Ainda se trava o combate à pandemia sem um fim previsto à vista, mas médicos, cientistas e politicos já refletem como será depois da vacinação e de uma possível imunidade de grupo. Será que a Covid-19 desaparece ou terá uma mutação benigna tornando as vacinas inúteis? Será que se torna uma espécie de gripe sazonal?

Uma equipa das universidades de Emory e Pensilvânia, nos Estados Unidos, desenvolveu um modelo que foi publicado na última edição da Science, e que conclui que o SARS Cov-2 se torne endémico, ou seja, que passe a ser mais um dos coronavírus que circulam atualmente na comunidade ao qual as pessoas passam a estar expostas logo na infância, noticia o El Mundo. Significa isto que é possível que o vírus não desapareça e que haja mesmo reinfeções, mas com sintomas menos fortes.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores compararam quatro coronavírus semelhantes ao Influenza e ao SARS Cov-1, que muitas vezes causam resfriados. Para já há estudos que indicam que um doente com Covid-19 poderá ficar imune à doença durante uma média de oito meses,  mas ainda não é certo como é que os anticorpos e células de memória se traduzem em proteção contra a doença ou a sua transmissão, pelo que é ainda desconhecido perceber como reagirá um adulto que apanhe a doença pela primeira vez.

Por isso, o tempo de o SARS-Cov-2 se tornar endémico depende da velocidade a que o vírus se espalhe e da resposta que as vacinas lhe possam dar relativamente à imunidade. Se as vacinas não protegerem as pessoas de uma reinfeção, mas reduzirem a gravidade da doença — como acontece com outros cornavírus endémicos — o vírus que causou esta pandemia mundial pode tornar-se endémico mais rapidamente. Neste caso as crianças sofrem pouco com a sua infeção e a vacinação generalizada pode não ser necessária.

Por outro lado, se a infeção infantil por SARS-CoV-2 se tornar mais grave, a vacina contra este vírus poderá entrar na nossa rotina de vacinação.

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