O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que está encarregado de coordenar a resposta à pandemia da Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, admite que “já começa a ser altura de podermos pensar abertamente” na reabertura de bares e discotecas ao fim de quase ano e meio de encerramento do setor, sobretudo numa altura em que é preciso “estimular” os mais jovens para que se vacinem.

“É importante pensar em medidas que permitam associar a liberdade de circulação, de abertura de determinadas atividades com a necessidade de vacinação para também estimular os jovens à vacinação”, disse Duarte Cordeiro em entrevista ao Público e à Renascença. Questionado sobre se entre essas medidas poderia estar a reabertura de bares e discotecas, concordou: “Por exemplo. Acho que é um caminho que faz sentido.”

O governante salientou, contudo, que a decisão “tem de ser absolutamente consensual” e especificou que tudo depende do cumprimento das metas de vacinação.

“Inicialmente achávamos que uma dose de vacinação para os maiores de 60 anos representava um momento de maior abertura. Com a nova variante percebemos que as pessoas com uma dose de vacina ainda assim podiam ser infetadas”, exemplificou. “O Governo repensou e hoje faz mais sentido olhar para a meta da vacinação completa dos mais de 60 anos. Estamos praticamente a atingir a meta da vacinação completa para os mais de 60 anos.”

A meta é “muito importante“, admite Duarte Cordeiro, acrescentando que ela “permite repensar as medidas restritivas”. No que toca à reabertura das discotecas, o secretário de Estado considera que “já começa a ser altura de podermos pensar abertamente nessa solução, tendo em conta que estamos já com este nível de vacinação”. Todavia, Duarte Cordeiro diz ainda não ter “uma opinião totalmente fechada” sobre o momento exato, embora avance que a reabertura das discotecas “deveria coincidir com o momento em que a vacinação está disponível para os maiores de 18 anos como o momento em que introduzimos essa medida porque os jovens iriam atrás da vacina para terem uma vida social mais liberta. Era um incentivo que acho que faria todo o sentido.”

Na mesma entrevista, Duarte Cordeiro disse que ainda não é possível dar aos portugueses um “dia da libertação” da pandemia, mas apontou que “está a haver um abrandamento na taxa de crescimento semanal” em Lisboa e Vale do Tejo, o que poderá indiciar que o pico na região da capital está próximo. “Se assim for, dificilmente vamos viver períodos tão difíceis como os que já vivemos este ano.

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