A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que os três secretários de Estado que saíram do Governo de António Costa na semana passada já são formalmente arguidos no caso Galpgate. Fernando Rocha Andrade, Jorge Oliveira e João Vasconcelos foram formalmente constituídos arguidos esta semana, confrontados com os indícios recolhidos pela investigação sobre a alegada prática do crime de recebimento indevido de vantagem e interrogados pelo DIAP de Lisboa.
“O Ministério Público do DIAP de Lisboa já procedeu ao interrogatório como arguidos de três ex-secretários de Estado. Encontram-se sujeitos a termo de identidade e residência”, lê-se na resposta escrita de fonte oficial da PGR.
Estão em causa viagens, bilhetes e refeições oferecidas pela empresa Galp aos então três secretários de Estado dos Assuntos Fiscais (Rocha Andrade), Internacionalização (Jorge Oliveira) e Indústria (João Vasconcelos).
Fonte oficial da PGR confirmou ainda que “o Ministério Público pediu o levantamento da imunidade parlamentar de um deputado, com vista à constituição como arguido e interrogatório no âmbito do inquérito onde se investiga o pagamento pela Galp de viagens, refeições e bilhetes para jogos do Euro2016″. O deputado em causa é o social-democrata Cristóvão Norte que deverá ser constituído arguido em breve.
Os restantes arguidos são Vítor Escária (ex-assessor do primeiro-ministro António Costa), Jorge Bezerra da Silva (ex-chefe de gabinete de Rocha Andrade) e Pedro de Almeida Matias, ex-chefe de gabinete de João Vasconcelos que foi nomeado como presidente do Instituto de Soldadura e Qualidade em março de 2017.
Como a PGR recorda, “existe também um outro inquérito onde estão em investigação factos relacionados com viagens, refeições e bilhetes para o Euro2016. Encontra-se em segredo de justiça e sem arguidos constituídos“.