britânico Stephen Hawking. A convicção surge num momento em que o cientista defende também a construção de uma base lunar e o envio de pessoas para Marte até 2025, conta a BBC. Tudo a pensar num único propósito: “o futuro da humanidade”.
Stephen Hawking discursou no Starmus Festival, evento que promove a ciência e a divulgação da cultura científica, na cidade de Trondheim, na Noruega. A realização deste objetivo iria permitir a construção de novas alianças, “reacender” os programas espaciais e dar à humanidade um pressuposto. Quando questionado se o investimento não deveria ser feito em problemas no próprio planeta Terra, o físico afirma que sim, que esse aspeto era importante, mas sublinhou que pensar no espaço como uma hipótese era essencial para proteger “o futuro da humanidade”.
Não estou a contestar a importância de combater as alterações climáticas e o aquecimento global, ao contrário de Donald Trump que pode ter tomado a decisão mais errada que este mundo já viu”, esclareceu o cientista, referindo-se à saída dos EUA do Acordo de Paris.
Stephen Hawking defende que a medida podia unir “países, que competem entre si, em torno de uma única meta”, de maneira a enfrentar um desafio que diz respeito a toda a humanidade. Acrescenta que um novo programa espacial estimularia os mais novos a interessar-se, inclusive em áreas como a astrofísica e cosmologia.
O que está a ser feito?
A NASA, por enquanto, não tem planos de voltar à lua, mas tem focado os seus projetos no envio de astronautas para o planeta vermelho até 2030. Por outro lado, o chefe da Agência Espacial Europeia (ESA), Jan Woerner, prevê a construção de uma base lunar até 2024. De forma a testar o melhor local do edifício, a ESA está a colaborar com a Rússia para a expedição de uma sonda.
Hawking acredita que a Terra poderá ser atingida novamente por um asteróide, ou ser “engolida” pelo próprio sol, reforçando a ideia que viajar para outros planetas permitiria a “elevação da humanidade”. “Sempre que demos um novo salto, por exemplo, na ida à lua, unimos povos e nações e abrimos caminho a novas descobertas e tecnologias. É necessário fazer renascer o entusiasmo dos primórdios das viagens espaciais da década de 60″, afirmou o físico.
Colonizar outros planetas deixou de ser tema de ficção científica, para se tornar numa necessidade, segundo o cientista. “Se a humanidade quiser continuar (a viver) durante milhões de anos, o nosso futuro reside na ousadia de ir onde mais ninguém foi. Não temos outra opção”.
Atribuição da medalha Stephen Hawking 2017, no Festival Starmus
A medalha Stephen Hawking é um prémio que reconhece o mérito artístico e científico a nível internacional. O prémio na categoria de Divulgação Científica foi atribuído a Neil deGrasse Tyson, comunicador de ciência. Na Música e Artes, Jean-Michel Jarre, pioneiro no cenário da música eletrónica, foi o escolhido. Por fim, na categoria de Filmes e Entretenimento o vencedor foi a série “Teoria do Big Bang”.