Os trabalhadores da empresa Carl Zeiss, em Setúbal, cumprem este fim de semana dois dias de greve por aumentos salariais e em protesto contra os novos horários de laboração contínua, anunciou sexta-feira a União de Sindicatos de Setúbal (USS).

 É o terceiro fim de semana consecutivo em greve por um aumento salarial de 100 euros, como base de negociação, e contra a implementação de novos horários de laboração contínua”, disse à agência Lusa Luís Leitão, coordenador da União de Sindicatos de Setúbal.

“A Carl Zeiss, uma fábrica de lentes, em vez de contratar mais pessoal para fazer face às encomendas, quer fazer uma alteração nos horários de trabalho, passando para laboração contínua”, acrescentou.

De acordo com o sindicalista, a maioria dos cerca de 250 trabalhadores da Carl Zeiss não concorda com esta alteração, dado que deixam de receber o trabalho extraordinário que fazem aos fins de semana, para além do impacto que esta alteração de horários irá ter nas suas vidas.

 A empresa não precisa de alterar os horários de trabalho, precisa é de contratar mais pessoas”, defendeu o sindicalista.

Segundo a USS, os trabalhadores da Carl Zeiss deverão concentrar-se este sábado, entre as 8h00 e as 10h00, junto à empresa, na defesa das suas reivindicações, em protesto contra a alteração dos horários de trabalho e para exigirem aumentos salariais.

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Entretanto, a Zeiss enviou um comunicado ao Observador, no qual afirma que a empresa procurou “reunir-se por duas vezes de modo a alcançar um consenso”, mas que “essas propostas de reunião foram rejeitadas”.

“Acreditamos que a decisão da greve já estava previamente tomada”, considerou a Zeiss.

Sobre os novos horários que pediu aos trabalhadores, a empresa diz que “para garantir o prazo de entrega fixado com os clientes locais e internacionais, é obrigatório operar a produção 24 horas por dia, 7 dias por semana, em laboração contínua”, algo que diz ser prática em todo o mundo. “Todos os laboratórios globais – trabalham em laboração contínua e melhoram constantemente a sua estrutura de serviços e custos”.

A Zeisse salienta que “não reduziu estrutura, nem espera qualquer redução na remuneração de qualquer empregado” apesar de ser expectável que as vendas venham a diminuir por causa da pandemia. E conlclui dizendo que estará sempre disponível para o diálogo, desde que seja “construtivo e realista”.

Notícia atualizada com a posição da Zeiss.