O isolamento social provocado pelo surto do novo coronavírus pode não estar a afetar apenas a forma como as pessoas se relacionam entre si, mas também a forma como a população olha para as cidades e para a habitação. Foi nesse sentido que a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) decidiu integrar um projeto internacional — “Cidades Emergentes” — que está a estudar qual o impacto deste isolamento no funcionamento das cidades e da habitação do futuro.

O estudo, organizado pela Escuela de Arquitectura Cesuga – USJ da Corunha, em Espanha, é baseado num inquérito online com questões sobre a forma como cada um está a passar a sua quarentena em casa — incluindo informações como características da habitação, as horas passadas em cada divisão, o local de teletrabalho e a relação com o exterior e com os vizinhos — e também de que forma é que o utilizador considera que a sua perceção mudou quanto a algumas atividades realizadas na cidade.

O objetivo do estudo é perceber de que forma é que as políticas relacionadas com cidades e habitação podem vir a ser alteradas no futuro, uma vez que a experiência do confinamento pode mudar algumas perspetivas e, por isso, ter impacto em futuras decisões. É também por isso que o inquérito integra questões não só sobre o momento atual, mas também do que o participante deseja para o futuro e o que acha que vai acontecer.

Além de Portugal, que aderiu através de Filipa Guerreiro, professora da FAUP, o estudo está também a ser feito em Espanha, México, Peru, Equador e em breve vai também chegar ao Canadá e ao Brasil. O questionário é respondido de forma anónima e pode ser preenchido até ao dia 30 de abril. 

Além deste inquérito, os participantes podem ainda enviar por email fotografias que retratem o dia a dia do seu confinamento e partilhar as experiências vividas dentro das casas, quer através de textos, desenhos ou imagens.

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