Febre, diarreias e nervosismo. Muito pouco comparado com o facto de poderem dizer que integraram o primeiro lote de voluntários para testar uma vacina contra a mais recente pandemia mundial. O novo coronavírus está a paralisar o mundo, a alterar rotinas, hábitos de consumo, de trabalho e de ensino, à medida que os países são forçados a pedir às pessoas para que fiquem em casa e a fechar todo o comércio de produtos não essenciais que, até há pouco tempo, integrava o dia a dia de milhões de pessoas.

A China, em menos de cinco dias, fez dois anúncios: primeiro o desenvolvimento de uma vacina, agora o início de testes em humanos. São 108 voluntários, com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos, de Wuhan, a cidade mais populosa da China central onde se acredita que a pandemia tenha começado. A notícia sobre o início do ensaio clínico foi divulgada pelo South China Morning Post no domingo, mas dá conta do início dos testes já na quinta-feira, depois de ter luz verde de Pequim.

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Os 108 voluntários, divididos em três grupos de 36 pessoas cada, receberam doses “baixa, média ou alta da vacina” e, segundo um investigador chinês, passarão os primeiros 14 dias depois da administração da vacina de quarentena, sob vigilância médica apertada, sendo depois acompanhados durante os seis meses seguintes.

Nesta que parece ser uma corrida não só contra a pandemia, mas também entre a China e os Estados Unidos — que também já anunciaram o início dos testes de uma outra vacina em 45 pessoas —, vencerá aquele que apresentar no menor tempo uma vacina eficaz contra o novo coronavírus, que já matou cerca de 15 mil pessoas e infetou mais de 340 mil em todo o mundo, com o número de recuperados a aproximar-se dos 100 mil, nesta segunda-feira.

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