O presidente filipino Rodrigo Duterte é conhecido pelas frases polémicas, chocantes e até ofensivas. Desde ter dito ao Papa Francisco para não regressar ao país, quando o sumo pontífice se deslocou às Filipinas em 2015, até ter anunciado que planeava matar os três milhões de toxicodependentes da nação “assim como Hitler matou três milhões de judeus”, as afirmações de Duterte têm desencadeado revolta e críticas na comunidade internacional. Mas, desta vez, o presidente filipino está a ser condenado não por uma frase, mas por uma atitude.

Durante um evento na Coreia do Sul, em que se encontrou com vários cidadãos filipinos que trabalham naquele país, Rodrigo Duterte beijou uma mulher nos lábios. Tudo aconteceu quando o chefe de Estado chamou duas filipinas ao palco para oferecer um livro a cada uma: de acordo com a CNN, tratava-se de um livro que critica a Igreja Católica. Depois disso, deu um beijo na face de uma das mulheres.

[Veja aqui o vídeo sobre o beijo polémico de Rodrigo Duterte que está a provocar muitas críticas]

Quando a outra mulher se dirigiu a Duterte da mesma maneira, apresentando a face, o presidente das Filipinas moveu os lábios, como que a indicar que queria que a mulher o beijasse nos lábios – o ato gerou assobios e entusiasmo da multidão que assistia ao evento. A mulher acedeu e beijou Rodrigo Duterte. Em seguida, o líder filipino perguntou-lhe se era solteira e se podia dizer ao marido que tudo não tinha passado de uma brincadeira.

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O presidente das Filipinas é casado e tem uma filha. Já a mulher, que foi mais tarde identificada como Bea Kim, é casada com um sul-coreano e tem dois filhos. Em declarações à comunicação social filipina, Kim garantiu que não existiu “malícia” no beijo e que não tinha significado nada sem ser “entreter e fazer felizes os outros filipinos que estavam no evento”.

Risa Hontiveros, a líder da oposição a Rodrigo Duterte, descreveu o episódio como uma “desprezível demonstração de sexismo e um grave abuso de autoridade”. “Ele age como um rei feudal que pensa que ser presidente lhe dá o direito de fazer o que lhe apetece”, defendeu Hontiveros, acrescentando que as “relações de poder desiguais” significam que o beijo não foi um ato consentido entre dois adultos.

Ainda assim, e apesar das críticas generalizadas, Duterte também tem alguns defensores. Nas redes sociais, vários filipinos brincaram com a situação e garantiram que está a maneira como os Visayans – o grupo étnico do presidente das Filipinas – brincam com as pessoas.